Para fazer os passeios pelos Lençóis Maranhenses, tomei como base a cidade de Barreirinhas. Esse é o local com melhor estrutura para receber o turista que deseja conhecer o maior cartão postal do Maranhão. A minha viagem começou com o voo com destino a São Luís, onde se encontra o Aeroporto Internacional Marechal Cunha Machado. Da capital, há algumas opções para seguir viagem até Barreirinhas, que fica a cerca de 250 km da capital:
- Ir para a rodoviária e pegar um ônibus
- Alugar um carro e ir por conta própria
- Contratar um transfer privativo
- Contratar um transfer compartilhado
O ônibus pode parecer a opção mais barata, mas exige que você pegue um transporte entre o aeroporto/hotel e a rodoviária. Os horários e preços podem ser consultados na página da empresa Cisne Branco, que faz o trajeto. É possível fazer a compra online das passagens ou, se preferir deixar para comprar pessoalmente, ficar de olho na disponibilidade de poltronas. A viagem dura 4h30 e é feita em ônibus convencional. Como não experimentei o serviço, não tive como avaliar para recomendar.

Também é possível alugar um carro (há guichês de várias empresas no aeroporto). A grande vantagem dessa opção é a total liberdade de seguir viagem quando quiser, seja saindo direto do aeroporto ou no dia seguinte, depois de passar a noite em um hotel de São Luís. Entretanto, fica bem mais caro e o carro não será utilizado durante a estadia em Barreirinhas. Os passeios pelos Lençóis Maranhenses só podem ser feitos em veículos autorizados e com tração 4×4, com capacidade para andar na areia. De qualquer maneira, seria muito arriscado, pois os caminhos no meio do matagal, cheios de bifurcações, não possuem nenhuma indicação de placas e o risco de ficar atolado, mesmo com um veículo apropriado, é muito grande. Na prática, você pagaria para ficar com o carro por vários dias, mas não faria nenhum passeio com ele.

Uma alternativa melhor para sair direto do aeroporto/hotel no horário desejado, sem ter que dividir o transporte com outras pessoas, é contratar o transfer privativo. O serviço é caro e só vale a pena se você tem bastante dinheiro sobrando ou está viajando com um grupo de 4 pessoas, já que o valor é cobrado por trecho e fica razoável quando dividido.
Deixei o transfer compartilhado como última opção no texto não porque não seja recomendado, mas porque foi o que usei e irei falar sobre ele daqui para frente. Como éramos duas pessoas, essa foi a melhor opção por ter um custo justo e o conforto de ser buscado diretamente no aeroporto.
De acordo com o meu horário de chegada na capital, reservei o transfer de São Luís para Barreirinhas pela empresa Tigre Tur. A reserva foi feita através da São Paulo Ecoturismo, empresa que contratamos para fazer os passeios.

O voo chegou no aeroporto às 15h da tarde e, como teríamos que esperar por mais de uma hora para a saída do transfer para Barreirinhas, procuramos um lugar para almoçar. São poucas opções para comer, sendo que um dos restaurantes só serve pratos executivos no horário de almoço, que já tínhamos perdido. Ficamos no Quiosque Chopp Brahma, que tinha várias opções de prato. Escolhemos a Carne de Sol a Mineira, que consistia em carne de sol grelhada com manteiga e ervas, mandioca e feijão tropeiro. O prato era para duas pessoas, mas poderia ser dividido por três. A comida estava gostosa, ainda que a carne estivesse um pouco dura.
Aproveitamos que havia uma agência dos Correios dentro do aeroporto para sacar dinheiro do Banco do Brasil. Essa é uma possibilidade apenas no horário comercial, já que não há terminais de autoatendimento. A outra opção seria fazer o saque em um caixa 24h, no qual se paga uma taxa para a transação. De banco específico, vi que havia um terminal da Caixa. Para viagens nessas cidades pequenas eu gosto de levar dinheiro vivo porque nem sempre é possível pagar com cartão.

Depois de comer, ficamos ali meio sem saber exatamente onde encontrar o nosso motorista, mas o aeroporto é bem pequeno e uns 15 minutos antes do horário combinado de saída ele chegou nos procurando na área de desembarque.
Além de nós, mais um casal estava esperando no aeroporto. Embarcamos em uma van não muito confortável (como era de se esperar), onde já se encontravam algumas pessoas, então não havia muitas opções de lugar para sentar. Reparei uma batida em um dos lados do veículo, o que me deixou um pouco apreensivo. Mas iniciamos a viagem no horário previsto e achei o motorista bem responsável no trânsito. Correu tudo bem.
A van possui as janelas cobertas com esses adesivos de plotagem perfurados, o que compromete bastante a visão para quem está dentro do veículo. Em contrapartida, é uma benção por proteger parcialmente do sol – eu sou totalmente obcecado por sombra e detestaria viajar com um sol rachando a minha cara. De qualquer maneira, o caminho entre as duas cidades não é exatamente cinematográfico – basicamente estradas em uma topografia plana, com vegetação dos dois lados e eventuais pequenas cidades sem graça. Me concentrei em ler o livro que levei pensando especialmente nessas horas perdidas em traslados entre um local e outro. Aliás, ainda bem que levei livro no iPad, pois por mais da metade da viagem já estava escuro, então não teria como ler no impresso. Caso você não leve nada para passar o tempo, as alternativas são ficar batendo papo com alguém do lado ou aproveitar o tempo para dormir.

Pouco antes do meio da viagem, paramos em uma lanchonete em Morros, onde pudemos ir no banheiro e comprar lanchinhos. A parada durou uns dez minutos, o suficiente para esticar as pernas, ir ao banheiro e dar uma relaxada antes de seguir viagem. Chegamos em Barreirinhas com cerca de quatro horas de viagem e o motorista deixou cada um em sua respectiva hospedagem. Eu ia para a Pousada Sossego do Cantinho, que fica do outro lado do Rio Preguiças. O transfer não faz a travessia, então ficamos no Restaurante Terral, onde o dono da pousada nos buscou de lancha.
O caminho de volta foi bem parecido. Fomos de lancha até o restaurante, onde o transfer já nos esperava. Paramos na mesma lanchonete no meio do caminho. A única diferença é que, dessa vez, não voltamos para o aeroporto, já que ficaríamos alguns dias em São Luís. O motorista nos deixou no Hotel Luzeiros, hotel que já havíamos reservado previamente.

No geral, avalio o transporte de van entre as duas cidades como positivo. Não é mesmo uma viagem confortável, mas os vidros cobertos proporcionavam uma sombra boa e a temperatura estava agradável com o ar-condicionado ligado. A viagem, com quatro horas de duração, é cansativa, principalmente para quem chegou de avião e emendou com o translado até Barreirinhas. Mas achei melhor do que perder um dia em São Luís apenas para dormir. No fim das contas, chegamos em Barreirinhas razoavelmente cedo, às oito da noite, ainda com tempo para jantar antes de seguir para a nossa hospedagem e descansar para começar os passeios no dia seguinte.
Olá, valeu a pena ler esse relato pois serviu para orientar-nos o que fazer com relação ao traslado entre São Luis e Barreirinhas. Faltou apenas citar o nome do relator e a data da viagem. Muito bom.
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Olá! Rafael aqui. Eu fiz essa viagem em setembro de 2017.
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Essa foi a melhor viagem que eu ja fiz em toda minha vida. Conheci São Luís, Sto Amaro, Barreirinhas e Atins em uma viagem só.
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Só não passei por Santo Amaro, mas adorei também.
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