Destino bastante procurado como um bate e volta por turistas que estão em Caraíva, Trancoso, Arraial d’Ajuda (como foi o meu caso) ou até mesmo em Porto Seguro, essa praia tem potencial para ser uma das preferidas das férias na região, mas é preciso estar atento a algumas dicas básicas para não ficar frustrado. O acesso, por exemplo, pode ser feito agências de turismo, mas você terá mais liberdade se for por conta própria. Eu estava com meu carro, mas outra opção é alugar um veículo para explorar a região.

Seja qual for a opção, é preciso consultar a previsão do tempo, tanto para curtir melhor a praia quanto porque a chuva tornaria perigosa a estrada de terra, que possui trechos estreitos e bastante esburacados até o povoado de Curuípe. Eu fiz o caminho sem problemas com um carro de passeio, mas é preciso dirigir com paciência. Essa dificuldade de acesso desanima algumas pessoas, mas, de certa forma, deixa o lugar mais exclusivo, o que melhora a experiência.
Uma boa opção é também procurar uma hospedagem no vilarejo, que conta com diversas casas de temporada, pousadas e hotéis. A grande vantagem é ter um bom tempo de sossego no começo da manhã e a partir da tarde, mesmo na época de alta temporada, já que o pessoal que faz bate e volta só fica por lá durante o dia. Você também fica com mais possibilidade de pegar um tempo bom e a maré baixa. No mapa interativo acima é possível identificar várias opções próximas à praia.

No caminho das cidades próximas para a praia, destaca-se a Aldeia de Imbiriba, moradia de uma comunidade de índios Pataxó onde é possível conhecer e adquirir vários produtos do artesanato local, a maior parte feito a partir do coco. São várias lojinhas, mas a principal concentração está em uma grande oca ou guijeme, como é chamada. Além disso, também há o comércio local de mercados e bares, caso você precise comprar mantimentos para a viagem. Na prática, o local parece uma cidadezinha simples do interior baiano.

Em boa parte do trajeto não há cobertura de celular, mas eu não tive dificuldades de chegar até o destino final porque já tinha feito o download do mapa off-line e traçado o caminho no GPS antes de sair de casa. Além disso, há placas indicativas que cumprem bem a função de te mandar para o local correto, geralmente com referências a alguma pousada. Só achei um pouco confuso mesmo quando estava bem próximo, já que não sabia exatamente onde parar para ter acesso mais fácil à praia.

Há alguns estacionamentos bem perto do mar e eu escolhi o que fica atrás da Pousada Recanto do Espelho. Ali concentra-se a maior parte da infraestrutura para os visitantes, com barracas e restaurantes. Como eu fiz esse passeio fora de temporada, estava bem tranquilo para deixar o veículo e não foi cobrado nenhum valor. No verão e em feriados, certamente será mais difícil encontrar vagas e será cobrado um valor de quem não estiver hospedado por lá, então já considere isso no seu orçamento.

Também haverá uma taxa mínima de consumação para quem quiser usufruir das espreguiçadeiras, guarda-sóis, banheiros e demais estruturas das barracas. Eu levei bebidas, lanches, canga e o que mais pudesse precisar e escolhi um ponto vazio na vasta extensão de areia disponível. Mais tarde acabei passando no Maion Hotel e Boutique para almoçar. O valor cobrado é alto, mesmo comparado a outras praias da região, mas se justifica pela qualidade dos produtos e do atendimento.

A Praia do Espelho recebe esse nome devido ao reflexo do céu e das falésias na água, mas o fenômeno só pode ser visto com a maré baixa e as águas bem rasas e calmas, sem muito vento. Para ter certeza de que poderá aproveitar melhor sua visita, é necessário consultar a tábua das marés – basta escolher o local mais próximo do destino ou jogar em qualquer mecanismo de pesquisa. As semanas de lua cheia e de lua nova costumam ser as melhores, mas é necessário consultar o horário exato. No meu caso foi próximo do meio-dia, mas confesso que fiquei mais focado em aproveitar o dia do que tirar fotos, então acabei sem muitos registros.

As águas rasas formam diversas piscinas naturais em que se destacam recifes com peixinhos, ouriços e outros animais marinhos. Dá para caminhar bastante pelo mar com a água abaixo do nível do joelho, podendo até deitar para aproveitar a temperatura agradável. Em pontos mais profuntos, o uso de um snorkel ajuda a visualizar o fundo.

Quem fica hospedado em uma das hospedagens que estão dentro do Condomínio Outeiro das Brisas como a Pousada do Outeiro, Pousada Brisas do Espelho e a Casa dos Navegantes, entre outras, tem acesso a uma vista panorâmica bastante privilegiada. O visitante externo também pode acessar um dos mirantes por uma escadaria que dá na praia. O legal é fazer isso também enquanto a maré estiver baixa e a paisagem bem iluminada pelo sol.

Outro atrativo são as belas falésias, com diferentes cores e formas. Uma delas divide a Praia do Espelho da Praia dos Amores, que recebeu esse nome justamente por ser mais reservada. Quando a maré sobe, a ligação entre as duas faixas de areia fica comprometida, então é preciso estar espero para voltar quando a passagem ainda estiver desimpedida, principalmente se você estiver carregando pertences que não podem ser molhados. Para frente fica a Praia do Outeiro, ainda mais deserta e totalmente sem barracas ou vendedores ambulantes.

Com a maré alta, as praias continuam lindas, mas perdem a particularidade que fazem delas um atrativo à parte. Além disso, os corais ficam mais escondidos e é preciso tomar cuidado para não pisar e machucar os pés. Alguns pontos continuam calmos, enquanto outros apresentam ondas altas e uma maré que pode puxar os banhistas para o fundo. Seja como for, a temperatura da água estava uma delícia até mesmo no inverno. Um dos motivos pelo qual eu amo a Bahia.
Que vontade tão grande de voltar a visitar o Brasil! Que lugar maravilhoso 🙂
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Venha, será muito bem vindo! 😀
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