Durante a minha estadia na Suíça, usei a linha ferroviária em todas as minhas viagens de uma cidade para outra, além de bate-e-voltas para passeios em lugares próximos. A realidade faz jus à fama do país em termos de organização e pontualidade e essa é a melhor forma de se locomover em grandes distâncias, principalmente para quem, como eu, adquirir o Swiss Travel Pass, que permite viagens ilimitadas sem a necessidade de trocar bilhetes nas estações. Se teve um lugar em que eu não senti a menor falta de ter um carro, foi nesse país. Para ajudar, fiz uma postagem bem completa sobre viagens de trem pelo país.
No caso de Genebra, usei a estação por dois dias. Eu estava hospedado em Lausanne, cidade que ficava em um ponto mais central para os passeios que eu queria fazer. Ali eu fiquei no Hôtel Rèsidence du Boulevard, do ladinho da estação central da cidade. Mas vamos falar de Genebra.

François Bartholoni era descendente de uma família florentina refugiada em Genebra por serem protestantes – na época, perseguidos pelos católicos. Depois de viver em Paris por alguns anos, onde foi pioneiro na construção dos caminhos de ferro, voltou para a Suíça e criou essa estação. A construção tinha por objetivo ligar Genebra a Lyon, na França, e ele mesmo escolheu o local e financiou todo o projeto. Muito dedicado à cidade, também foi ele quem mandou construir o Conservatoire de Musique (1858), a Villa Bartholoni, considerado o mais belo edifício em estilo neoclássico de Genebra e onde funciona agora o Musée d’Histoire des Sciences, e sugeriu ao Conselho Federal a criação da Societé Générale des Chemins de Fer Suisses (1863), que é atualmente o SBB-CFF-FSS.
Em 1909, um incêndio destruiu o prédio, mas a estrutura foi reerguida pela sociedade. Anos depois, quando a Liga das Nações se instalou na cidade, foram realizadas grandes obras na região, incluindo a reconstrução integral da estação.

Como se pode imaginar, trata-se de um movimentado centro de transporte, por onde passam mais de 85.000 passageiros por ano e 230 comboios diários. Além de ser o ponto de partida da linha Genebra-Lausanne e para o resto da Suíça com os SBB-CDD-FFS, essa é uma estação internacional que faz ligação com a França, incluindo Paris. São “apenas” oito plataformas, o que pode ser considerado relativamente pequeno quando comparado à gigantesca Hauptbahnhof de Zurique. Existem planos para ampliar esse número.
Apesar do nome oficial ser apenas Genève, cada vez mais ela essa estação é chamada de Genève-Cornavin, o que ajuda a diferenciá-la da estação Genève-Aéroport. Sim, é possível ir do aeroporto para o centro da cidade de trem e o trajeto dura cerca de dez minutos. Se você pegar a linha direta, o trajeto entre as duas estações será de apenas seis minutos. Mas se você tiver dificuldade com o idioma local, chegar em um horário ruim ou simplesmente quiser mais conforto, é possível contratar um transfer particular para te deixar direto na porta da sua hospedagem.

Para quem estiver de passagem pela cidade e quiser aproveitar para fazer um passeio, há armários disponíveis para deixar a mala – o valor varia dependendo do tamanho. Você pode até dar uma renovada no corpo porque a estação conta com banheiros e chuveiros, que também são pagos. Dali dá para ir caminhando até o lago – são cerca de 700 metros de distância.
Mas o que me chama a atenção mesmo nessas estações grandes da Suíça é que elas são um verdadeiro shopping center, com várias lojas. A grande vantagem é que elas abrem todos os dias e em horário estendidos. Eu usei muito as estações de trem para ir no supermercado. Lá também tem loja da Salt., que foi a companhia telefônica em que comprei um chip local para ter internet à vontade durante toda a viagem.

Se você reparar na porta desse Migros, vai ver que ele fica aberto até as onze horas da noite. O Coop Supermarché também fica até bem tarde, fecha lá para a meia noite. O que acontece é que os supermercados de rua funcionam até umas 19h, um horário em que muitas vezes você ainda está passeando. Além disso, possuem horários limitados no fim de semana e muitas vezes nem abrem no domingo, o que é meio surreal para nós, brasileiros. A opção é aproveitar as unidades da estação de trem para quando tiver que comprar algo. A lista completa de lojas pode ser encontrada na página oficial.

Além dos trens, esse terminal possui ligação com o transporte público da cidade. A estação Cornavin, que fica na superfície, é ponto de para de algumas linhas do tram (bonde elétrico) e de vários ônibus. Eu usava o Google Maps para pesquisar quais transportes usar e os horários e deu super certo.
Olá, estou indo pra Genebra e devo chegar nesta estação. Vc sabe me dizer se nela é possível pegar a passagem gratuita de trem para turista? Li que no aeroporto quando desembarca vc consegue retirar essa passagem grátis.
Obrigado
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Oi, Marcos. Infelizmente não sei informar… eu fiquei hospedado em Lausanne e lá as hospedagens davam esse passe para uso de transporte na cidade, não para viagens.
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Isso eu vi, que os hotéis entregam esse cartão para os hospedes. Mas queria saber se quando chegar nessa estação (antes de ir pro hotel) se eu conseguiria esse pegar esse cartão.
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Realmente não sei dizer
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