Circuito do Desfiladeiro

Serra da Capivara – Circuito Desfiladeiro da Capivara

A área do Parque Nacional da Serra da Capivara é tombada como patrimônio nacional e mundial devido à sua importância histórica, já que possui mais de mil sítios arqueológicos espalhados em seus 130 hectares de área. A visita é feita sempre com o acompanhamento de um guia, que fica responsável por um grupo pequeno de turistas. Isso permite ter uma experiência mais personalizada e informativa, além de garantir a preservação dos paredões rochosos, com suas gravuras e pinturas, e do meio ambiente.

Prédio no centro da cidade
Hotel Real

Duas cidades podem ser usadas como base para os passeios na região. Eu preferi ficar em São Raimundo Nonato, que tem um pouco mais de estrutura. Lá escolhemos o Real Hotel que, embora simples, é um dos mais bem recomendados da região. A outra opção é dormir em Coronel José Dias, mais próxima de alguns dos atrativos mais famosos do parque.

Como pode ser observado no mapa interativo acima, os circuitos que visitei são espalhados e é preciso percorrer distâncias grandes independente de qual cidade seja tomada como base. Para isso, eu preferi alugar um carro em Petrolina, que fica a cerca de trezentos quilômetros de distância e funciona como ponto de entrada para quem quer estender seu passeio na região.

Carro alugado
Carro alugado

Como estava viajando em um grupo de quatro pessoas e contratamos o Edu Coelho para programar e acompanhar as visitas, deu para usar apenas um veículo durante os passeios. Grupos maiores podem alugar mais de um carro, contratar um motorista ou contratar guias que façam as duas coisas. Para o Circuito Desfiladeiro da Capivara, encontramos o Edu em um posto de gasolina de Coronel José Dias, que fica a cerca de trinta quilômetros de onde estávamos hospedados.

Loja na entrada do parque
Loja na entrada do parque

A primeira parada foi em uma guarita onde é feito o registro dos visitantes e passadas algumas orientações básicas. Ali também dá para ir ao banheiro e dar uma olhada na loja, onde são vendidas lembrancinhas, peças de cerâmica, camisas e acessórios. É uma boa oportunidade para quem tiver esquecido algum item importante como chapéu para se proteger do sol.

Roupas e acessórios adequados
Roupas e acessórios adequados

Eu já tinha ido bem preparado, com roupas e calçado adequados para caminhadas leves em terrenos irregulares. É importante olhar a previsão do tempo com antecedência, já que alguns meses são marcados por chuvas. Também recomendo levar pelo menos um litro de água por pessoa e lanches rápidos como frutas e barra de cereal. Por fim, eu também tinha na mochila um repelente de mosquitos, que usei em alguns dias.

Setas para os atrativos
Setas para os atrativos

Essa entrada dá acesso a diversos sítios arqueológicos, tudo muito bem sinalizado. Obviamente, não é necessário visitar todos, mesmo porque isso tornaria o passeio um tanto repetitivo. Em uma conversa prévia com o guia, ele já faz a programação de acordo com os desejos e limitações dos visitantes, já que alguns destinos exigem caminhadas mais longas e com subidas.

Toca da Entrada do Pajaú
Toca da Entrada do Pajaú

Visitamos primeiro a Toca da Entrada do Pajaú e a Toca do Pajaú. Ali já deu para perceber que o parque está bem preparado para receber os visitantes, com passarelas em madeira que ao mesmo tempo permitem que a gente chegue bem perto das pinturas, mas também limitam a circulação e protegem os sítios arqueológicos de danos. 

Pinturas rupestres
Pinturas rupestres

As pinturas rupestres ficam nas paredes e no teto de lugares usados como abrigos pelos povos pré-históricos há milhares de anos atrás. Como foram feitas em diferentes períodos, é possível observar diferenças em estilos e temas. O guia também explica as possíveis interpretações das imagens, além de apontar as mais relevantes.

Mocó
Mocó

Outra coisa que vi com bastante frequência foi esse bichinho chamado mocó. No começo, achei a coisa mais fofa do mundo. Com o passar dos dias, confesso que fui tomando uma certa birra porque o xixi e o cocô deles acabam danificando as pinturas. Mas tudo bem, eles não têm culpa de nada.

Estrada de terra
Estrada de terra

Entre os sítios, a gente pega novamente a estrada de terra e para um pouco mais adiante. O uso do carro ajuda muito para que o passeio não fique muito cansativo, já que as distâncias podem ser alguns quilômetros. Outras pessoas podem preferir estender o passeio em cada área e fazer tudo caminhando.

Escada de pedra
Escada de pedra

Quando a trilha do estacionamento até a toca vai ser curta, o guia avisa que não é necessário levar mochila. Já no caso de uma distância maior, ter que subir escadas ou gastar mais tempo, ele lembra de pegar alguns itens, principalmente a água. Pessoas com mobilidade reduzida conseguem visitar vários pontos, bastando combinar com antecedência para que a programação leve isso em consideração.

Toca do Barro
Toca do Barro

A Toca do Barro possui uma particularidade interessante, pois é possível ver com clareza as camadas de seixos (essas pedras arredondadas) intercaladas com partes mais lisas de rochas. As condições para essa formação geológica também são explicadas pelos condutores, enriquecendo bastante a visita.

Gruta do Inferno
Gruta do Inferno

Dali, fizemos uma pequena trilha no mato até a Gruta do Inferno. Achei essa parte do passeio interessante porque se diferencia dos demais lugares visitados, onde os principais atrativos são as pinturas. Por mais impressionantes que elas sejam, confesso que começa a ficar um pouco repetitivo depois que você visita várias tocas.

Explorando a gruta
Explorando a gruta

Aqui é a grandeza do local que chama mais a atenção e o guia contou algumas lendas sobre o local, explicando porque ele tem esse nome inusitado e não parece ter sido usado como abrigo. A passagem por lá deu uma quebrada no tema histórico, mas logo voltamos a nos impressionar com os desenhos deixados pelos nossos ancestrais.

Baixão da Vaca
Baixão da Vaca

Saindo dali, partimos para o Baixão da Vaca, que exige uma caminhada mais longa. Felizmente, ela foi feita, em grande parte, sob a sombra das árvores, já que fiz a viagem em maio e a região estava saindo da época de chuvas. No final, é preciso subir um lance de escadas considerável, mas o esforço é recompensado pela vista que se tem lá de cima. Além disso, é um sítio arqueológico mais amplo, com diversas pinturas ao longo do paredão.

Toca do Paraguaio
Toca do Paraguaio

Por fim, passamos na Toca do Paraguaio, que foi o primeiro local visitado pela Dra. Niède Guidon, arqueóloga franco-brasileira responsável por aprofundar os estudos na região, no início da década de 1970. Nesse sítio, além das pinturas, foram encontradas duas sepulturas, ambas com peças de pedra lascada. A mais antiga data de mais de oito mil anos, era circular e tinha o corpo sentado em posição fetal. A mais recente é de sete mil anos atrás, retangular, com o corpo deitado e coberto por galhos de arbustos.

Almoço no posto de gasolina
Almoço no posto de gasolina

Todo o Circuito Desfiladeiro da Capivara foi feito no período da manhã. Por volta do meio dia, fomos novamente para o posto de gasolina, onde já havíamos encomendado o almoço no começo da manhã. A comida é simples, mas com aquele tempero caseiro bem gostoso. Depois de comer e descansar um pouco, voltamos para o Parque Nacional da Serra da Capivara para aproveitar o período da tarde.

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