Apollo 11

Apollo 11 ★★★☆☆

Ano: 2019
Direção: Todd Douglas Miller

A minha longa estadia em Houston e, principalmente, o passeio que fiz pelo Space Center, com direito a tours no Rocket Park & Saturn V Facility, Mission Control Center e Astronaut Training Facility da NASA me deixaram super no clima de saber mais sobre a exploração espacial americana. Logo fiquei interessado nesse documentário sobre o Apollo 11, missão de 1969 que permitiu que o primeiro homem pisasse na lua.

Público se juntando para acompanhar o evento
Público se juntando para acompanhar o evento

Na época da Guerra Fria entre Estados Unidos e União Soviética, a conquista do espaço se tornou uma questão política, além de um fenômeno que gerou interesse mundial. Estima-se que mais de um milhão de pessoas assistiram ao lançamento do foguete nas rodovias e praias próximas ao Cabo Canaveral, na Flórida (à época chamado de Cabo Kennedy) no dia 16 de julho de 1969, há cinquenta anos atrás. O evento também foi acompanhado ao redor do mundo através de transmissões de rádio e pela televisão. Ainda hoje em dia, diversas obras cinematográficas, como o filme O primeiro homem, além de livros, teorias da conspiração e muitas outras coisas, movimentam o assunto.

Bastidores do trabalho
Bastidores do trabalho

O grande destaque desse documentário é o uso de imagens de arquivo nunca antes mostradas ao público, incluindo filmagens em negativos de 70 mm, o dobro da qualidade utilizada no cinema tradicional. O material em grande formato inclui cenas do trabalho nos bastidores, os espectadores presentes, o lançamento do foguete Saturn V, o resgate dos astronautas e do módulo lunar Apollo 11 no momento da volta e os procedimentos pós-missão. Para mim foi legal porque eu tinha acabado de visitar a NASA em Houston, então pude identificar vários dos equipamentos utilizados, os espaços, os profissionais envolvidos.

Momento do lançamento do foguete
Momento do lançamento do foguete

A produção analisou e catalogou mais de onze mil horas de áudio e centenas de horas de vídeo, um processo minucioso para garantir a qualidade e fidelidade no arquivamento. Para a versão final do filme, que tem cerca de 1h30 de duração, foram usados apenas os momentos mais importantes de todo o processo. Parte disso também foi exibido em cinemas IMAX. O interessante é que não foram adicionados narração, entrevistas ou qualquer recriação moderna. Tudo que você assiste foi o que se gerou de documentação à época. Apenas a trilha sonora foi criada, mas ela não é nada invasiva.

Sala de controle da missão
Sala de controle da missão

Além das filmagens em 70 mm, que eram capturadas em câmeras robustas, também são utilizados os tradicionais formatos de 35 e 16 mm, fotografias e outros recursos, incluindo muitas imagens feitas durante a viagem em si. Uma grande parte das cenas se passa nas salas de controle. Com isso, o documentário se torna um produto completo, permitindo entender com clareza todas as etapas da missão, da preparação à conclusão. Nesse sentido, o filme se torna obrigatório para qualquer pessoa que tenha interesse no assunto.

Imagens transmitidas da lua
Imagens transmitidas da lua

O que pode deixar a desejar – eu pelo menos senti falta – é justamente o fator emocional, aquele bem cinematográfico, que estamos acostumados a presenciar, principalmente na ficção. Apesar da curiosidade sobre o tema, o apelo meramente documental e contemplativo dos eventos e a quantidade de informações técnicas acabam por tornar a experiência um pouco cansativa. Além disso, você não fica naquela expectativa e tensão, pois já sabe que foi uma missão de sucesso. De qualquer maneira, vale muito a pena assistir. Não como entretenimento, mas como curiosidade e busca de informação sobre a viagem à lua.

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