Muitas pessoas se perguntam qual é o jeito mais fácil de chegar em Barra Grande, uma pequena comunidade praiana no litoral do Piauí. O modo mais fácil é comprar um voo para o aeroporto mais próximo, no caso, o Aeroporto Internacional de Parnaíba – Prefeito Doutor João Silva Filho, e seguir viagem por meio terrestre. A cidade tem atrativos próprios, entre os quais se destacam os passeios pelo Delta do Parnaíba, então vale a pena pesquisar as opções de hospedagem e ficar uns dias por lá na ida ou na volta.

É possível ir da cidade até Barra Grande de diversas formas, sendo que a mais barata é o ônibus. Essa não é a opção mais confortável, pois faz muitas paradas e demora duas horas, além de perder-se a oportunidade de conhecer alguns atrativos ao longo do caminho. O ideal é alugar um carro e ter mais liberdade para explorar cada local, fazendo paradas com a duração desejada. Também dá para pegar um taxi, com opção de trajeto interno ou pelo litoral. No meu caso, decidimos contratar um transfer particular e combinamos com o motorista o que ver pelo caminho. No total, o trajeto é de cerca de setenta quilômetros por boas estradas e, indo direto, dura uma hora e quinze minutos.

Saindo da cidade, vale fazer uma parada na Lagoa do Portinho, alimentada pelas águas do rio e das chuvas. Diz a lenda que ela surgiu pelo amor proibido entre Macyrajara e Ubitã, jovens indígenas pertencentes a tribos inimigas. Romântica e trágica, a história termina com as lágrimas da moça sendo transformadas no rio que passou a dividir as duas comunidades. Entre as atividades, destacam-se os passeios de banana boat e lancha, mas também dá para dar um mergulho, explorar as dunas dos Lençóis Piauienses por conta própria ou apenas comer em algum dos restaurantes à sua margem.

A lagoa está na divisa com a cidade de Luís Correia, que fica no litoral do estado e com praias que atraem visitantes durante todos os anos, mas ficam lotadas mesmo no réveillon e carnaval. Na alta temporada, o local chega a receber cinco vezes o número de moradores. Por isso, se quiser passar uns dias por lá, vale a pena conferir as opções de hospedagem com boa antecedência. As principais são a Praia de Atalaia e a Praia do Coqueiro, ambas extensas e com ótima estrutura de barracas.

Mas existem outras mais tranquilas, principalmente se afastando do centro urbano. Uma das opções para quem busca calmaria é ficar na Praia do Itaqui, onde há um farol de mesmo nome. Eu passei rapidamente para conhecer a Vila Itaqui, que conta com confortáveis bangalôs com vista para o mar, piscinas, restaurante, loja e tudo mais o que se pode precisar durante a estadia.

Pegando novamente a estrada, vale a pena fazer uma rápida parada na Árvore Penteada, que cresceu com seus galhos todos voltados para um lado devido à forte ação dos ventos. Ela fica literalmente no meio do nada, mas se tornou um símbolo da região e, quando passei por lá, estavam pavimentando uma pracinha para ter uma estrutura e receber melhor os turistas. Ela fica a uns cinco quilômetros da Praia de Carnaubinha, onde se pode fazer um passeio para observar cavalos-marinhos.

Na comunidade chamada Ponta do Anel, onde também é possível encontrar diversas opções de hospedagem, ficam a Praia de Maramar e a Praia de Macapá, as últimas pertencentes ao município de Luís Correia. É bom ótimo lugar para ir com a família, incluindo crianças, já que são formadas piscinas naturais de águas mornas, transparentes e calmas na maré baixa. Com boa estrutura, ambas contam com barracas, sendo que da última é possível ver o encontro do rio com o mar, com a Ilha do Guará e a Ilha do Meio.

Na outra margem já é Barra Grande, mas é preciso dar uma volta para fazer a travessia e chegar à comunidade, que pertence ao município de Cajueiro da Praia. Quando eu fiz essa viagem, algumas partes da vila estavam fechadas para a circulação de carro, com o objetivo de preservar melhor o local e torná-lo mais agradável, o que eu achei ótimo. Nesse caso, muitas das opções de hospedagens ficam em áreas que você não precisa se preocupar com o trânsito ao andar nas ruas e só se ouve o barulho das ondas.

Eu descrevi o jeito mais fácil de chegar ao local, mas quem está visitando vários destinos da Rota das Emoções pode vir por outro lado, passando pelo Ceará. Para isso, basta pegar um voo até o Aeroporto de Jericoacoara – Comandante Ariston Pessoa. Como fica a uma distância de cento e setenta quilômetros, acho que só vale a pena mesmo para quem vai dedicar alguns dias para conhecer as outras cidades pelo caminho, como eu mesmo fiz. Nesse caso, o trajeto completo seria Jericoacoara → Camocim → Barra Grande → Parnaíba, sempre fazendo os trechos entre as cidades de carro.
No mapa interativo acima é possível ver os principais atrativos perto de Barra Grande. Ao afastar com o zoom out, dá para ter uma boa noção da distância entre as cidades, incluindo os aeroportos, identificados pelos ícones azuis. Dá para chegar pelo aeroporto de Parnaíba, percorrer o litoral e ir embora por Jericoacoara, ou vice-versa. No mais, basta fazer um bom planejamento e aproveitar o passeio.