Vista da varanda

Monte Verde – Passeio pela avenida principal

Ao chegar a esse vilarejo no alto das montanhas, na divisa entre os estados de Minas Gerais e São Paulo, você vai cair diretamente na Avenida Monte Verde. Não tem como errar, já que é ali que fica o portal de entrada. Enquanto a Avenida do Sol concentra a maior parte dos hotéis e pousadas, aqui ficam os restaurantes e comércio, em geral voltado para o turismo.

Arquitetura em estilo europeu
Arquitetura em estilo europeu

Muitas pessoas se referem a Monte Verde como a “suíça mineira”. Eu tenho uma certa implicância com essas classificações que fazem uma relação entre alguma localidade brasileira com um lugar famoso no exterior – o caribe brasileiro e coisas do tipo. Eu fiz uma viagem de cerca de um mês pela Suíça, inclusive com inúmeras postagens aqui no Viajento, e posso afirmar que as semelhanças são bem forçadas. Até entendo a referência, já que o clima da montanha é mais friozinho do que na maior parte do nosso país, mas o fato é que o inverno aqui corresponderia ao verão de lá. Além disso, a tentativa de réplica através da arquitetura é apenas parcialmente bem-sucedida.

Via dominada pelo comércio
Via dominada pelo comércio

As casas têm sim um certo charme europeu, mas você não chega a se sentir lá. Acho que a quantidade de placas do local, totalmente dominado pelo comércio, acaba tirando grande parte do encanto. Também não ajuda em nada os postes com fios passando para todo lado. Para ficar realmente bacana, seria ideal fazer a regulamentação das placas das lojas, a adoção da fiação subterrânea e até a proibição de estacionamento de veículos, diminuindo a poluição visual. Acho que isso nem seria muito difícil, já que a parte mais turística da avenida conta com cerca de apenas 1 km de extensão.

Galerias de lojas
Galerias de lojas

Seja como for, o espaço é bastante procurado por ser um centro de compras. Além do comércio voltado para a rua, é possível percorrer as diversas galerias e praças como a Vila Europa, o Shopping Oak Plaza, a Galeria Suíça, o Inverness Mall, o Shopping Center Celeiro e outros. A oferta é dos produtos mais diversos possíveis, indo desde pequenas lembrancinhas de viagem até móveis de casa. O negócio é explorar cada cantinho e certamente irá encontrar coisas que você nem sabia que estava precisando.

Produtos artesanais da Folk
Produtos artesanais da Folk

O que se destacaram para mim foram as lojas de produtos artesanais, que incluem alimentos, decorações e utilidades domésticas. Entre as que eu visitei, uma que gostei bastante foi a Folk. Como eu estou montando a minha casa, fiquei encantado com as opções de capas para almofadas e travesseiros, acessórios para mesa, saco para lavanderia e outras coisas – tudo feito à mão e com um estilo marcante. Você encontra na Avenida Monte Verde duas unidades, sendo uma a loja da fábrica.

A Pioneira
A Pioneira

Outro lugar que gostei foi um mercado chamado A Pioneira, ótimo para comprar queijos, vinhos e outras guloseimas. Dica: tem vários produtos disponíveis para degustação, então dá para fazer quase uma refeição lá dentro. Também eu achei os preços justos e fica bem mais barato do que beber nos restaurantes. Levamos algumas coisinhas para o hotel e fizemos a farra.

O atendimento é atencioso
Piparkukas Biscoiteria Artesanal

Falando em comida, um dos grandes achados nessa área foi a Piparkukas Biscoiteria Artesanal, que fica nos fundinhos da Galeria das Flores. Esse pequeno e charmoso café tem como especialidade as cucas, que são bolos recheados e com uma farofinha crocante por cima. Como são preparados todos os dias, são servidos sempre fresquinhos. Eu gostei tanto que voltei lá no dia seguinte para comer mais. Também é possível comprar biscoitos de sabores diversos como gengibre e castanhas.

Fábrica de chocolate Gressoney
Fábrica de chocolate Gressoney

Já a Fábrica de Chocolate Gressoney se localiza bem a vista, em um ponto privilegiado da avenida e, provavelmente, será visitada por todos os turistas que passarem pelo local. Fundadaem 1978, ela já se tornou um dos cartões postais do vilarejo. Talvez pela expectativa criada, talvez porque realmente não é lá muito bom, eu me senti um tanto decepcionado. Não que seja horrível, mas não amei de nenhum dos chocolates que comprei lá. Achei meio sem graça. Eu estava esperando a mesma qualidade dos que eu comi na Suíça – me veio agora na memória a Durig Chocolatier de Lausanne – mas não chega nem aos pés. Enfim, vale a pena dar uma passada para conhecer e só.

Nhoque da montanha
Villa Donna Bistrô

Também há muitas e muitas opções de restaurantes espalhados pela Avenida Monte Verde e nas ruas próximas. A Cantina Portale di Napoli fica um pouco fora do circuito, perto do portal de entrada, mas é bastante famosa pelo seu polpetone e pelas massas frescas artesanais. Eu fui jantar lá uma noite e achei bem gostoso. Também almocei um dia no Villa Donna Bistrô, com decoração que lembra uma casa de fazenda e pratos mais elaborados. Para quem está de carro, só é um pouquinho chato achar lugar de parar na parte mais movimentada, algumas vezes sendo necessário pagar pelo estacionamento. Eu achei mais fácil ir a pé.

Clima frio na noite
Clima frio na noite

A rua também conta com algumas agências de turismo que vendem os passeios na região, principalmente trilhas feitas em caminhadas ou com jipes 4×4 pelas montanhas. Como muita gente sai durante o dia, é a noite que o movimento aumenta nessa parte mais comercial. As pessoas vão comer nos restaurantes e também sentir um pouquinho de frio – o termômetro virou, inclusive, um dos atrativos do local, já que todos querem registrar o momento em que a temperatura fica próxima aos 0°C.

O mapa interativo acima permite ver a localização dos atrativos citados nessa e em outras postagens sobre a minha estadia em Monte Verde, inclusive as trilhas que ficam na divisa de Minas Gerais com o estado de São Paulo.

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