Centro histórico

Lugano – Passeio pelo centro histórico

Lugano, a maior cidade da região de Ticino, é não apenas o terceiro mais importante centro financeiro, bancário, comercial e de conferências da Suíça, mas também um local com diversos atrativos turísticos. Com uma atmosfera mediterrânea, combina as modernidades de uma metrópole mundial com as características de uma pequena cidade. Entre os destaques das partes mais naturais, estão o Monte San Salvatore, o Monte Brè e o Parco Ciani. O visual é bem diferente, entretanto, no centro histórico, que mistura prédios antigos, igrejas, museus, lojas e sedes de grandes empresas.

Cisne branco na beira do lago
Cisne branco na beira do lago

Para chegar ao centro histórico, comecei saindo do ibis budget Lugano Paradiso, onde fiquei hospedado, e fazendo uma caminhada extremamente agradável às margens do lago pelo Giardino Belvedere. Além da vista maravilhosa das montanhas e pequenas vilas às margens do lago, o local ainda é saída para os passeios de barco e observação da vida selvagem, como os cisnes brancos que encantam os turistas.

No finalzinho desse parque se encontra o Lugano Arte e Cultura, um espaço onde acontecem apresentações de peças de teatro, orquestras, exibições artísticas e outros eventos diversos.

Chiesa Santa Maria degli Angioli
Chiesa Santa Maria degli Angioli

Ao lado desse centro cultural encontra-se a Chiesa Santa Maria degli Angioli. A igreja, que fazia parte de um monastério franciscano, é do estilo romântico tardio e foi construída a partir de 1499. A iniciativa partiu dos cidadãos da aldeia, em ação de graças por dois eventos importantes. O primeiro deles era para comemorar a paz alcançada após as lutas entre guelfos e gibelinos. Em segundo lugar, pretendiam agradecer aos franciscanos por seu trabalho de caridade durante a praga de 1498. A igreja continua lá, mas o monastério deu lugar a um hotel.

Afresco da Chiesa Santa Maria degli Angioli
Afresco da Chiesa Santa Maria degli Angioli

Apesar de parecer ser bem simples quando vista do lado de fora, com a sua fachada austera em pedra, a igreja abriga o mais famoso afresco renascentista da Suíça, que cobre toda a parede da nave. A obra é do pintor Bernadino Luini. Entre os afrescos pintados por ele nessa igreja, está a Paixão e Crucificação de Cristo, datada de 1529. A visita é gratuita e não há necessidade de ser uma pessoa estudada em arte para apreciar a beleza dessa obra-prima, então não tem desculpa para passar por ali sem entrar. Outros destaques da igreja são o altar-mor em madeira, do século XVIII, e o órgão, construído em 1965.

Funicolare degli Angioli
Funicolare degli Angioli

Outro destaque dessa parte é o Funicolare degli Angioli, que fica ao lado da igreja. Esse foi o quarto funicular de Lugano e, certamente, o mais conhecido. Criado em 1913, ligava o lago a grandes hotéis. Na linha única, de apenas uma mão, corria um carro com 4 compartimentos e capacidade para 26 passageiros. O serviço está fechado desde 1986 e não há previsão para sua reabertura, apesar dos inúmeros pedidos feitos pela população local e o funicular ter sido definido como bem cultural. Ao lado dos trilhos, uma longa escadaria liga a Via Nassa e a Via Giuseppe Motta.

Via Nassa
Via Nassa

Falando em Via Nassa, esse foi o próximo ponto por onde eu passei. Essa rua fechada é o point chique das compras, com várias boutiques, antiquários, livrarias e joalherias. É gostoso caminhar ali porque não passam carros e por 270 metros você pode ir à sombra das arcadas, o que torna o passeio agradável mesmo em dias quentes. Nessa rua você encontra lojas da Louis Vuitton, Ermenegildo Zegna, Gianni Versace, Lacoste, Gucci, Prada, Hermes, Armani e muitas outras, além de lojas de departamento e empórios de dar água na boca. Eu só passei olhando as vitrines porque, além de de dificilmente fazer compras durante esses passeios, achei tudo na Suíça muito caro. Se você tiver como objetivo visitar as lojas, preste atenção ao dia porque, apesar de ser uma área muito turística, elas não abrem aos domingos.

Piazza della Riforma
Piazza della Riforma

Depois de percorrer pouco mais de 400 metros pela Via Nassa, você chega à Pizza della Riforma, a principal praça de Lugano. Em 1798, a Piazza Grande foi palco da batalha entre Cisalpini e os Volontari Luganesi, que garantiu a independência de Ticino do governo estabelecido por Napoleão. Um ano depois, outro evento histórico se deu no mesmo local, o massacre de Abbot Vanelle, editor da Gazzetta di Lugano, um jornal progressista impresso nessa praça pelo tipógrafo Agnelli. Felizmente, atualmente é um lugar calmo e ideal para os turistas e moradores locais relaxarem e aproveitarem seus muitos bistrôs e restaurantes. Eu cheguei a dar uma olhada nos cardápios, mas acabamos optando por deixar para comer mais tarde perto do hotel, no Verace Ristorante Pizzeria.

Palazzo Civico
Palazzo Civico

Entre os prédios em volta da praça, destaca-se o Palazzo Civico, sede da prefeitura construído entre 1842 e 1844. Devido à sua localização, eventos políticos mais recentes aconteceram na Piazza della Riforma. Em cerca de 1870, sob as arcadas, os conservadores fizeram do recém-aberto Caffé Federale o seu lugar de encontro. Os liberais eram claramente vistos como personas non gratas no local.

Chiesa di San Rocco
Chiesa di San Rocco

Depois de dar umas voltas na praça, comecei a andar pela Via Canova, passando pela Chiesa di San Rocco. Sua história tem início com a construção de uma igreja dedicada a San Biagio, em 1349, que foi, posteriormente, destruída. A reconstrução começou em 1528 e, depois de quase imediatamente interrompida, foi retomada em 1580. Detalhe: na foto acima é possível ver, na rua, dois pinos de metal que impedem a passagem dos carros. Fiquei observando e eles descem automaticamente, acionados por controle remoto ou algum tipo de detecção de veículos autorizados. Só comentando, achei interessante.

Afrescos da Chiesa di San Rocco
Afrescos da Chiesa di San Rocco

Assim como outras igrejas que visitei na Suíça, essa também tem seu interior surpreendente quando comparado com a fachada simples de pedra. A igreja tem um plano de nave única encimado por uma luneta abobadada, terminada com um coro construído no século XVIII. Vale a pena dar uma entradinha para ver os afrescos que ocupam a maior parte das paredes e do teto.

Eros Bendato
Piazza Indipendenza

Minha última parada no centro histórico foi na Piazza Indipendenza. Ali, destaca-se o obelisco que fica no centro da praça, mas o que me chamou mesmo a atenção foi a escultura chama Eros Bendato, do artista polonês Igor Mitoraj. Há várias delas espalhadas pelo mundo e a cabeça caída de lado com vendas próximas aos olhos e boca pode ser interpretada de diversas maneiras. O legal é que ela é oca, então muita gente entra e tira fotos lá dentro, aparecendo para a câmera através dos olhos perfurados.

Depois de dar uma volta pela praça, segui o passeio pelo Parco Ciani, um ótimo lugar para terminar o dia devido à vista privilegiada do pôr-do-sol sobre o Lago di Lugano.

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