A subida no Monte Pilatus é um dos principais passeios de Lucerna, seja pela proximidade e facilidade de acesso, seja pelo conjunto de atrativos encontrados por lá. O tour pode ser feito também a partir de outras cidades próximas, como em um bate e volta de Zurique. Também dá para fazer a excursão a partir de Lucerna, mas fica mais caro do que ir por conta própria.
Eu acabei fazendo postagens separadas para deixar tudo muito bem explicado, principalmente as opções de acesso ao cume da montanha. Para resumir e dar para entender melhor, disponibilizo o mapa interativo abaixo, que mostra como chegar de teleférico e de trem, além do passeio de barco pelo lago. Abaixo faço um resumo de como foi o meu roteiro do passeio. Para mais detalhes, recomendo entrar nas postagens individuais.
Eu estava hospedado no HITrental Allmend Comfort Apartments e peguei um ônibus urbano de lá mesmo, mas também há opções em outros pontos da cidade, inclusive saindo da para final perto da estação de trem no centro histórico. Eu recomendo utilizar o Google Maps para traçar a melhor rota, pois funcionou muito bem comigo, inclusive para os horários de partida. Eu estava usando um chip de celular local, então tinha todas as informações atualizadas.
A intenção é chegar ao ponto de onde parte o teleférico. Para isso, eu peguei um ônibus até a parada Zentrum Pilatus e fiz uma rápida caminhada de uns 600 metros até a Kriens Pilatus-Bahn, onde de compra o bilhete de ida e volta.

Eu escolhi subir de teleférico a partir dessa estação, também chamada simplesmente de Kriens PB, porque é a mais próxima de Lucerna. Eu estava usando o Swiss Travel Pass, que é um passe que inclui todos os transportes públicos da Suíça (trem, ônibus, metrô, barco, bonde) e entrada para a grande maioria dos museus. Quando eu fui, em 2017, ele também cobria 100% do valor da subida e descida do Monte Pilatus. Atualmente, o desconto é de 50%.

Passei na bilheteria, apresentei o passe e peguei meu ingresso, já definindo que iria subir de teleférico e descer de trem, no outro lado da montanha. Era final de maio, na primavera e não havia nenhuma fila, então foi só chegar e embarcar na primeira gôndola disponível. Cada cabine comporta quatro passageiros e/ou 320 kg e o percurso é de pouco mais que 2 km.
A primeira parada acontece em uma estação intermediária chamada Krienseregg, onde é preciso descer. Os atrativos ali são um restaurante e um playground, além de áreas para piquenique e a possibilidade de fazer trilhas. É um destino mais para quem está passeando com crianças. Ou seja, eu logo embarquei na próxima gôndola, que segue subindo a montanha.

Como se pode imaginar, o trajeto já é um passeio em si. As gôndolas Panorama ficam bem altas e proporcionam uma ótima vista da região. Nessa parte passamos ao lado de pinheiros bem altos. Também dá para ver a cidade, o lago e as montanhas. Esse segundo trecho é um pouco maior, chegando perto de 3 km.
A estação de Fräkmüntegg é a mais procurada do passeio porque ali está concentrado o maior número de atividades. Um dos destaques é o Seilpark, ou parque de cordas, que tem arvorismo, tirolesa e coisas desse tipo. Há opções para o verão, com a descida num tobogã de alta velocidade por 1350 metros, trilhas de mountain bike e a possibilidade de se hospedar em tendas suspensas por cordas amarradas em árvores. Já no inverno, pode-se descer a montanha em sledge e praticar outros esportes na neve.

Além das opções mais radicais, aqui também há espaços para fazer piquenique e trilhas com diversos graus de dificuldade. Depois de uma volta pela região, pegamos o último trecho para o topo do Monte Pilatus, dessa vez em uma cabine maior, com janelas do teto ao chão, chamada Dragon Ride. A atração, inaugurada em 2015, faz o percurso em apenas três minutos e meio. Dessa vez a viagem é feita em pé mesmo.

Com isso se chega ao topo da montanha, que possui uma estrutura de mirantes, restaurantes e hotéis. Sim, é possível passar a noite lá em cima no Hotel Pilatus-Kulm ou no Hotel Bellevue, o que deve proporcionar uma vista incrível das estrelas no céu.

Entre os atrativos lá em cima estão diversas trilhas, incluindo algumas temáticas para observação de flores selvagens e a fauna local, além da Dragon Trail, que trata de um dos grandes mitos locais: a existência de dragões com poder de cura que habitavam as cavernas da montanha. Para quem quer uma experiência mais emocionante, o local também serve como partida para voos de parapente.

Uma coisa chata é que eu fiz esse passeio em um dia nublado, o que prejudicou um pouco a vista lá de cima. Ainda assim, valeu a pena subir as escadas dos mirantes e esperar a passagem das nuvens para poder ver melhor as dezenas de picos dos alpes em volta. Outra coisa legal é que, apesar de já estar na primavera, ainda tinha bastante neve lá em cima.
Feito tudo o que se quiser lá em cima, chega a hora de voltar. Eu escolhi descer pelo outro lado da montanha para ter uma experiência mais completa do passeio. O trem percorre uma linha de ferro dentada – a mais inclinada de todo o mundo. Uma coisa importante é que a linha ferroviária só fica aberta de maio a novembro, então não dá para fazer essa parte do tour durante os meses de inverno.

Mais uma vez, o trajeto é um passeio à parte. Nessa hora já havia uma fila considerável, mas foi bem rápido porque cada comboio tem capacidade de levar 40 pessoas. A descida é feita a uma velocidade de 9 km/h e demora 40 minutos. É importante saber esse tempo caso você queira coordenar com a saída de barco do porto, que fica em frente à estação Alpnachstad Pilatus-Bahn.
Eu estava sempre levando alguns lanchinhos para esses passeios para não ter que parar para almoçar – economia de tempo e de dinheiro. Quando cheguei em Alpanachstad, entretanto, ainda faltava um pouco até o horário da saída de barco e eu e meus companheiros de viagem resolvemos comer no Restaurant Chalet.

Como a gente tinha o Swiss Travel Pass, não precisamos comprar e nem trocar bilhete para o passeio no lago. Bastou chegar, apresentar o passe e embarcar. O trajeto durou uma hora e quinze minutos, sendo feitas paradas rápidas em alguns portos no meio do caminho. O destino é a Bahnhofquai de Lucerna, que é interligada à estação central de trens e ao ponto final de ônibus do centro histórico.

Dali, foi só pegar um ônibus para o HITrental Allmend Comfort Apartments e chegou ao fim o dia de passeio. Caso você esteja hospedado em Lucerna, acredito que esse seja o roteiro mais lógico porque o teleférico fica mais perto da cidade. Mas também é possível fazer o caminho inverso ou ir e voltar pela mesma via – no inverno tem que ser mesmo, já que o trem não funciona. Além disso, dá para fazer a subida ou descida através de trilhas, mas isso exige mais planejamento, disposição e tempo.