Catedral Metropolitana de La Paz

Arequipa – Senta que lá vem história

Para alguns destinos de viagem, a história faz parte do passeio em si. Não importa se você recebe as informações de um blog de viagem, de folhetos distribuídos nos lugares visitados ou de guias turísticos locais. O fato é que a sua experiência será muito mais completa com esse conhecimento. Arequipa é um desses destinos. Uma boa opção é reservar o Free Tour por Arequipa, que passa pelos mais importantes pontos do centro histórico. Ao final do passeio, você pode dar como gorjeta para o guia o valor que achar mais justo. Entre os pontos visitados durante o trajeto, que é feito à pé, estão o Complejo San Francisco, a Plaza de Armas, a Catedral Basílica de Santa María e outros.

Reserva de passeio ou atração

Os primeiros habitantes da região foram povos nômades que sobreviviam da caça, pesca e coleta de alimentos. A domesticação de animais como as lhamas e o desenvolvimento da agricultura permitiram que esses grupos de pessoas passassem a se estabelecer em locais fixos. Nesse tempo, longos canais de irrigação foram construídos no vale do rio Chili e levaram ao aparecimento dos famosos terraços em degraus nas colinas dos morros. As tribos Yarabaya e Chimbe passaram a morar no local onde está, atualmente, a cidade de Arequipa e estabeleceram relações comerciais com os Cabana e Collagua. Posteriormente, essas tribos foram tomadas pela expansão do Império Inca.

No século XII, os incas eram comandados por Mayta Capac. As tradições locais contam que, ao chegar no vale, ele teria dito às suas tropas “ari qepay” ou “aui quipay”, expressão que teria dado origem ao nome Arequipa e significa “vamos ficar aqui”. Outra versão data da época de chegada dos colonizadores europeus que, ao chegar à região e perguntar o nome do local, foram mal interpretados e a população entendeu que eles pediam permissão para ficar. Já os cronistas Blas Valera e Garcilaso de la Vega sugeriram que o nome viria do Aymara “ari qquepan”, que parece significar “som da trompeta”, em referência ao ruído produzido ao soprar uma concha vazia. A outra possível origem também está ligada a esse antigo idioma pré-inca, com “ari qipa” podendo ser entendido como “atrás do pico”, em alusão ao vulcão Misti.

Uma das ruas do monastério
Monasterio de Santa Calatina

O que sabemos de fato é que a vila foi fundada oficialmente em 15 de agosto de 1540 por Garci Manuel de Carbajal com o nome de Villa de la Asunción de Nuestra Señora del Valle Hermoso de Arequipa pausa para respirar nessa área originalmente ocupada por vilas de americanos nativos. Isso se deu devido à realocação da Villa Hermosa de Camana, que se encontrava junto à costa. Arequipa recebeu status de cidade no ano seguinte. Entre os primeiros trabalhos públicos, foram construídos a Igreja Matriz, a Prefeitura, a ponte sobre o rio Chili e o Monasterio de Nuestra Señora de Gracia. O planejamento da cidade envolveu a divisão do espaço em 56 blocos, cada um com cerca de 110 metros quadrados. Cada um desses blocos possuía 4 ou 8 lotes, distribuídos de acordo com o status social dos novos moradores. Com o passar do tempo, algumas instituições religiosas passaram a ocupar um bloco inteiro, como foi o caso do Convento de Santa Catalina e do Monastério de San Francisco.

Iglesia de San Francisco
Iglesia de San Francisco

A localização privilegiada de Arequipa, no centro das rotas comerciais da região, permitiu que a cidade acumulasse poderes administrativo, comercial e industrial, tanto no período colonial, quanto depois da independência. A partir dos anos 1820, importantes movimentos políticos locais ganharam repercussão nacional, tornando-a a segunda cidade mais importante do país e gerando uma rivalidade crescente com Lima. De fato, em 1835, o presidente General Obergoso transferiu o governo para Arequipa, o que fez o General Felipe Santiago Salaverry se nomear Chefe Supremo da República sob o argumento de que o país estava sem liderança devido a ausência do presidente da capital, gerando um conflito armado em que o presidente teve apoio da Bolívia. Em 18 de fevereiro de 1836, o derrotado Salaverry e seus homens foram executados na praça principal da cidade. Outros conflitos aconteceram com o envolvimento do Chile.

Plaza de Armas vista do terraço da Catedral Basílica de Santa María
Vista do terraço da Catedral Basílica de Santa María

Batalhas à parte, a cidade continuou em bom ritmo de crescimento, impulsionado pela construção da linha de trem que ligava Arequipa à cidade portuária de Mollendo, Cuzco e Juliaca, na década de 1870. O telégrafo foi estabelecido em 1908 e o sistema de distribuição de água potável e aquedutos foram construídos em 1914. O crescimento da área urbana acabou por diminuir a área do campo, causando o aparecimento de favelas e a aglutinação de cidades vizinhas. O aeroporto internacional Alfredo Rodriguez Ballon foi inaugurado em 1940. A partir da década seguinte, a aceleração do crescimento levou as indústrias do centro para uma zona específica para esse fim. Também deixaram a região central algumas instituições educacionais e grandes setores residenciais foram construídos na periferia, deixando a parte mais histórica para o turismo e negócios.

Em 2000, o centro histórico de Arequipa foi declarado Patrimônio Histórico da Humanidade pela UNESCO. A maior parte das casas foi construída no século XIX, após a demolição das casas coloniais devido ao terremoto de 1868, com blocos de rocha vulcânica chamada silhar. O material se tornou uma característica marcante da cidade, com suas grossas paredes claras, bem resistentes aos abalos sísmicos.

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