Grossmünster

Zurique – Grossmünster

A Grossmünster, cujo nome que pode ser traduzido do alemão para o português como “grande catedral”, é uma histórica igreja protestante na cidade de Zurique. A construção fica em uma área elevada às margens do rio Limmat, se destacando na paisagem principalmente para quem vem pela ponte Münsterbrucke. Aliás, é interessante tirar fotos da ponte ou do outro lado do rio, pois a distância permite capturar a alta catedral de ângulos mais interessantes.

Grossmünster vista da ponte
Grossmünster vista da ponte

A catedral foi construída no lugar de uma igreja carolíngia e teve sua estrutura erguida a partir dos anos 1100, sendo inaugurada cerca de um século depois. De acordo com a lenda, a fundação se deu por Carlos Magno (Charlemagne), que perseguia um cervo quando seu cavalo caiu de joelhos sobre as tumbas de Felix e Regula, santos padroeiros da cidade. De acordo com a lenda, Felix e Regula eram irmãos e membros da Legião Tebana, que era perseguida em uma caça aos cristãos, no ano de 286 d.C. Chegando em Zurique, os irmãos e seu servo, Exuperantios, foram capturados, julgados e executados. Depois da decapitação, milagrosamente, ficaram de pé, pegaram suas próprias cabeças e caminharam quarenta passos morro acima e rezaram antes de caírem mortos. Eles foram enterrados no local em que se deitaram, atualmente a localização dessa catedral, na praça Grossmünsterplatz.

Grossmünsterplatz
Grossmünsterplatz

A catedral também tem importância por Ulrich Zwingli (Huldrych Zwingli) ter iniciado em seu escritório na Grossmünster, a partir de 1520, uma luta que acabou por levar as autoridades civis locais a sancionar a separação da igreja do papado. Muitos católicos estavam preocupados com as falsas doutrinas, abusos, corrupção e outros problemas dentro das igrejas, especialmente em termos de indulgências. O fato deu origem à Reforma Protestante no país, que continuou com o seu sucessor, Heinrich Bullinger. Os reformadores iconoclastas (que contestavam a adoração de ícones religiosos) removeram do local o órgão e a estatuária, abandonaram a quaresma, aboliram o celibato, substituíram a missa e o lecionário, baniram a música, entre outras mudanças, e são os responsáveis pela falta de adornos no interior da igreja. Mais do que isso, trouxeram várias mudanças para a sociedade, que era controlada em grande parte pelos líderes religiosos da época.

Porta de bronze, vitral de ágata e colunas medievais
Porta de bronze, vitral de ágata e colunas medievais

Sua arquitetura românica é caracterizada pela estrutura austera e robusta, com paredes grossas em pedra. Um dos destaques desse estilo na catedral é o grande portal com colunas medievais, cujos topos são adornados com figuras grotescas. As portas em bronze das entradas norte e sul foram feitas por Otto Münch e adicionadas em 1935 e 1950. As imagens retratam cenas bíblicas e da Reforma.

Apesar da simplicidade da decoração interna, é possível apontar alguns elementos que se destacam pela beleza. Chamam a atenção os vitrais criados por Sigmar Polke, pintor e fotógrafo alemão responsável pelas formas abstratas e coloridas formadas por fatias de ágata. Esses vitrais foram produzidos entre os anos de 2006 e 2009. Há também janelas com vitrais projetados pelo artista suíço Augusto Giacometti em 1932. Não era permitido tirar fotos lá dentro, então não tenho registros dessa parte – mas um dos vitrais de Polke aparece na foto acima, no alto da porta. Obviamente o efeito é só pode ser realmente percebido lá de dentro, com a entrada da luz.

Cripta com escultura de Carlos Magno
Cripta com escultura de Carlos Magno

A cripta, que também pode ser visitada gratuitamente, é bem simples e data dos séculos XI a XIII. Essa é a parte mais antiga da igreja e possui uma estátua de Carlos Magno com uma coroa dourada.

A fachada da catedral é marcada por duas torres gêmeas que são, talvez, as formas mais reconhecidas da paisagem da cidade. As torres foram erguidas entre 1487 e 1492, com campanários de madeira, que foram destruídos em um incêndio no século XVIII. Depois disso, foram construídos os novos topos, em estilo neogótico.

Torre norte vista da Karlsturm
Torre norte vista da Karlsturm

A subida na Karlsturm, a torre sul, é de 187 degraus, sem acesso especial para pessoas com mobilidade reduzida. A entrada é paga e possui desconto para estudantes. Os valores e horários de funcionamento podem ser conferidos na página oficial, que está em alemão, mas pode ser traduzida automaticamente pelo navegador. Do observatório, é possível ter uma vista maravilhosa da parte antiga da cidade, a torre vizinha da mesma catedral, o rio Limmat, o lago Zürich e até os picos dos Alpes Suíços.

Lago Zürich visto da torre da igreja
Lago Zürich visto da torre da igreja

A entrada para a torre é bem baratinha e vale muito à pena, oferecendo uma vista de 360° em pleno centro histórico da cidade. Além disso, a subida é bem tranquila, já que há vários andares em que você pode parar para olhar a paisagem da janela e descansar um pouco.

Eles também convidam os turistas a assistirem a missa de domingo junto à comunidade. Deve ser interessante participar e ouvir a celebração em outra língua totalmente diferente e observar se os costumes são os mesmos das que vemos no Brasil. Também são feitos concertos musicais com a cobrança de uma taxa de entrada. A programação está na página oficial.

Vista do observatório da torre
Vista do observatório da torre

Além da volta pela praça, a visita interna da igreja e a subida na torre, você pode aproveitar para conhecer o museu que conta a história da Reforma Protestante e se encontra no antigo claustro. A igreja também possui o original da Bíblia Frouschauer, datada de 1531, com prefácio de Zwingli e resumos de cada capítulo. Ela contém uma versão revisada do Antigo Testamento, de 1540, e do Novo Testamento, de 1574. Outras igrejas importantes da região são a Fraumünster e a St. Peterskirche.

6 comentários

  1. Existe tantos lugares para se vistar no Mundo, gosto de blogs que falam de viagem por isso.
    Adorei a Catedral que você visitou, ela é incrível e cheia de lindos detalhes, a vista da torre com certeza vale a pena

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  2. Olá!
    Nossa, que lugar lindo… o peso cultural é inimaginável. A cidade também não deixa a desejar, né? Morro de vontade de visitar algum dia. Parabéns pelo post e pelas fotos!

    Abraço.

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