As pontes são um dos destaques de Lucerna, uma vez que a cidade é dividida pelo rio Reuss. O nome, que em alemão é Rüüss, já era usado com outras escritas na era medieval. Ele nasce no maciço de Aar-Gothard, próximo ao passo de São Gotardo, a uma altitude de 2.431 metros acima do nível do mar, segue pelo vale de Andermatt e chega do Lago dos Quatro Cantões, como também é chamado o Lago Lucerna. Dali ele sai em direção ao norte até desembocar no rio Aar. O Reuss é o quarto maior rio da Suíça e certamente será visto no passeio por Lucerna, uma vez que corta o centro histórico e está próximo da maioria dos atrativos turísticos.

A primeira estrutura sobre o rio é a Seebrücke, ou ponte do lago, que segue a avenida que passa na frente da estação central. Turisticamente ela não é muito interessante, já que se trata de uma estrutura moderna e sem grande apelo visual, destinada à passagem de veículos motorizados. Você pode, entretanto, atravessá-la para ter a vista do lago, de um lado, e do rio com o centro histórico, do outro. Também chama a atenção as bandeiras dispostas ao longo da ponte. Quando eu fui, eram as do país e da cidade.

A Kappellbrücke, é uma das pontes de madeira da cidade e a mais famosa de todas. O nome é uma referência à St. Peters-Kapelle, que fica em uma das pontas. Originalmente construída em 1365 como parte das fortificações de Lucerna, essa é a mais velha ponte coberta da Europa e também a mais antiga ponte de treliça sobrevivente de todo o mundo. Sua função era ligar a cidade velha e a nova, além de proteger a cidade de ataques vindos do lago.

Entre os destaques dessa ponte, estão a Wasserturm, uma torre que teve usos variados ao longo dos séculos, servindo como prisão, câmara de tortura, cofre de tesouros e arquivo municipal, e as pinturas em formato triangular dispostas em sua parte superior e datadas do século XVII. As obras mostram a história da cidade sob uma perspectiva religiosa tradicional, uma tentativa de barrar o avanço do protestantismo. Um incêndio em 1993 destruiu e danificou várias das obras, mas ainda é possível atravessar a ponte e apreciar os painéis restaurados e os que não foram atingidos pelas chamas.

A seguinte é a Rathaussteg. O nome é porque ela termina exatamente na rathaus – a prefeitura da cidade. Na outra ponta fica o Luzerner Theater. Essa travessia para pedestres foi construída em 1961 e é usada diariamente por milhares de transeuntes. A estrutura foi danificada com uma enchente há cerca de 10 anos atrás, então passa por uma reforma no final de 2018, sem prejuízo de seu uso. Dali se tem uma boa vista da ponte de madeira, então é um lugar ótimo para tirar fotos. Quando eu passei por lá também tinha uma feirinha dessas com barracas nas ruas dos dois lados do rio com produtos orgânicos, comidas, artesanatos e muitas outras coisas.

A Reussbrücke é essa que aparece no canto direito da foto acima. É a ponte mais antiga da cidade e também de todo o rio Reuss, havendo registro de menção a ela do ano de 1168. Durante cerca de cem anos, ela foi a única ponte sobre o rio. Outro detalhe interessante é que, por muito tempo, era a única em que era permitido cruzar o rio com veículos. Nas outras, não era autorizado nem mesmo rolar barris. Os leprosos também só podiam fazer a travessia por ela, sempre na parte central, para permitir que as outras pessoas saíssem do caminho.

A travessia dessa ponte também permite ver uma parte mais movimentada do rio devido à Nadelwehr, uma barragem artificial de madeira feita e operada de maneira tradicional com o objetivo de controlar a vazão e o direcionamento da água para a margem direita, onde funciona uma usina hidrelétrica. Pela foto dá para perceber como fica mais turbulenta a corrente do rio – pelo menos estava assim no dia que eu passeei pela região.

Dali chegamos à segunda ponte de madeira da cidade, a Spreuerbrücke. Ela tem esse nome porque somente dali era permitido jogar a palha do trigo no rio, também chamado de joio, que é o spreu em alemão. Essa também é uma ponte de travessia para pedestres muito usada pelos moradores da cidade. Turisticamente falando, ela é um pouco ofuscada pela fama da Kapellbrücke, mas eu achei as duas igualmente interessantes e até bastante parecidas.

Assim como a ponte da capela, aqui também se destacam os painéis triangulares pintados e dispostos ao longo da travessia. O tema das imagens é a Dança Macabra, que mostra a morte levando pessoas das mais diversas classes sociais e ocupações para junto do túmulo. Essa alegoria medieval passa a mensagem de que todos serão iguais ao fim da vida, independente das riquezas ou prestígio.

Na margem direita do rio fica a Wasserkraftwerk Mühlenplatz. Ali é possível ver a água represada para uso da usina hidrelétrica, que pode ter sua parte interna visitada, pois há um museu com a história do empreendimento. O outro lado da ponte também conta com atrações culturais, com acesso ao Historiches Museum e ao Natur-Museum. Infelizmente não tive tempo de visitá-los nessa viagem, então ficará para uma próxima oportunidade.

A última ponte pela qual passei foi a Geissmattbrücke. Assim como a primeira, também uma estrutura mais moderna e voltada para o tráfego de carros, sem muitos atrativos do ponto de vista turístico. Só a vi de perto porque fica próxima do local onde é iniciado o passeio pelas torres medievais, que foi justamente de onde tirei essa foto. Além disso, ela oferece um ótimo ponto de vista dos prédios do centro histórico em volta do rio.
Não sei quando foi a sua visita,mas estou aqui hoje,e posso te dizer que está exatamente do mesmo jeito. Fui aos 2 museus, são bem interessantes para quem gosta de historia.
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Eu fui há alguns anos já, quisera eu estar aí hoje!! Bom passeio, aproveite.
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