O centro histórico de Arequipa se estende em volta da praça principal da cidade que, assim como acontece em quase todas as cidades de colonização espanhola que eu já fui, se chama Plaza de Armas – também conhecida como Plaza Mayor. A fundação da Villa de la Asunción de Nuestra Señora del Valle Hermoso de Arequipala se deu em 15 de agosto de 1540 por García Manuel de Carvajal, no vale do Río Chili. Logo surgiu a praça e, em torno dela, se desenvolveu a comunidade que ganhou status de cidade no ano seguinte.
No centro da praça se destaca uma grande fonte de água com escultura de bronze de um duende com trombeta. A obra, que antigamente possuía asas, é conhecida como Tuturutu.

Existe um mito que diz que o tuturutu representa um soldado do século XVI ou um personagem de baixa estatura que tinha função de mensageiro oficial de Mayta Capac, levando comunicados entre o inca e os ayllus e soldados. O nome tutururu seria uma referência ao instrumento usado por tal duende para anunciar ao chefe a chegada de um comunicado ou encomenda. Certa manhã, o Tuturutu foi encontrado morto e congelado por uma onda de frio e, desde então, tornou-se o vigia permanente da Plaza de Armas.

Em volta da praça estão três grandes conjuntos de portais feitos de granito em estilo neo-renascentista. Esse espaço era utilizado como sede da administração da cidade, prisão e bancos do tesouro real. Até o século XX, também haviam ali toldos sob os quais funcionavam os mercados indígenas. A praça era palco de celebrações e recepções das mais altas autoridades, desfiles militares, touradas, procissões, julgamentos e outros eventos. Atualmente, embaixo dos arcos há comércios variados como farmácia, o supermercado El Súper, restaurantes, agências de turismo, bancos e algumas opções de hospedagem, como o Hostal Maison Plaza, onde eu fiquei.

Ali também está a Catedral Basílica de Santa María, que ocupa um lado todo da praça. Recomendo que seja feita a visita ao museu da catedral, pois o passeio lá dentro é bem interessante. A praça também pode ser o ponto de partida para qualquer lugar do centro histórico, como o Museo Santuarios Andinos e o Monasterio de Santa Catalina. Além disso, vale a pena passear pela praça a noite, já que o local fica lindo com a iluminação.
Além disso, no dia que eu passei em Arequipa estavam montando um palco e teve um evento de música e outras manifestações culturais na praça, então é bom ficar de olho no movimento porque pode sempre surgir algum evento interessante.

De um dos cantos da praça começa a Calle Mercaderes, uma rua fechada para carros com boas opções de restaurante e comércio. Além do comércio local, tem ali algumas redes de fast-food. Eu vi McDonalds, Starbucks Coffee, Burger King, KFC e Starbucks. Depois de viajar por vários dias pelo Deserto do Atacama, Salar de Uyuni e algumas cidades bolivianas, eu fiquei feliz em encontrar lugares para comer que eu já sabia exatamente o que esperar, sem ter que ficar pesquisando. Mas também fui ao Restaurant Manolo e gostei da comida de lá. Recomendo também uma ida à La Ibérica, muito gostosos os chocolates de lá.
Para quem preferir ter mais informações sobre a história local, uma boa opção é reservar o Free Tour por Arequipa, que passa pelos mais importantes pontos do centro histórico. Ao final do passeio, você pode dar como gorjeta para o guia o valor que achar mais justo. Entre os pontos visitados durante o trajeto, que é feito à pé, estão o Complejo San Francisco, a Plaza de Armas, a Catedral Basílica de Santa María e outros.