Rio Sena

Paris – Rio Sena

É impossível passear por Paris sem passar, em diferentes ocasiões, pelo Sena. Assim como na maioria dos casos, a cidade se desenvolveu às margens do rio devido à necessidade de utilizar suas águas para irrigação, transporte e necessidades pessoais. Entre os pontos turísticos que se encontram próximos ao Sena podemos destacar a Torre Eiffel, o Musée d’Orsay, a Cathédrale Notre-Dame de Paris, o Musée du Louvre, entre outros – além das diversas pontes como a Bir-Hakeim e a Archevêché. Um dos destaques da cidade é o passeio de barco pelo rio, incluindo opção com almoço e cruzeiro com jantar.

O primeiro povoamento da região sobre o qual se tem informações é de 6.000 anos atrás, embora a região já fosse ocupada muito antes disso. Pouco se sabe dessas épocas remotas até a chegada das tropas de César, em 52 a.C., que dominaram os parísios, povo celta que vivia no local, e renomearam a vila como Lutécia – representada séculos depois no mapa abaixo. O nome do rio é uma referência à palavra latina Sequana, a divindidade galo-romana dos rios.

Mapa da Paris de 508 d.C.
Mapa da Paris de 508 d.C.

La Seine, como é chamado em francês, nasce em Source-Seine, no nordeste da França, e segue por 777 quilômetros até desembocar no Canal da Mancha, em Le Havre. O rio é navegável por barcos grandes até Rouen, a cerca de 120 quilômetros do mar, e 60% de sua extensão total pode ser navegada por embarcações comerciais e recreativas. Como está a apenas 24 metros de altura do nível do mar, suas águas calmas facilitam bastante a navegação.

A profundidade média do rio é de 9.5 metros na cidade de Paris. Até os anos 1800, o Sena era bem mais raso na maior parte do ano, até que foram instaladas barreiras. Hoje em dia o volume de água é controlado e, por isso, o vemos sempre cheio. Mesmo assim, o rio já transbordou algumas vezes. Um dos períodos de maior extensão das enchentes foi em janeiro de 1910, mas o Sena também chegou a níveis altos em 1924, 1955, 1982, 1999, 2000 e, mais recentemente, em junho de 2016. Um relatório do governo francês de 2002 afirma que um caso grave de enchente do rio poderia deixar 1.000.000 de parisienses sem telefone, 200.000 sem eletricidade e 100.000 sem gás, além de colocar em risco grande parte das obras de arte mantidas sob o solo da cidade. Tenso.

Automne sur la Seine, Argenteuil, de 1873 | Claude Monet
Automne sur la Seine, Argenteuil, de 1873 | Claude Monet

Outros fatos históricos importantes marcaram o hiver Seine. Após ter sido queimada viva na fogueira, em 1431, as cinzas de Joana d’Arc (ou Jeanne d’Arc, em francês) foram atiradas ao rio. Um destino parecido era desejado por Napoleão Bonaparte que, em seu testamento, manifestou a vontade de ser enterrado às margens do Sena, mas o fato nunca chegou a se concretizar. Durante os jogos olímpicos de 1900, as águas do rio foram usadas para as provas de remo, natação e polo aquático. Quase um século depois, em 1991, suas margens foram classificadas como patrimônio da humanidade pela UNESCO. Além disso, nos séculos XIX e XX, o rio foi representado em obras de diversos artistas, entre eles Henri Matisse, Camille Pissarro, Édouard Vuillard, Eugène Boudin e Claude Monet. Acima, a pintura em óleo sobre tela Automne sur la Seine, Argenteuil, de 1873.

Cadeados na Pont de l'Archevêché
Cadeados na Pont de l’Archevêché

Há 37 pontes em Paris e muitas outras fora da cidade, algumas delas especialmente memoráveis – a Pont Neuf data de 1607 e a Pont de Normandie, que liga La Havre e Honfleur, é uma das mais extensas pontes suspensas do mundo. Nos últimos anos, iniciou-se uma nova moda de colocar cadeados nas pontes da cidade. O costume dos casais apaixonadas é escrever as iniciais ou nomes no cadeado, trancar em alguma estrutura e jogar a chave na água.

Uma tradição bem mais antiga, que já perdura por mais de dois séculos, é a venda de livros usados às margens do rio. Bouquin quer dizer livro pequeno. Os bouquinistes, como são conhecidos, eram cerca de 300 na época da Revolução Francesa – hoje estão mais próximos aos 200. Thomas Jefferson, um dos principais personagens da revolução, gostava que garimpar e comprar livros raros nessas barracas quando morava em Paris, no século XVIII.

Apesar de ainda funcionar como um sebo, os bouquinistes atuais se adaptaram a uma nova realidade – mais comercial e turística. Os livros antigos e raros, que hoje em dia podem ser pesquisados e comprados pela internet, abriram espaço para lembrancinhas, ímãs de geladeira, quadrinhos, pôsteres, gravuras e revistas focadas em pontos turísticos como a Torre Eiffel e a Catedral de Notre-Dame. Novos tempos.

Bateaux-mouche no rio Sena | Foto: Jean-noël Lafargue
Bateaux-mouche no rio Sena | Foto: Jean-noël Lafargue

Se andar às margens do rio não for o suficiente para você, é possível fazer um passeio no bateaux-mouche – barco-mosca, em francês. A embarcação foi desenvolvida para servir como plataforma para tours turísticos. A Compagnie des Bateaux Mouches, a mais famosa da cidade, oferece os passeios guiados, brunchs, almoços ou jantares românticos na embarcação. As reservas podem ser feitas online, inclusive para eventos especiais (e especialmente caros) para o dia dos namorados, réveillon ou 14 de julho.

Reserva de passeio ou atração

O Passeio de barco pelo rio Sena pode ser feito tanto durante o dia quanto a noite e inclui comentários em português sobre os pontos percorridos, incluindo detalhes sobre a arquitetura e os monumentos. Além disso, um guia a bordo oferece informações atuais sobre a cidade, eventos, exposições e festivais. Com início aos pés da Torre Eiffel e duração de uma hora, o tour passa por pontos famosos como o Les Invalides, Parliement, Musée d’Orsay, Cathédrale de Notre-Dame, Musée du Louvre, Grand Palais e outros.

Paris-PlagesParis-Plages | Foto: Peter Haas
Paris-Plages | Foto: Peter Haas

Outra opção interessante, se você estiver na cidade em julho ou agosto, é o Paris-Plages – praias artificiais criadas às margens do rio durante o verão. Os franceses costumam evitar a cidade nessa época do ano devido ao clima quente e úmido e à aglomeração maior de turistas. Para quem fica ou visita a cidade, foi criado esse evento, que acontece desde 2002. Inicialmente, apenas uma praia foi criada em Rive Droite mas, a partir de 2006, a estrutura passou a ser montada também em River Gauche. Apesar do tema, não é permitido para as mulheres fazer topless como em outras praias francesas ou banhar-se nas águas do rio Sena por motivos de segurança.

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