As estruturas do complexo San Francisco compreendem a praça de mesmo nome, o convento e os claustros do Templo de la Tercera Orden e a Iglesia de San Francisco. Cheguei lá meio por acaso durante a caminhada pelo centro histórico da cidade e achei o lugar muito charmoso. Como eu já vinha de uma extensa visita do Monasterio de Santa Catalina, não quis fazer um outro passeio longo no mesmo estilo. Mas descansei um pouco na praça e cheguei a entrar na igreja, que é também muito bonita.
Durante o período colonial, a Plaza San Francisco, que antigamente se chamava Veintiocho de Frebrero, era um dos espaços públicos mais importantes de Arequipa. Assim como acontece na maioria das cidades históricas, prédios importantes foram construídos no entorno da praça. Ali ficavam a sede o governo, o teatro e a prisão – hoje o Fundo El Fierro, onde funciona uma feira de artesanato e um museu. Em 1960, um grande terremoto destruiu grande parte das estruturas, levando à demolição do teatro e um projeto de reforma da praça. O monumento em memória à batalha de 28 de fevereiro foi deslocado para outro bairro, o piso trocado, reformulada a iluminação, construída uma fonte ornamental e instalada uma grade que protege a igreja e a estátua de São Francisco. A praça não é tão movimentada quanto a Plaza de Armas, que pode ser considerado o ponto central do centro histórico. Talvez por isso mesmo eu tenha achado o lugar tão agradável, mais calmo.
A Iglesia de San Francisco é bem menos imponente que a Catedral Basília de Santa María, mas também é bastante charmosa. Além das pedras brancas que são a marca registrada da cidade, essa igreja possui ornamentos nas portas e janelas feitas com tijolinhos à vista. O tema se repete na parte interna, dando ao local um visual pouco comum nas igrejas, geralmente cheias de imagens e pinturas. Na primeira vez que passei por lá, ela estava fechada. Mais tarde eu reparei que tinham aberto as portas e resolvi conferir como era lá dentro.
A igreja tem uma planta retangular, com uma única nave, uma capela e um coro de pedra. A fundação do complexo se deu em 1552, mas as construções começaram anos depois. Após as doações de terra feitas por don Lucas Martínez Begazo, as obras ficaram sob o comando do padre Fr. Alonso Ricón. A falta de recursos foi compensada com as doações feitas pelos próprios moradores, que queriam um templo formal para a ordem dos franciscanos. Em 1569, o arquiteto Gaspar Báez traçou o plano da edificação. Construída no século XVI, também passou por uma reforma após o terremoto mais recente e foi reaberta ao público em 1978. O convento eu não cheguei a visitar, então não tenho fotos e não sou capaz de opinar. Pelas minhas pesquisas, parte da estrutura foi readequada para fins educativos, funcionando como museus com exibição de cerâmicas, tecidos, múmias, fotografias, animais dissecados, arte sacra, uma pinacoteca e uma grande biblioteca com milhares de volumes.
Para quem preferir ter mais informações sobre a história local, uma boa opção é reservar o Free Tour por Arequipa, que passa pelos mais importantes pontos do centro histórico. Ao final do passeio, você pode dar como gorjeta para o guia o valor que achar mais justo. Entre os pontos visitados durante o trajeto, que é feito à pé, estão o Complejo San Francisco, a Plaza de Armas, a Catedral Basílica de Santa María e outros.
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