Localização dos Lençóis Maranhenses no Mapa Mundi

Lençóis Maranhenses – Geografia e clima

Estima-se que os Lençóis Maranhenses se formaram entre 5.000 e 7.000 anos atrás. Já falei mais detalhadamente em outra postagem sobre como se formam as dunas e lagoas que visitamos no local, mas cabe inserir aqui uma explicação mais breve.

Basicamente, os sedimentos são levados até a costa do Maranhão por correntes marítimas que funcionam como rios embaixo do oceano. A grande variação entre as marés cheia e baixa da região deixa os sedimentos expostos. Como é formada prioritariamente por quartzo, essa areia tem pouca tendência a se solidificar e é mais facilmente arrastada pelo vento, o que ocasiona a formação das imensas dunas.

A maré leva os sedimentos para a costa nordestina
A maré leva os sedimentos para a costa nordestina

As dunas mais antigas, já tomadas pela vegetação, são consideradas inativas. Dois terços das dunas, entretanto, continuam a ser movidas pelo vento, se mantendo em constante remodelação. O Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, criado oficialmente em 1981 com o objetivo de proteger esse espaço natural, possui 1.500 km2 de área, sendo o maior parque de dunas da América do Sul. Para se ter ideia, a área é quase do tamanho da cidade de São Paulo. Outro dado que impressiona é que ali se formam cerca de 7.500 lagoas, um número que varia a cada ano.

Cajuí colhido direto do pé
Cajuí colhido direto do pé

Além das dunas e das lagoas, o espaço também é marcado pelos ecossistemas de mangue, restinga e crosta oceânica. Quando eu fui, no finalzinho de setembro, era época de caju e cajuí. Aproveitamos para colher e comer os frutos que estavam bem maduros e suculentos e podiam ser encontrados nas trilhas que dão acesso aos Lençóis e até perto de algumas das lagoas visitadas no Circuito da Lagoa Azul.

Canto dos Lençóis
Canto dos Lençóis

Falando em lagoas, os melhores meses para visitá-las é após a estação das chuvas, que se estende pelos meses de janeiro a junho. A chuva que cai é rapidamente absorvida pela areia e alimenta os lençóis freáticos que formam as lagoas. Para pegá-las o maio cheio possível, é preciso fazer os passeios entre maio e julho, mas nesses meses ainda há risco de pegar dias de chuva. Pelo que pesquisei, indicaria ir em agosto ou setembro, pois prefiro evitar dias de tempo fechados e não gosto de viajar na época das férias escolares, quando tudo fica mais caro. A partir do final de setembro o clima seco predomina e a maioria das lagoas seca, mas isso vai depender da quantidade de chuva que caiu no ano. Eu fui no final de setembro e dei a sorte de ainda pegar as lagoas com um bom nível de água. Se a maioria delas já tiver secado, ainda assim será possível visitar aquelas que duram o ano todo, mas, convenhamos, a gente quer fazer a viagem na melhor época possível. Então, de maio a setembro, dependendo do nível de chuvas do ano.

Apesar da quantidade de areia e as altas temperaturas, os Lençóis Maranhenses não são considerados um deserto, já que essa classificação é reservada para regiões em que há total indisponibilidade de água. Na verdade, lá chove muito no primeiro semestre do ano. Do meio do ano para frente, acontece a estação seca.

Gráfica com médias do clima

Observando a tabela com as médias de temperatura, chuva e duração do dia em Barreirinhas, cidade próxima e usada como base para os passeios pelos Lençóis Maranhenses, é possível observar alguns detalhes interessantes. Lembrando que se trata de médias, ou seja, há dias com temperaturas mais elevadas e mais baixas do que o mostrado na tabela, que está com os dados de 2017.

A duração do dia pouco varia ao decorrer do ano, o que é justificado pela proximidade com a linha do Equador. Para se ter uma ideia, a diferença entre o dia mais curto e o dia mais longo do mês é de poucos minutos. Por isso mesmo, o horário de verão nunca é implementado no local. A temperatura tampouco é relevante, pois se mantém estável, ou seja, sempre quente. O que influenciará a decisão de quando viajar será mesmo as chuvas e o nível de água das lagoas.

Reserva de passeio ou atração

A melhor vista certamente é sobrevoando a região no Passeio de monomotor pelo Parque Nacional dos Lençóis Maranhenses, com duração de 25 a 30 minutos vôo. A aeronave tem capacidade máxima para três passageiros, não podendo ultrapassar 260 quilos, e o piloto. Não é o tour mais barato, mas trata-se da única chance de ver as dunas, manguezais, praias e rios dessa paisagem única. Além da parte natural, também é possível apreciar as comunidades de Vassouras, Caburé, Mandacaru e Atins, além da própria Barreirinhas. Eu fiz o Circuito da Lagoa Azul, o Circuito da Lagoa Bonita, Atins e Canto dos Lençóis, Passeio náutico pelo rio Preguiças e Flutuação no rio Formiga. Postei aqui no blog a minha opinião e descrição sobre cada um dos tours. É possível fazer todas as reservas online com antecedência, imprescindível para garantir a disponibilidade na alta temporada.

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