Nova York é conhecida como a cidade que nunca dorme e, se tem um lugar específico em que isso pode ser comprovado, é na Times Square. Eu já fui lá durante o dia, tarde, noite, madrugada, com chuva, com neve, com sol, em diferentes estações do ano e sempre, sempre tem movimento de gente andando para lá e pra cá. É claro que a intensidade varia muito, indo do insuportável para o super de boa. Uma boa opção é fazer o Tour noturno em ônibus panorâmico, que dura uma hora e meia e passa pelo coração da Broadway, Empire State Building, Flatiron, Times Square, Central Park, Chinatown, Little Italy, Soho, Greenwich Village e outros pontos importantes e famosos da cidade.
A Times Square está localizada no encontro da 7ª Avenida com a Broadway (e arredores). O local, repleto de outdoors e painéis iluminados, lojas, teatros, casas de espetáculo, hotéis e restaurantes, atrai quase de 40 milhões de visitantes por ano. São cerca de 330 mil pessoas por dia, entre turistas e pessoas que trabalham na região. O nome foi dado depois que a sede do New York Times foi transferida para um novo arranha-céu na 42nd Street, em 1904.

Um dos casos mais famosos a se passar no local envolve o assassinato de uma importante testemunha em uma denúncia de corrupção policial. Disfarçado por uma fachada pouco pretensiosa, um luxuoso cassino com cópias de obras primas e mesas de roleta feitas sob encomenda foi inaugurado em 1912, próximo à Times Square. Era uma das várias propriedades de Herman Rosenthal. Pouco mais de um mês após a abertura, o cassino foi invadido por policiais, que causaram muitos danos ao empreendimento ilegal. Rosenthal ficou furioso e denunciou que o tenente Charles Becker cobrava parte dos lucros de cassinos e bordeis em troca de fazer vistas grossas aos negócios, mas o havia traído comandando a operação. Três meses depois, poucas horas antes de depor diante do júri, Rosenthal foi assassinado a tiros quando saía de um hotel. O tenente Becker foi acusado como mandante do crime.
Na foto de 1912, Charles Becker aparece ao centro, de cabeça baixa, sendo escoltado para a prisão de Sing Sing. Três anos depois, após dois julgamentos e inúmeros apelos, o tenente foi para a cadeira elétrica, tornando-se o primeiro policial a ser condenado à morte. O caso tornou-se a principal história de corrupção policial do século, tendo sido retratado no livro “O Grande Gatsby”, popularizado o cocktail Jack Rose (nome da principal testemunha de acusação), custado o emprego do comissionário Waldo, catapultado Charles S. Whitman ao governo do estado e, até os dias atuais, reverberado discussões.

A atmosfera de progresso se desfez de vez com a grande depressão na década de 1930, quando a região já era marcada pelo crime, corrupção, prostituição e jogatina. Assim como o restante de Manhattan, a situação piorou entre as décadas de 1960 e 1990. A Times Square se viu dominada pela abertura de vários sex shops, cinemas adultos e bares de strip-tease. A reestruturação começou na década de 1990, com os antigos cinemas se transformando em palco para apresentações de peças da Broadway, reabertura de restaurantes e amenidades para turistas, entre outros. Os defensores da remodelagem da Times Square argumentam que a região está mais segura e limpa. Os detratores criticam a “disneylização” e a injusta expulsão dos moradores de baixa-renda. Para informações sobre eventos, compras, entretenimento e outros, acesse a página do local.
A região da Times Square é tão cheia de coisas que é até difícil descrever. Mas, basicamente, são muitos teatros da Broadway, muitas opções de restaurantes, várias lojas famosas, pessoas fantasiadas pedindo dinheiro aos turistas que querem tirar fotos, etc. Uma coisa importante a se dizer é que, pelo que eu já percebi, não é o local ideal para fazer compras, justamente devido ao seu grande potencial turístico. Você encontrará mais vantagens em termos de preços e promoções nas lojas mais distantes. Mas não dá para ir a Nova York sem visitar a Times Square e entrar para conhecer as lojas mais famosas, mesmo que não seja para comprar nada.