Essa praia, considerada uma das mais encantadoras do Ceará, abrigava uma comunidade que foi soterrada pelo movimento das dunas na década de 1980. As famílias dos pescadores, que vivem bem integradas à natureza, reconstruíram tudo em outro espaço, agora com o nome de Nova Tatajuba. Ali há boas opções de hospedagens e a oportunidade de ouvir sobre essa inusitada história diretamente dos moradores locais. Mas a maioria dos viajantes nem chega a ver a vila, já que o turismo é mais focado nas dunas e lagoas.

Embora pertença ao município de Camocim, eu conheci essa praia no passeio pelo litoral oeste, que sai de Jericoacoara e pode ser feito de modo compartilhado ou privado em veículo 4×4 para quatro pessoas, jardineira para dez pessoas ou buggy para quatro pessoas.
O acesso é considerado difícil, só podendo ser feito por veículos com tração 4×4. Muitas das caminhonetes são adaptadas com bancos na parte de trás para acomodar mais pessoas, ficando conhecidas como jardineiras. Eu preferi ir de buggy no esquema privado, que comporta até quatro passageiros, tendo mais liberdade de decidir quanto tempo ficar em cada lugar. Em ambos os casos, os veículos precisam ser dirigidos por pessoas autorizadas e com experiência no percurso.

Depois de percorrer um trecho de praia, fazer a travessia do rio, um passeio para observar cavalos marinhos e o mangue seco na Praia de Guriú, começamos a ver os atrativos que ficam nas Dunas de Tatajuba. O primeiro ponto de parada foi para a prática do esquibunda, que é pago a parte. Eu só desci para tirar foto e segui no passeio de buggy, pedindo ao motorista para ir com emoção, ou seja, com velocidade e em inclinações maiores.

A segunda parada foi em um atrativo bem mais movimentado, uma das lagoas de água doce onde é bem gostoso nadar. A profundidade varia ao decorrer do ano, já que depende da água das chuvas para ficarem cheias, então a lagoa onde é feita a parada pode mudar. Ali, forma-se uma fila grande para descer pela tirolesa e confesso que dá um pouco de preguiça de esperar.

Para quem quer fazer alguma atividade no local, o tobogã é uma opção mais rápida, o que é compreensível pois não precisa de tantos procedimentos de segurança. Como eu já havia feito ambas as atividades em outros lugares, não quis pagar à parte para repetir.

O destino final do passeio e onde se passa mais tempo é na Lagoa de Tatajuba, também chamada de Lagoa Grande. O tamanho faz realmente jus ao nome, já que ela é enorme. Embora seja rasa quando se está perto das barracas, a profundidade aumenta bastante em alguns pontos mais distantes, então é importante tomar cuidado ao explorar o local.

Quando chegamos, o bugueiro nos levou diretamente para a Barraca do Didi, com a qual provavelmente tem algum tipo de parceria. São vários estabelecimentos um ao lado do outro, então você fica livre para escolher onde ficar. Como eu não havia feito nenhuma pesquisa prévia e achei o espaço agradável, nem me dei ao trabalho de ver as demais opções e pedi um almoço ali mesmo. Escolhi um peixe assado na brasa, que estava bem gostoso.

No restante do tempo, aproveitei para nadar e ficar deitado em uma das redes dispostas na água. Outras pessoas estavam passeando pelas dunas, brincando dentro de bolas de ar gigantes ou praticando o stand up paddle – basicamente ficar em pé e remar em uma prancha, ideal para águas calmas. Depois de algumas horas por lá, deu a hora de voltar para Jericoacoara.
Para ter uma ideia da localização da praia em relação ao centro da cidade de Camocim, bem como pensar em como será feito o deslocamento e definir a se vale a pena buscar uma hospedagem na praia, recomendo analisar o mapa interativo acima.