Você pode passar toda a sua estadia em Morro de São Paulo sem pagar por nenhum passeio. Afinal de contas, as visitas ao Farol do Morro, aos mirantes, à Igreja Nossa Senhora da Luz e o uso das praias, entre outros atrativos, são gratuitas. Nesse caso, você só gasta mesmo com a hospedagem e alimentação. Mas esse passeio que faz uma volta à ilha de Tinharé é praticamente obrigatório para conhecer melhor a região, então vou falar detalhadamente sobre ele.
Assim que você desembarca (se for de barco, como a maioria dos mortais) em Morro de São Paulo, o pessoal que trabalha carregando as malas aproveita o momento para oferecer hospedagem, comida, a sogra, a vida e… esse passeio. O que eu posso dar de conselho quanto a isso é que não há necessidade de tomar decisões precipitadas.

Muitas agências de turismo fazem esse passeio todos os dias, então a oferta é muito grande. A procura é maior na alta temporada, mas o que observei nas duas vezes que eu fui, em maio e novembro, é que eles ficam realmente correndo atrás de passageiros para completar os barcos. Sendo assim, faça a sua escolha com calma, visitando os escritórios das empresas que ficam ao longo da rua principal da cidade ou na Terceira Praia para ver qual lhe inspira mais confiança. Dessa última vez eu fui pela Coraltur e fiquei satisfeito com o serviço prestado.
Eu fechei esse passeio no dia, literalmente na hora mesmo da saída do barco – geralmente por volta das 9h da manhã. A desvantagem de se programar com muita antecedência é depender do clima para ter total aproveitamento. Em contrapartida, também é importante não ficar enrolando e deixar para a última hora, vai que chega uma maré (hehe) de azar e começa a chover todos os dias? Então, se você tem interesse, já faz esse passeio logo no começo da viagem. Para quem prefere se programar antes e não quer correr o risco de chegar lá em alta temporada e não ter vagas, a opção é fazer a reserva online do tour de lancha pelo arquipélago.

Independente da agência escolhida, os passeios saem da Terceira Praia de Morro de São Paulo. Na foto acima, é possível ver a fila de pessoas caminhando pelo mar em direção aos barcos. É bem assim mesmo que funciona: você já começa molhando as pernas até a altura do joelho para embarcar, então é bom pensar no que vai vestir. Aliás, também é importante pensar nos itens que vai levar, já que entra bastante água no barco durante o trajeto e não é legal ter nada que vá estragar se molhar. Celulares e câmeras devem ficar preferencialmente protegidos dentro de capinhas à prova d’água ou sacolas.
O quanto você vai se molhar no barco também depende do lugar que você escolher ficar. Por isso é bom ser esperto e chegar primeiro para poder escolher estrategicamente de acordo com a sua preferência. Geralmente o pessoal que se molha mais é o que fica na frente. Além disso, ali sacode bem mais porque fica subindo e descendo o tempo todo, então não é o lugar ideal para quem costuma sentir enjoo no mar. A parte mais tranquila nesse sentido é atrás, mas a vista pode ficar um pouco prejudicada. Eu escolhi pelo fator sombra: depende do tipo de barco que você vai pegar, mas no meu caso foi melhor na parte central. Uma dica: se você quer fugir do sol, sente-se do lado direito, mas leve também uma toalha de praia ou canga para se enrolar, porque em vários momentos não tem como se esconder. Como venta muito, o uso de chapéus e bonés fica comprometido.

A primeira parada é nas Piscinas de Garapuá, com suas águas calmas e transparentes. Na verdade, a visibilidade vai depender do nível da maré, do sol e da quantidade de pessoas no local, já que a movimentação faz com que os sedimentos se desloquem do fundo. A observação é melhor com o uso de óculos de mergulho e snorkel para respiração – se você não tem esse equipamento, pode alugar por cerca de R$10,00 com uma das pessoas que ficam circulando pela Terceira Praia. Depois eles buscam no final do passeio ou na sua hospedagem. As águas ali são um pouco mais profundas do que em Morro de São Paulo, sendo que em alguns pedaços não dá pé, então o ideal é saber nada. Como a gente fica circulando com a cabeça embaixo d’água, é importante prestar atenção para não esbarrar nas outras pessoas. Também é preciso tomar cuidado com os corais, já que as pedras e conchas podem te cortar facilmente.

A segunda parada é nas Piscinas de Moreré, onde também é possível utilizar o snorkel para ver os peixes que ficam próximos aos recifes de corais. Se você já estiver cansado dessa atividade, pode ficar simplesmente relaxando no mar ou aproveitar para comprar uma bebida no bar – mas lembre-se que depois seguimos viagem e você corre o risco de ficar enjoado com o balanço. Aliás, devo destacar a importância de levar água e lanches leves, tipo biscoitinhos ou barrinhas de cereal. Esse é um passeio que dura o dia inteiro com apenas uma parada significativa para refeição na hora do almoço, então é legal estar preparado para dar umas beliscadas entre uma parada e outra.

Falando em comida, nessa hora todo mundo já está um pouco cansado e querendo comer algo com mais sustância. A parada na Praia da Cueira é basicamente para o almoço e o único lugar à vista é o Guido Restaurante. Antes de se dirigir à barraca, o guia explica aos passageiros os próximos passos: temos uma hora no local, depois da qual é possível seguir na embarcação até o porto de Boipeba ou ir a pé, visitando a vila, com ou sem a orientação de um guia. O caminho não é muito óbvio, então vale mais a pena pagar o rapaz, caso você tenha interesse de conhecer um pouco sobre a história local. Não é um passeio imperdível, mas achei melhor do que ficar eternamente dentro do barco sem fazer nada. Enfim, você decide o que quer fazer e parte para o restaurante – novamente é bom ficar esperto para ir na frente das outras pessoas, já que todas as agências parecem fazer a parada nesse mesmo local e as mesas ficam cheias.

O Guido Restaurante é especializado em lagostas. Eu nunca tinha comido lagosta e aproveitei a oportunidade para experimentar. Nesse caso, ela já vem partida em vários filezinhos existem diversas opções (na manteiga, no mel, com abacaxi, com banana da terra, grelhada na casca, moqueca, etc.). Há pratos com outros frutos do mar como camarões, peixes e polvo, além de carne ou frango. Os pratos são para duas pessoas loucas esfomeadas, ou seja, servem três adultos com tranquilidade. Para pedir o prato individual, paga-se 60% do valor total. Eu achei a comida bem gostosa, mas confesso que não fiquei enlouquecido com lagosta como algumas pessoas são. Obviamente, o preço é um tanto salgado.
Após o almoço, quem optou pela mordomia pega o barco e quem optou por queimar parte do que acabou de comer faz uma caminhada até o porto. O trajeto passa por uma grande fazenda, faz uma pequena parada em uma casa onde estão expostas ossadas de seres marinhos diversos (não é preciso pagar) e segue pelo centro da vila de Boipeba. O guia vai explicando sobre a população local, alguns pontos históricos como a igreja e a praça, a economia baseada no turismo e pesca e essas coisas. Do nosso grupo, apenas uma família decidir seguir no barco – você pode deixar os seus pertences lá dentro, mas é importante que eles estejam bem seguros para não correr o risco de caírem no mar.

Já no caminho de volta, passamos para o outro lado da Ilha de Tinharé. Essa parte do passeio parece mais um rio do que o mar em si, não sei qual é a classificação correta. O fato é que fazemos uma parada em Canavieiras. Basicamente são uns bares ou restaurantes flutuantes em que a principal atração são as ostras. Eu nunca comi ostra e eu já tinha experimentado uma coisa inédita nesse dia, as lagostas, então nem quis me aventurar. Confesso que a cara e a textura desse bicho realmente nunca me atraíram, mas tem quem ame. Para quem não ama, como eu, o melhor é ficar dentro do barco e descansar um pouco – nessa parte do passeio já estava todo mundo morto, principalmente por causa do calor que fazia no dia.

O último local visitado é Cairu, município a que pertence Morro de São Paulo. A parada ali é um pouco mais longa que as outras. É preciso pagar um valor para o uso da Marina de Tinharé, onde o barco fica ancorado. Algumas pessoas decidiram ficar esperando, enquanto outras seguiram pelo passeio indicado pelo guia. Aqui se tem o mesmo problema que na chegada a Morro de São Paulo: algumas pessoas extremamente insistentes oferecendo seus serviços. Fui avisado de que eles simplesmente começam a falar com você e vão te guiando, só cobrando no final. Se você fizer questão, lembre-se de combinar um preço antes. Caso não esteja interessado, deixe isso bem claro e vá andando por conta própria em direção ao morro.
Os pontos de interesse em Cairu são as construções antigas e históricas, que você pode observar enquanto caminha pela cidade; a Matriz de Nossa Senhora do Rosário, que estava fechada nas duas vezes que eu fui a Cairu, mas que é bonita de se ver por fora; e o mosteiro.

Originalmente, Cairu era habitada pelos índios Aimorés. A região passou a ser tomada na primeira metade do século XVI, quando Francisco Romeo, administrador da Capitania de São Jorge dos Ilhéus, iniciou a povoação do local. Em 1610, foi criado o município denominado Vila de Nossa Senhora do Rosário de Cairú, que significa “casa do sol” em tupi.
O grande destaque, entretanto, é o Convento e Igreja de Santo Antônio, que chamamos de mosteiro. O edifício começou a ser erguido em 1654, levando cerca de um século para ser concluído. A fachada da igreja é considerada uma obra-prima de grande importância histórica, já que foi a primeira manifestação da arquitetura e arte barroca no Brasil. A visita ao interior do convento é paga e vale a pena principalmente para quem gosta passeios pela história. Se você tem interesse de fazer esse passeio, é importante que se dirija ao local assim que chegar a Cairu para não se atrasar e deixar os outros passageiros esperando pela sua volta ao porto.

Dali seguimos viagem para retorno a Morro de São Paulo. Nessa parte, o sol já está indo embora e a vista fica muito bonita. Dá para aproveitar e ficar um pouco na passarela do porto para tirar umas fotos e ver o pôr-do-sol. E assim termina o dia de passeio, bem cansativo, mas muito bonito! O mapa abaixo destaca, na linha azul, todo o trajeto percorrido pelo barco.
O passeio prometem um monte e na hora não é nada do que prometem… 1) nós tivemos que aguardar pelo guia. Chegamos antes da hora solicitada 9:20h e esperamos até 10:05h quando apareceu o guia. Na lancha rápida altamente desconfortável foram 40 minutos ate a primeira prometida piscina natural e não pudemos descer por uma desculpa esfarrapada do comandante (vários relatos mostram que é só colocado no roteiro mas ninguém para) .. depois mais 30 minutos pra segunda piscina natural . Não alguém máscara é totalmente desnecessário ( somente pra tirar R $ 15,00). Mais 5 minutos até a praia para i comandante se livrar dos passageiros… não há opção de outro restaurante somente da lagosta que simplesmente cobram 50% mais caro. Dizem que pode optar ir caminhando até o cais (por onde??) Só se for com guia que só leva se for o grupo todo lá vai mais R $ 10,00. No cais você entra na lancha e ai voce consegue ver o tal restaurante que você poderia almoçar. Mais uns 30 minutos de lancha alta velocidade até a parada das ostras. Não se comparam as ostras produzidas em SC, e o preço R $ 25,00 a dúzia. .. vão mais 20 minuto ate Cairu . Mais R $ 4,00 pra prefeitura R $ 5,00 pra igreja e R $.. para o guia…. aí mais 20 minutos até Graças a Deus chegarmos ao morro de São paulo. Prejuízo 130 +15+ 195+ 10+4+10+5=369,00…..
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Das duas vezes que eu fui (cada vez com uma empresa) não tivemos problemas e todas as pessoas ficaram muito satisfeitas com o passeio. Mas fica aí o registro de uma experiência negativa.
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Vou com a minha mulher para Morro em Agosto 2019, muito obrigado pelas dicas!! Estou extremamente empolgado para conhecer, gosto de natureza e de viajar pelo tempo através da arquitetura.
Muito obrigado pelas dicas, espero que não tenha contratempos!
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Eu adoro Morro de São Paulo, com certeza vocês irão aproveitar bastante. Boa viagem!
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