Lagoa Bonita

Lençóis Maranhenses – Circuito da Lagoa Bonita

Esse é um dos principais passeios para conhecer os Lençóis Maranhenses saindo de Barreirinhas, cidade base para o turismo na região. Geralmente, existem duas opções de horário, com saídas pela manhã ou pela tarde. A grande vantagem da segunda é que se presencia um maravilhoso pôr-do-sol, como poderá ser visto pelas fotos abaixo. Além disso, é possível combinar com outro passeio mais cedo – no nosso caso, fizemos a Flutuação no Rio Formigas. Como não há paradas para comprar bebidas e alimentos, é importante levar sua água gelada e algum aperitivo para disfarçar a fome – só no finalzinho aparece gente nas barracas perto de onde ficam os carros, daí dá para comer algo. Para viajar com tudo já planejado e garantir a vaga, o ideal é fazer a reserva online com antecedência da Trilha pela Lagoa Bonita.

Reserva de passeio ou atração

Ao final do passeio de flutuação da manhã, o motorista nos deixou na porta da agência com a qual fechamos todos os nossos tours e também transfers entre a cidade de Barreirinhas e São Luis do Maranhão. Com uma hora e meia de intervalo entre os dois passeios, não valia à pena voltar para o hotel, então fomos a um restaurante próximo e tivemos tempo que pedir uma comida à la carte. O escolhido foi a Churrascaria, Restaurante e Pizzaria do Gaúcho, sobre o qual falo em uma outra postagem. Depois de comer, ainda tivemos tempo para reaplicar o protetor solar e relaxar um pouco no espaço atrás da agência, onde há um jardim com acesso ao rio. Nosso carro chegou com alguns minutos de atraso, o que é aceitável visto que eles passaram antes para buscar as pessoas que estavam em suas hospedagens, o que sempre representa uma pequena variação no tempo. Mesmo tendo sido os últimos a embarcar, conseguimos sentar no meio, seguindo a orientação de outras pessoas que já haviam feito o passeio e nos disseram para evitar ficar nas laterais.

Balsa para atravessar o Rio Preguiças
Balsa para atravessar o Rio Preguiças

Depois de uma rápida parada para comprar água, que colocamos em uma caixa térmica que fica atrás do veículo 4×4 com algum gelo para manter as bebidas em temperatura agradável, seguimos caminho até o rio Preguiças. Ali tivemos que descer e esperar a balsa que faz a travessia para o outro lado, um procedimento comum em todos os passeios que saem de Barreirinhas em direção aos Lençóis.

Trilha que dá acesso às lagoas
Trilha que dá acesso às lagoas

O passeio em si começa na trilha que leva aos Lençóis Maranhenses. O trajeto é percorrido em cerca de 50 minutos por uma estreita trilha de areia, toda trabalhada em solavancos laterais e verticais. Além disso, a vegetação invade a pista e também o carro, constantemente batendo no teto de lona e nas suas laterais, que são abertas. Por isso é importante evitar viajar na direita ou na esquerda, pois os galhos batem no rosto e nos braços dos passageiros, podendo até machucar, apesar do cuidado tomado pelo motorista em diminuir o ritmo nos trechos mais intensos – ir devagar demais não é exatamente uma opção aceitável, pois poderia causar um atolamento. Essa trilha é um tanto sem graça, já que não há paisagens a serem apreciadas além da vegetação selvagem fechada e eventuais pontes sobre pequenos córregos, o que causa mais apreensão que admiração.

Subida da duna
Subida da duna

Depois de muitos sacolejos, de dar inveja na cadeira dos cinemas com cadeiras D-BOX, chegamos até os pés da Morraria, nome dado pelos antigos habitantes de Barreirinhas para os Grandes Lençóis Maranhenses. O veículo estaciona e temos de cara um desafio: subir a íngreme duna com 70 metros de extensão. Pode parecer pouco, mas a escalada cansa bastante devido à inclinação e à areia fofa. Para isso, temos o auxílio de uma corda afixada no trecho mais crítico.

Para esse passeio, é importante levar água para se hidratar, já que, além da subida, serão feitas caminhadas entre as lagoas, sem nenhuma sombra. Apesar do sol inclemente, não é preciso levar chinelo. A areia é fria devido ao constante deslocamento provocado pelos ventos. Além disso, o calçado de nada ajudaria na caminhada, já que os pés ficam constantemente afundados na areia extremamente fina.

Vista de cima das dunas
Vista de cima das dunas

Ao chegarmos ao topo, temos uma vista panorâmica de tirar o fôlego. As dunas se estendem até perder de vista e são pontuadas por diversas lagoas de águas verdes e azuis. Fizemos esse passeio no final de setembro e ainda pegamos as lagoas cheias. O nosso guia disse que esse ano choveu muito, por isso demos sorte. No ano passado, essas mesmas lagoas já estavam secas nessa época do ano.

Lagoa do Maçarico
Lagoa do Maçarico

Dali fizemos a descida para aproveitar a primeira lagoa, chamada Maçarico. Fomos o primeiro grupo a chegar no local, então aproveitamos para tirar muitas fotos e tomar banho em suas águas cristalinas por mais de 20 minutos. Com o tempo foi chegando mais e mais gente, mas nada que comprometesse a experiência, já que a lagoa é bem grande e é até mesmo possível tirar fotos sem que ninguém além de você apareça.

Foto embaixo d'água na Lagoa do Maçarico
Foto embaixo d’água na Lagoa do Maçarico

Uma dica que eu dou em tempos de celular, que muitas pessoas usam como câmera fotográfica nos passeios (eu incluso), é levar uma capa impermeável. A minha nada mais é que um plástico com fechamento especial, do tamanho ideal para comportar um iPhone. Já usei em diversas ocasiões e realmente não entra água, mergulho com ela tranquilamente. O bom também é que ela tem uma alça que mantenho em volta do pescoço, então não tem risco de o celular cair. Além de proteger da queda e da água, a capa deixa o aparelho livre da areia. E você pode tirar fotos embaixo d’água.

Lagoa do Clone
Lagoa do Clone

Depois que chegaram os outros grupos, passamos a andar mais ou menos juntos. Visitamos ao todo cinco lagoas, sendo que paramos para tomar banho em três delas: Lagoa do Maçarico, Lagoa do Clone (que recebeu esse nome porque foi utilizada como locação para filmagens da novela da Globo) e Lagoa Bonita, que é a maior delas e o principal destino no passeio. Essa última era a que estava com a água mais quentinha. Todas elas possuem água doce e temperatura agradável – ainda mais levando em consideração o calor que faz nessa região. Para esse passeio, acho bobagem levar toalha, pois o vento constante e o sol fazem com que você fique seco em poucos minutos. Além disso, a toalha ficaria com areia para o resto da vida – eu levei e não usei.

Lagoa Bonita
Lagoa Bonita

O guia me explicou que os Lençóis Maranhenses possuem milhares de lagoas, então muitas delas continuam sem nome. As que recebem uma denominação específica geralmente são aquelas mais visitadas pelos turistas, pois as agências precisam deixar claro qual é o passeio. Apesar das dunas sofrerem mudanças em suas formas e altitudes ao longo dos anos, as lagoas aparecem sempre nos mesmos lugares – foi o que o guia me disse, mas acredito que uma mudança lenta sempre aconteça.

Pôr-do-sol nos Lençóis Maranhenses
Pôr-do-sol nos Lençóis Maranhenses

Perto das 17h da tarde, saímos da Lagoa Bonita e iniciamos a subida ao topo da duna, por onde passamos no começo do passeio e que tem a vista panorâmica dessa parte dos Lençóis Maranhenses. Dali apreciamos o pôr-do-sol. Fiquei em pé mesmo, pois sentado você é constantemente golpeado pela areia que é trazida pelo vento. De qualquer maneira, é bem rápido e logo estávamos descendo o morro em direção aos carros – ainda bem que, para baixo, todo santo ajuda.

Tapioca e café ao final do passeio
Tapioca e café ao final do passeio

Lá embaixo, agora, duas das barraquinhas estavam abertas e vendiam tapiocas salgadas (com queijo) e doces (com coco e leite condensado), além de café, castanhas e produtos artesanais. Comi das duas tapiocas e achei muito gostosas, com a farinha bem fininha, diferente da que estamos acostumados a comprar no supermercado. Depois disso, foi tomar o caminho de volta pela turbulenta trilha. O sacolejo continuava o mesmo, mas com o cair da noite a temperatura estava mais agradável e a sensação de ter feito um passeio que vale tanto à pena nos fazia relevar qualquer incômodo. Pelo menos para quem não estava nas pontas, sendo atacados novamente pela vegetação local.

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