Dizem que o Monte Brè é o ponto mais ensolarado da Suíça. O seu topo proporciona uma linda vista panorâmica da região, incluindo os Alpes Suíços, o lago e a cidade de Lugano. Talvez por isso mesmo, a charmosa vila de Brè tenha atraído numerosos artistas.
Nesse dia eu já tinha passado a manhã no Monte San Salvatore, depois fiz o passeio de barco com almoço pelo Lago di Lugano e terminei com a subida ao Monte Brè. Depois disso tudo eu ainda passaria no ibis budget Paradiso Lugano, onde eu estava hospedado, para pegar a minha mala e correr para a estação de trem e seguir viagem. Embora não tenha feito tudo que gostaria, deu para aproveitar.
Para subir a montanha, peguei um ônibus em Lugano até a Società Funicolare Cassarate Monte Brè, onde fica a bilheteria do funicular. Com isso, fui direto para a segunda etapa da subida. Outra opção teria sido ir de barco de Lugano até o porto de Cassarate, pegar o pequeno trecho de funicular que liga Cassarate → Ruvigliana (ou Suvigliana) e, daí sim, começar a subida para o topo do Brè.
Para se ter uma ideia, a primeira parte possui apenas 196 metros de extensão, enquanto a segunda percorre 1403 metros de trilhos. O percurso completo pode ser visto no mapa interativo acima. Dando um zoom no percurso marcado por um azul/verde/cinza/claro você conseguirá entender melhor.

O importante é chegar até a Società Funicolare Cassarate Monte Brè, também chamada de Funicolare Ruvigliana. Ali fica a bilheteria onde comprei o ingresso de ida e volta. Cheguei lá no meio da tarde e o movimento estava bem tranquilo, sem nenhuma fila. Como eu estava viajando com o Swiss Travel Pass, paguei metade do preço. Os preços podem ser consultados na página oficial, bem como condições especiais para crianças, adolescentes e estudantes.

Uma dica importante é que você guarde o bilhete, pois será necessário ler o código de barra para passar na catraca, tanto na subida, quanto na descida. É interessante porque todo o serviço de transporte da Suíça é liberado desse tipo de controle – você entra no metrô, no tram, no ônibus urbano e até mesmo nos trens de viagem entre uma cidade e outra sem ter que mostrar nada para ninguém. Quando é viagem, normalmente passa depois algum funcionário conferindo os bilhetes, mas no transporte urbano não vi ninguém. Obviamente que isso não quer dizer que você possa andar sem pagar, mesmo porque a multa é alta se você for pego. Mas existe essa confiança. No caso das subidas para as montanhas, o controle é bem mais rígido.

Essa subida não é tão interessante quando a Monte San Salvatore. A vista é mais voltada para a cidade, a inclinação parece ser menor e o teto não é panorâmico, então a vista fica comprometida em quase todo o tempo pela vegetação. O primeiro trecho (Cassarate → Ruvigliana) demora apenas 4 minutos e o carro tem capacidade para 30 pessoas, enquanto o segundo (Ruvigliana → Monte Bré) leva 12 minutos até o topo e até 68 passageiros.

Ao chegar no topo do monte, você encontrará placas que indicam trilhas com diferentes pontos de vista, dificuldades e extensões. Uma das sugestões é ir em direção a Aldesago para alcançar a vista panorâmica sobre a vila, tomar o caminho em direção a vila de Brè e depois voltar para o topo do morro, onde você poderá pegar o funicular de volta para a cidade. O trajeto completo possui apenas 2,6 km e pode ser feito a pé em menos de duas horas. Também há a opção de alugar uma bicicleta para um período ou o dia inteiro. Como se pode imaginar, tudo é bem sinalizado. Esse é o caminho básico, mas há sugestões de trajetos com mais de 10 km.

A vila de Brè fica do lado oposto à subida do funicular, na parte leste do monte. Seus principais atrativos são a arquitetura das casas, no típico estilo de Ticino; a Chiesa dei Santi Simone e Fedele; a tradicional fonte de água Piazzetta Lavatoio de Brè; e o Museo Wilhelm Shmid, que funciona na antiga moradia do artista e abriga uma exposição de suas obras. Brè possui poucos habitantes e manteve suas características de vila rural intactas. É possível comprar somente o bilhete de subida de funicular para o monte, ir caminhando até a vila e depois voltar de ônibus para Lugano.

Para quem quiser comer, há duas opções de restaurante no topo do monte. A Osteria Funicolare é um pub que trabalha com a gastronomia tradicional regional e tem um terraço com vista para a parte leste do lago. Você certamente vai vê-lo assim que desembarcar do funicular, pois elefica exatamente no local de chegada. Atrás desse restaurante há uma pequena igreja, o Oratorio di Santa Maria Assunta.

Já o Ristorante Vetta fica a cerca de 150 metros e está voltado para a parte do lago que margeia a cidade de Lugano. No caminho, você passa por um playground, que tem um espaço interessante para fazer um piquenique, caso queira economizar na refeição. Outra opção econômica é comprar o bilhete do funicular + prato do dia, que serve tanto para a osteria quanto para o restaurante.

Um pouco além do restaurante fica a Terraza panoromica, de onde se tem uma vista deslumbrante da região, incluindo o lago, a cidade e o Monte San Salvatore. Na minha opinião, vale a pena subir nos dois montes, pois são experiências diferentes e é possível combinar ambos em apenas um dia – a não ser que você queria fazer as caminhadas pelas trilhas mais longas, o que eu também acho que deve ser uma experiência fantástica.
Terminado o passeio, desci novamente pelo funicular e voltei para Lugano. Ainda nesse dia, eu peguei o trem para a viagem mais longa que fiz pela Suíça, com direção a Lausanne. Quer dizer, isso considerando que o Bernina Express não foi uma viagem, mas sim um passeio.
Olá, tudo certo?
Muito massa essa viagem para a Suíça. Iremos a Milão e passaremos um dia em Lugano. Temos interesse em subir o Monte Bré. Fiquei com uma dúvida: a Vila de Bré fica distante do ponto de chegada do furnicular no topo do morro?
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Tudo certo, Luis. Fica a uns 30 minutos de caminhada, mas dá para ir de funicular também.
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