Uma das minhas grandes dúvidas no planejamento da viagem para Jericoacoara era sobre o transporte, já que se trata de um vilarejo consideravelmente distante da capital do estado e com acesso limitado para carros de passeio. Depois de muitas pesquisas, considerando o tempo de viagem e o valor gasto, acabei optando por ir direto para lá de avião e seguir com um transfer até o destino final.
Algumas pessoas não sabem, mas a chegada mais rápida pelo Aeroporto Comandante Ariston Pessoa, que fica na cidade de Cruz e facilitou muito o acesso dos turistas ao local, além de ser usado pelas indústrias da região e para o escoamento da produção agrícola. O aeroporto recebe voos comerciais e fretados, sendo possível fazer uma pesquisa no site de comparação de preços para ver as possibilidades de onde sair.
O avião que eu peguei é desses menores, mas achei a viagem muito tranquila e teve a vantagem da rapidez de um voo direto entre Belo Horizonte e Jericoacoara. Foi infinitamente melhor do que passar por Fortaleza, que fica a cerca de quatro horas e meia de viagem de carro, uma distância de mais ou menos 300 km. Mas, se você já estiver na capital cearense ou incluir uma parada por lá no roteiro, vale a pena reservar antecipadamente um transfer.
Na chegada, já é possível perceber que se trata de um aeroporto pequeno, comum em cidades do interior, que têm menos movimento. Ali a gente desce na pista mesmo e vai andando até a estrutura principal. Inaugurado em 2017, o local tem recebido cada vez mais aviões, inclusive com a possibilidade de voos internacionais.
Eu achei tudo bem limpo e organizado. São poucas esteiras, mas isso não representa um problema, já que não ficam acumulados vários voos an mesmo tempo. Além disso, como é pequeno, não foi preciso esperar muito tempo para a chegada das malas. O espaço é decorado com fotografias e artesanatos da região, já dando uma boa ideia do que será visitado nos dias seguintes.
Também há uma pequena estrutura de lojas e alimentação, mas não espere muita variedade. Destaque para a presença de empresas de aluguel de automóvel, mas não deixe para resolver nada por lá. A reserva deve ser feita pela internet com o máximo de antecedência possível, já que a frota é limitada. Também é importante pegar carros grandes, pois não é qualquer veículo que trafega pelas estradas, dunas e praias. Importante notar que só se chega até ao estacionamento na entrada da vila.
Como é proibido entrar na Vila de Jericoacoara de carro e muitos passeios precisam ser feitos com guias por estarem em áreas de reserva, por trajetos não demarcados e sobre grandes bancos de areia, eu preferi contratar um transfer para fazer ir do aeroporto para a vila. Há opções de transporte compartilhado ou privado em diferentes tipos de veículos. Eu estava em um grupo com três pessoas e preferi fechar uma caminhonete só para a gente.
A vantagem é que, mesmo se tratando de um deslocamento simples, tivemos mais liberdade para fazer paradas estratégicas. Ao comentar com o motorista sobre a época da colheita de caju, por exemplo, ele nos perguntou se queríamos parar e pegar alguns. Como era caminho, passamos na casa dele, que tinha um quintal com dezenas de árvores carregadinhas. Colocamos vários na sacola para saborear pelos próximos dias de viagem.
Existem duas alternativas de trajeto para chegar ao destino final, ambas com cerca de 30 km de deslocamento por estrada asfaltada e uma parte de areia. A primeira é passando por Jijoca de Jericoacoara. A cidade fica fora do parque e não deve ser confundida com a vila, onde fica a parte turística e uma incrível quantidade de opções de hospedagem.
Dependendo do horário e da maré, é possível ir por uma estrada alternativa pela praia. O tempo de deslocamento é basicamente o mesmo, mas a vantagem é que essa segunda opção acaba funcionando como um passeio pelo litoral, inclusive com a possibilidade de fazer paradas na Praia do Preá e na Árvore da Preguiça. Como o meu voo chegou no começo da tarde, a gente aproveitou para almoçar no meio do caminho no Mariano’s Beach Lounge. Foi uma indicação do motorista, que não se importou em ficar esperando.
Importante notar que, para entrar na vila, é preciso pagar uma taxa de turismo, que tem como função ajudar a preservar o patrimônio natural. Os valores atualizados e informações pertinentes, como a isenção para adultos, idosos e outros, podem ser conferidos na página oficial, onde também poderá ser gerado um boleto para pagamento antecipado. Eu recomendo fazer isso para evitar ficar parado na fila, que pode se formar em períodos de alta temporada.
O mapa interativo acima ajuda a entender melhor onde ficam o aeroporto, a cidade e a vila. Eu marquei todos os atrativos que visitei nessa região, o que também facilita no planejamento. Para visualizar os itens mais distantes, basta afastar com o zoom.
Viajento 