Para os passeios nessa região da Suíça eu me hospedei em Lausanne, já que a cidade ficava em um ponto central dos lugares que eu queria visitar (Genebra, Veytaux e Gruyères). Estrategicamente, me hospedei no Hôtel Rèsidence du Boulevard, que fica pertinho da estação de trem. Esse seria o transporte mais utilizado para ir e vir, uma vez que eu comprei o Swiss Travel Pass, um bilhete turístico que me permitia utilizar livremente o transporte público no país, incluindo trem, ônibus, metrô, tram (bonde) e barco, além de descontos nos teleféricos para subida nas montanhas.

Como chegar em Gruyères vai depender, obviamente, de onde você está saído. No meu caso, usei o Google Maps para fazer pesquisas de trajeto e escolher a melhor opção. Mas não me xinga pensando que eu fiz essa postagem simplesmente para dizer que você deve procurar as respostas em um aplicativo. Tem algumas dicas importantes, vai lendo. Para começo de conversa, você não deve colocar como destino “Gruyères”, pois o programa vai querer te mandar para o centro da vila. Quando fiz a busca assim, ele sugeriu um trajeto mais complexo, que envolvia ônibus. Coloque como ponto de chegada La Maison de Gruyère, a fábrica de queijo que você deve querer visitar. Ela fica juntinho da estação de trem, que também é chamada Gruyères – daí a possível confusão do aplicativo.
Como eu disse acima, o trajeto vai variar dependendo do seu local e horário de partida. De Lausanne, podem ser dois ou três trens. O Google Maps ainda pode sugerir algum trecho de ônibus. Geralmente eu opto por fazer menos baldeações, mas quando chegou o dia desse passeio eu já tinha viajado tanto de trem pela Suíça, estava me sentindo tão confortável nessas baldeações, que não me importei em ter que fazer duas. Minha viagem ficou assim: Lausanne → Romont → Bulle → Gruyères, totalizando cerca de 1h40 com três trens (duas trocas).

Nem preciso dizer que o transporte do país funciona de maneira exemplar. Você pode confiar nos horários e nas informações dadas pelo aplicativo, como horários e número de paradas em cada um dos trechos. Para facilitar, eu também tinha feito o download do mapa off-line, o que me permitia acompanhar as distâncias nessas viagens – só para sentir uma segurança a mais. De qualquer maneira, você precisa estar atento às descidas para troca de trem, o que pode ser feito pelos painéis que ficam em todos os vagões. Também é preciso observar o número da plataforma em que você vai pegar o próximo trem – algumas estações só têm uma plataforma, enquanto outras tem várias. Na foto acima eu já estava no último trecho (Bulle → Montbovon, com descida em Gruyères, antes de chegar ao destino final). Só ficar de olho nos painéis e placas que não vai rolar nenhuma dificuldade. Inclusive já tem aqui no Viajento uma postagem com perguntas frequentes sobre viagens de trem pelo país, vale a pena dar uma lida.

Depois de visitar La Maison du Gruyère, você pode ir caminhando até a vila medieval em si. O trajeto de menos de 1 km é bem sinalizado, mas já dá para ter uma ideia no mapa interativo disponibilizado acima. O trajeto, mais uma vez, tem mais de uma opção, então eu vou falar especificamente de por onde eu passei. Logo que você sai da estação, você tem a opção de iniciar a subida pela estrada ou por uma trilha para pedestres. Escolhi a segunda porque me pareceu mais interessante andar entre árvores. A inclinação é leve e não tem erro, já que o caminho é marcado pedrinhas brancas e alguns degraus de madeira.

Uma bifurcação aparece quando se dá de frente para essa pequena capela. Ela estava aberta e aproveitei para dar uma olhada lá dentro. O interior é bem simples e charmoso, com chão de pedra, bancos de madeira e um altar. Tem até um pequeno vitral, vale a pena conferir se a porta está aberta. Dali eu segui para a esquerda, como indicava a placa. O caminho da direita dá uma volta desnecessária, apenas dando acesso a alguns estacionamentos pelo caminho.

Quando você pensa em uma caminhada subindo para chegar até o centro da vila pode parecer cansativo, mas confesso que eu achei agradável. Você anda entre as árvores, passa pela capela, vai margeando pastos com ovelhas e tem uma bela vista da região. Eu fui na primavera e o clima estava bem agradável, até friozinho.

Já no destino, fui surpreendido por uma agradável vila com construções em volta de uma rua larga que funciona como grande praça com calçamento de pedra e uma fonte no centro. Confesso que a minha vontade foi ter reservado um dia para dormir em Gruyères. Caso tenha interesse, dê uma pesquisada nas opções de hospedagem da região.

A maioria das atrações turísticas se encontra nessa rua principal, que conta com chocolaterias, restaurantes, museus e outros pontos de interesse. Ali estão o Museum HR Giger e o seu bar anexo, que trazem uma experiência única e totalmente contraditória da paisagem da região, já que se trata do criador do universo dos filmes do Alien e outras ficções científicas. Já no fim dessa caminhada, está o grandioso Château de Gruyères, um castelo com séculos de história. Talvez você saia da rota apenas para visitar a principal igreja católica da área, a Église Saint-Théodule. No mais, é aproveitar a visita e, ao final do passeio, fazer o mesmo caminho de volta.
Que lugar bonito parece ser muito receptivo ao visitantes, tenho muito curiosidade em conhecer uma vila medieval, tomara que um dia consiga viajar para a Suiça e possa fazer esse trajeto que você descreveu.
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