O Musée d’Orsay funciona em uma antiga estação de trens construída entre 1898 e 1900. Em 1939, o terminal já era pequeno para o tamanho dos trens da época e foi desativado. Foi, então, utilizado para outros serviços, como central de correios durante da Segunda Guerra Mundial. Em 1970 foi dada permissão para que o prédio fosse demolido e desse lugar a um hotel, mas a interferência de Jacques Duhamel, ministro da Cultura, impediu que isso ocorresse. Após reformas e adaptações, o museu foi inaugurado em 1986.
O Paris Pass inclui a visita a essa e outras atrações da cidade com a grande vantagem de cortar as grandes filas de espera típicas de uma cidade que fica cheia de turistas durante todo o ano. Se vale a pena financeiramente comprar esse pacote ou não depende do que cada pessoa quer visitar.

Não sei se eu dei azar ou se é sempre assim, mas a fila estava grande para entrar no museu – fiquei mais de uma hora. Ainda por cima tinha gente cortando fila na maior cara de pau. Franceses sendo mal educados, se querem saber. Imagino que isso varia muito dependendo do dia e do horário, mas a situação deve estar pior depois dos ataques terroristas em Paris no final de 2015, pois a segurança foi reforçada e uma notícia na página do museu fala que não é permitido mais deixar malas, sacolas e mochilas nem mesmo no guarda-volumes. A entrada é gratuita para todos no primeiro domingo de cada mês. Recomendo a compra do ingresso online, com validade de três meses a partir da data da compra, pois isso garante acesso à entrada exclusiva e com pouca ou nenhuma fila. Para informações e compra de ingresso online, entre na página oficial.

O que eu mais gosto no Musée D’Orsay é que ele é menor e focado no impressionismo. As obras incluem Monet, Manet, Degas, Renoir, Cézanne, Seurat, Sisley, Gauguin e Van Gogh, além de esculturas, móveis, fotografias, arte gráfica, objetos de arte e arquitetura. Isso faz o passeio fazer mais sentido e ser menos cansativo do que o do Museu do Louvre, que é tanta informação e tão grande que você fica perdido. Bom, eu fico.
A coleção de pinturas do Orsay tem suas origens no Musée du Luxembourg, fundado por Louis VXIII em 1818. O acordo era de que dez anos após a morte do artista, as obras cuja “glória havia sido confirmada por opinião universal” seriam transferidas para o Louvre, enquanto as outras seriam enviadas a outras instituições. A maioria das obras tinham como foco a história da pintura, retratos ou paisagens clássicas. Através de doações privadas, começou-se a inserir nos museus obras de artistas mais inovadores. A partir da segunda metade do século XIX, a influência dos críticos e comerciantes de obras de arte também cresceu muito. Essas mudanças foram cruciais para o desenvolvimento e reconhecimento de novas escolas. Assim, um grupo liderado por Monet conseguiu abrir as portas do Musée du Luxembourg para Olympia, de Manet. Quando o colecionador Caillebotte faleceu em 1894 após deixar sua coleção de pinturas, que incluía Degas, Manet, Cézanne, Monet, Renoir, Sisley, Pissarro e Millet para ser exposta em museus, e não guardadas em salas fechadas, ainda levaram-se dois anos para que seu pedido fosse atendido. Por fim, a coleção de impressionistas foi exposta no Musée du Luxembourg. Em 1929, toda a seção impressionista foi transferida para o Louvre.
Em 1937, o Musee du Luxembourg foi substituído pelo Musée d’Art Moderne. Com a reorganização do Louvre, a coleção impressionista foi novamente transferida, dessa vez para o Musée du Jeu Paume e incluiu trabalhos de Boudin, Serat, Toulouse-Lautrec e Henri Rousseau. Com o aumento do interesse do público e a aquisição de novas obras, como pinturas de Serat, Cézanne e Redon, o Jeau de Paume acabou se tornando pequeno. Para a inauguração do Musée d’Orsay, foram reunidas as coleções do Jeu de Paume, trabalhos do Musée d’Art Moderne e do Louvre, além da aquisição de outras obras.

O Café Campana, inaugurado em 2011, contrasta muito com a arquitetura clássica do Musée d’Orsay. Com projeto dos irmãos brasileiros Fernando e Humberto Campana, o restaurante no último andar do museu apresenta esculturas de fios metálicos retorcidos, luminárias de placas douradas de alumínio, cadeiras modernas, cores fortes e reflexos. As inspirações foram o artista francês Émile Gallé, a art nouveau e o ambiente subaquático. Destaca-se também o enorme relógio de vidro, através do qual se tem uma vista linda de Paris. No menu encontra-se saladas, pratos quentes, sobremesas, bebidas alcoólicas, cafés e chás.

No Free tour por Paris você faz um passeio guiado em espanhol e inglês com cerca de duas horas e meia e paga, ao final, o quanto quiser como gorjeta. São visitados a Catedral de Notre Dame, o Museu do Louvre, o Museu d’Orsay, o Palácio Real e o boêmio Quartier Latin, além de outros atrativos famosos. O legal é que você tem todo o panorâmica histórico de Paris, desde quando a cidade ainda era uma vila medieval, passando pela época em que foi capital do império de Napoleão, o centro da Revolução Francesa, a Belle Époque e a ocupação nazista em meados do século XX.