San Pedro de Atacama está localizado bem ao norte do Chile, pertinho do encontro das divisas com a Bolívia e o Peru. Isso faz do município um ponto estratégico para quem quer visitar, além do deserto do Atacama, o Salar de Uyuni na parte boliviana. Aliás, o local tem se destacado por seu potencial turístico, atraindo cada vez mais pessoas de todo o mundo com suas belezas naturais. Entre 1992 e 2002, a população aumentou mais de 75%, chegando a quase 5.000 habitantes.
A cidade em si é bem pequena, com a maior concentração de pousadas e restaurantes na parte central. Apesar disso, mesmo que você fique um pouco distante, dá para andar A pé tranquilamente de uma ponta à outra da comunidade. Já os passeios ficam a distâncias variadas, geralmente há mais de uma hora de carro, então é recomendado que sejam feitos com uma das várias agências de turismo locais.

A cidade fica a uma altitude média de 2.400 metros do nível do mar. Não parece ser um grande problema, mas você não irá para lá simplesmente para ficar hospedado na cidade. Alguns dos passeios são em locais de altitude bem mais elevada, o que pode fazer com que os visitantes sintam enjoo, dor de cabeça, tonteira e outros sintomas. Além disso, a baixa concentração de oxigênio faz com que o cansaço apareça mais rápido durante as caminhadas e dê uma sensação de falta de ar. As reações variam de pessoa para pessoa, sendo que algumas não sentem grande diferença, enquanto outras passam bastante mal – o que pode acabar estragando o passeio.
Além da altitude, é muito importante considerar o clima do deserto. Extremamente seco e com temperaturas que variam loucamente, é importante se preparar para ter sempre uma boa hidratação, proteção solar e roupas para frio intenso. No verão, os termômetros ficam acima dos trinta graus, enquanto as noites de inverno podem registrar até dez graus negativos. Isso na cidade, a situação piora nos passeios: como você vai no mesmo dia de um lugar a 2.400 para outro acima de 4.000 metros de altitude, a variação é muito grande. No mesmo dia você pode acordar com frio morrendo de preguiça de sair da cama, amaldiçoar o sol que parece estar descendo para a Terra de tanto que queima a sua cabeça, tremer de frio durante um passeio, voltar a sentir calor e suar horrores com uma simples caminhada e depois morrer congelado e só desejar ficar para sempre embaixo das suas cobertas à noite.
Como se pode observar no gráfico de 2015, a média de temperaturas na cidade é alta durante todo o ano, o que quer dizer que faz bastante calor durante o dia (mas é preciso levar agasalho para todos os passeios). Já a noite, faz frio, principalmente no inverno, quando as temperaturas chegam a graus negativos. A duração do dia não varia muito, mas é um fator importante a se considerar se você pretende ver o pôr-do-sol em alguns passeios.

Uma coisa que você não precisa se preocupar é com chuva. É raro que aconteça alguma precipitação – o local não recebeu chuvas significativas nos últimos 500 anos. Para se ter uma ideia, a chuva do ano inteiro é o que cai normalmente em uma cidade em um dia. Apesar disso, as nuvens aparecem e o céu pode ficar totalmente nublado, o que dá uma sensação de que vai chover a qualquer momento, perfect illusion. Essa foto (sem filtro) eu tirei em um dos meus dias na cidade, quando as cores do pôr-do-sol nas nuvens deram um visual incrível ao céu.
Embora não seja determinante, as melhores épocas para visitar o Atacama são o outono (março a maio) e a primavera (setembro e outubro), já que as temperaturas são mais amenas e a variação entre dia e noite é menos gritante. Obviamente, também são os meses mais procurados, então é interessante fazer reserva da hospedagem com antecedência. Quanto aos passeios, não há muito problema já que a maioria das pessoas prefere fechar os pacotes com as agências pessoalmente e negociar o preço. Como eu sou do tipo que prefere se organizar com antecedência, já fui com os tours também reservados.