Por estar fora do centro histórico da cidade, é possível que muitos turistas que visitam Berna não tomem conhecimento e não visitem esse belo jardim. Como eu estava hospedado no Hotel ibis Budget Bern Expo e fui andando até a parte mais turística, acabei conhecendo o roseiral que fica exatamente no meio do caminho. O local pode ser visitado tanto durante o dia quando a noite, principalmente nos dias agradáveis da primavera e do verão. O jardim de rosas é um dos parques mais populares de Berna, constituindo um importante espaço verde em um ambiente densamente construído.
Em 1742, o governo do cantão de Berna começou a expandir as estradas principais e determinou a construção de uma nova via de acesso à cidade. Para isso, foi preciso tomar uma parte do cemitério da cidade e, como substituto, a cidade adquiriu as terras no topo do morro. Entre 1765 e 1877, a atual área do parque foi utilizada como cemitério e já recebia a denominação de Rosengartenfriedhof e outras variações. O nome, entretanto, nada tem a ver com um jardim, mas provavelmente com o costume de se colocar rosas nas sepulturas. A palavra foi, por séculos, o sinônimo de cemitério.

Já em 1900, a Schweizer Gemeinnützige Frauenverein (Associação Feminina Sem Fins Lucrativos da Suiça) pediu para transformar o local em uma área verde. Anos depois, iniciou-se a adequação do local, que teria áreas de descanso com extensos gramados, um restaurante familiar, espaços para a prática de esportes, vestiários, área de parque infantil e um lago com lírios.

O início da primavera marca a floração das dezenas de cerejeiras que foram doadas pelo Japão para a cidade de Berna em 1975. Entre março e maio, seguindo as tradições do país asiático, as pessoas se reúnem à noite com amigos e parentes nos parques sob as cerejeiras para beber saquê. Cada árvore mantém a sua floração por menos de duas semanas.

Quando eu fui, em maio, estava no início a floração das rosas. São mais de 200 espécies de rosas das mais variadas cores, além da mesma quantidade de lírios, dezenas de rododentros e tulipas, fora outras variedades de plantas e árvores. Há também um espaço de leitura, o que torna o lugar perfeito para relaxar. O jardim é atrativo inclusive para visitas no inverno, quando a neve deixa toda a paisagem branquinha.

Localizado bem acima da cidade velha, o parque oferece uma bela vista da paisagem cheia de telhados da região central e do rio Aare. É fácil identificar alguns pontos turísticos, principalmente a Berner Münster, cuja torre alta se destaca dos demais prédios. Quando eu passei por lá, apesar do céu nublado, a visibilidade estava muito boa. Em dias mais claros, é possível até mesmo enxergar a cadeia de montanhas dos Alpes Berneses. Embora não seja muito grande, o jardim se estende em largura e oferece bastante espaço para sentar e relaxar vendo a movimentação lá embaixo.

Já caminhando em direção à saída, encontra-se o playground junto ao Rosengarten Restaurant, que dispõe mesas com vista para a cidade. Eu fiz esse passeio logo depois do café da manhã, então não quis esperar para fazer outra refeição. Parei, entretanto, no singelo memorial em homenagem a Albert Einstein, que morou por alguns anos na cidade. Foi em Berna que ele desenvolveu a sua famosa teoria da relatividade e você pode se sentar ao lado dele para tirar uma selfie.

Depois de passear pelos jardins, dei sequência ao passeio descendo a ladeira que leva até o Bärengraben, onde é possível ver ursos marrons à beira do rio, já na entrada para a parte mais antiga da cidade – o centro histórico medieval. O percurso do Hotel ibis Budget Bern Expo até o Rosengarten é de apenas 700 metros. Para chegar ao centro, são cerca de 1.5 km de caminhada tranquila.