As minhas idas a Morro de São Paulo me deixaram bastante satisfeito por motivos diversos. O clima do local é super tranquilo, como deve ser em um passeio que você vai com o objetivo de relaxar corpo e mente do dia-a-dia da vida bandida. O fato de não circularem carros por lá é um alívio tremendo, pois tira de todos a preocupação com trânsito, local para estacionar, preço de gasolina, etc. A vila é pequena, então tudo o que você precisa é de fácil acesso, mesmo que a localização da sua hospedagem não seja a mais estratégica. Há opções de ótimos restaurantes, que podem servir comida baiana ou focar na culinária de países diversos. E ainda existe um viés histórico, já que a ilha foi ocupada desde os primórdios da colonização do Brasil e algumas construções antigas servem como testemunho da sociedade de séculos atrás. Enfim, muita coisa boa em um só lugar. Mas, é claro, o grande destaque para os turistas são as praias, com suas paisagens paradisíacas.

Em Morro de São Paulo é fácil entender a disposição das praias porque elas não poderiam ter nomes mais claros: primeira, segunda, terceira… A Primeira Praia é bem pequena e fica aos pés do Morro do Farol. Também é destaque na programação aventureira da cidade, já que quem desce da tirolesa cai nas suas águas. Com poucas barracas, é um lugar calmo, com piscinas naturais e intensa vida marinha entre os recifes de corais.
Não cheguei a passar um dia na Primeira Praia. Entrei no mar e curti um pouco ficar deitado ali nas águas rasas e calmas, com uns peixinhos que parecem ter confundido meus dedos branquelos com minhocas, já que ficavam me mordiscando, mas logo depois segui minha caminhada na direção sul.

A Segunda Praia é, sem dúvida alguma, a mais agitada da região. A faixa de areia entre o mar e os restaurantes, pousadas e comércio em geral é bem extensa, permitindo que seja colocada ali uma ótima estrutura para atender aos turistas. Além de muitas barracas de cadeiras, há espaço para a prática de esportes como vôlei. O pessoal também aproveita as águas calmas do mar para fazer o stand up paddle, que consiste em ficar em pé em uma prancha e remar – algumas pessoas se adaptam bem e conseguem dar várias voltas para apreciar a paisagem, enquanto outras procedem em uma sequência de tombos que parece não ter fim. Essa praia também é destaque na programação noturna da cidade, com várias barraquinhas de drinks e música ao vivo.

O grande destaque da Terceira Praia é por ser local de saída dos passeios de barco, notoriamente os que fazem o tour Volta à Ilha, o mais famoso da região. Na parte em que há restaurantes, agências de turismo e pousadas, a faixa de areia é bem limitada e fica totalmente encoberta na maré cheia, então não é o melhor local para banho. Nesse momento, o trajeto precisa ser feito pela passarela de madeira se você não quiser se molhar todo.

Continuando a descida para a parte sul da ilha e se afastando da parte com maior concentração de construções, chega-se à Quarta Praia. Trata-se de um local mais voltado para a caminhada e contato com a natureza, já que o número de turistas se reduz drasticamente e as poucas barracas ficam afastadas umas das outras. Para quem busca tranquilidade, é um ótimo local para passar o dia.
Se tiver muito ânimo, é possível caminhar até a Quinta Praia, também chamada de Praia do Encanto. Como a paisagem não muda muito, confesso que eu preferi ficar na quarta, já que ainda teria que fazer o caminho de volta e não estava disposto a encarar quilômetros de caminhada na areia. Além disso, como essas praias são mais isoladas, ouvi boatos de que há registros de roubos a turistas, então preferi não arriscar.

As piscinas naturais da Praia de Garapuá são um dos pontos de parada do passeio Volta à Ilha. Não visitei a parte da areia em si, já que o barco nos deixa mais para dentro do oceano. Ali ainda dá pé, então não é preciso saber nadar. O grande destaque é para os cardumes de peixes que circulam entre os recifes de corais, então é bom estar equipado com um snorkel e câmera/celular à prova d’água. No meu caso, levei meu celular dentro de um desses cases de plástico – não se esqueça de verificar antes a qualidade do produto para evitar danos ao seu equipamento e use sempre com uma cordinha presa ao braço.

Também com piscinas naturais e vários peixinhos, as piscinas naturais da Praia de Moreré ainda possuem bar no meio do mar com venda de bebidas. O pessoal encarou uma cerveja para refrescar um pouco do sol que fazia no dia, mas eu continuei focado no snorkeling. Mesmo porque, o trajeto feito pelo barco é bem agitado e algumas pessoas passam mal – prefiro não arriscar.
Também durante o passeio Volta à Ilha, fizemos paradas em Boipeba, mas o tempo foi usado basicamente para o almoço e uma caminhada que passa pela parte central da vila. Além disso, passamos por Canavieiras e Cairu antes de voltar para Morro de São Paulo.

A Praia de Gamboa é pouco explorada pelos turistas, que preferem o acesso fácil às praias mais famosas de Morro de São Paulo. Apesar disso, algumas pessoas se aventuram a fazer uma caminhada até o local, o que eu recomendo principalmente se você vai passar muitos dias na ilha e busca diversidade de passeios. Os grandes destaques de Gamboa são a tranquilidade e o paredão de argila com propriedades hidratantes – os mais animados se besuntam da cabeça aos pés, como se fosse realmente uma fonte da juventude. É, no mínimo, divertido. No trajeto para o local, também se passa pela Praia da Pedra, um local extremamente tranquilo e com formação de piscinas naturais.

A Praia do Porto de Cima é, como o próprio nome sugere, aquela que fica abaixo do cais. Vista pela maioria dos turistas que chegam à cidade de catamarã ou outras embarcações, não é um local muito frequentado porque a faixa de areia só aparece na maré baixa. Eu comecei ali a minha caminhada até a Praia da Gamboa. Já para o norte do cais, quando se faz a caminhada até as ruínas da Fortaleza do Tapirandu, está a Prainha do Forte. Assim como a anterior, a areia fica encoberta pelo mar em grande parte do tempo e o local não é muito frequentado pelos visitantes.
Existem ainda outras praias na região, mas essas foram as que eu visitei. Algumas são menos acessíveis e ideais para quem curte fazer trilha e buscam um ambiente mais sossegado. Outras a gente até passa durante passeios de barco, mas nem fica sabendo o nome. De qualquer maneira, o que vale é destacar que a ilha é um local pode e deve ser explorado, porque há muito o que se descobrir.