Ilha da Gigóia

Rio de Janeiro – Ilha da Gigóia

Esse lugar é desconhecido não apenas dos turistas que visitam a cidade, como também pelos próprios cariocas, talvez pelo acesso limitado ou por estar escondido entre tantos prédios da Barra da Tijuca. É um passeio diferente dos mais tradicionais do Rio de Janeiro e eu só descobri porque uma amiga foi e me recomendou. A pequena vila, que conta com cerca de 3000 habitantes, lembra uma cidade do interior, mas é ainda mais calma devido à ausência total de carros. Isso não quer dizer, entretanto, que o espaço não ofereça algum agito e atrativos aos turistas, inclusive com diversas opções de hospedagens simples.

Entrada entre posto de gasolina e hospital
Entrada entre posto de gasolina e hospital

Como eu estava hospedado na região, no Brisa Barra Hotel, fui de Uber até lá. O acesso se dá por diversos pontos em volta da ilha, mas eu cheguei passando por dentro do Barra Point. Caso o shopping esteja fechado, também dá para passar na rua que fica entre um posto de gasolina e a Unimed Rio. Confesso que não é um caminho bonito e você pode ficar na dúvida se está indo para o lugar certo, mas são menos de 100 metros até chegar a um pequeno porto.

Barcos no porto
Barcos no porto

Como não tem nenhuma ponte que faça a ligação com a ilha, o único meio de acesso é através dessas pequenas embarcações que se acumulam junto ao ancoradouro. Essas chalanas vão e voltam o tempo todo e formam meio que uma fila, de modo que você não escolhe em qual deseja partir. Basta entrar na que estiver mais próxima. Quando eu cheguei, ainda não havia ninguém dentro do barco, mas logo chegaram mais pessoas e não demoramos a sair.

Transporte para a travessia
Transporte para a travessia

Não existe um preço tabelado para a travessia, então recomendo perguntar antes de embarcar. No meu caso, paguei dois reais para fazer a travessia – o valor varia dependendo de onde você quer ficar. Aparentemente, moradores e pessoas que trabalham lá pagam menos. Imagino que os barqueiros conhecem quem vai com frequência, pois não vi ninguém apresentando qualquer tipo de comprovante. Seja como for, é barato.

Mapa da ilha
Mapa da ilha

Tanto ali quanto na outra margem, havia um mapa do local. Eu tirei uma foto para usar como referência, mas acabei deixando para lá e andando sem rumo mesmo, já que a Ilha da Gigóia é bem pequena e pode ser percorrida de uma ponta à outra em poucos minutos. Caso você tenha algum destino específico, vale a pena conferir a legenda, que apresenta alguns bares e restaurantes. De qualquer maneira, os caminhos e os principais estabelecimentos estão devidamente marcados no Google Maps.

Viela com comércio e pousadas
Viela com comércio e pousadas

Eu cheguei na Alameda Dalton Barreto, que pode ser considerada a principal da vila, já que ali está concentrada a maior parte do comércio. Já tinham me dito que o local ganhava vida mesmo a noite, mas eu quis ir cedo pois tinha a intenção de almoçar por lá. Como eu fiz esse passeio de manhã, muitos pontos ainda estavam abrindo, embora já houvesse um número considerável de gente caminhando pelas vielas – alguns moradores/trabalhadores e também turistas.

Arte nos muros do beco
Arte nos muros do beco

Enquanto esperava a fome chegar, fui explorar a ilha. Me pareceu um lugar de crescimento desordenado e sem grandes preocupações estéticas. Muitas casas ficam coladas umas às outras, como que para aproveitar ao máximo o limitado espaço, dando uma sensação de favela. De qualquer forma, existe algum charme nesse caos e algumas áreas são mais arrumadas que as outras. Nesse beco, por exemplo, os muros receberam ilustrações e frases interessantes.

Espelho no jardim
Espelho no jardim

Já no jardim de uma casa, um espelho trazia a mensagem “se olhe e se admire, você é lindx e merece se sentir bem”. Um tanto clichê, é bem verdade, mas curti por ser uma mensagem positiva. Fato é que esses detalhes podem passar desapercebidos por quem passar com pressa. O ideal é andar tranquilo e com um olhar atento, já que há vários cantinhos que rendem boas fotos.

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Pude perceber também que existe uma preocupação dos moradores em deixar a ilha limpa. O despejo de dejetos e esgoto parece ser um dos problemas do local, pois há diversas placas pedindo que não seja jogado lixo no chão. Mas confesso que não cheguei a ver muita sujeira nas vielas, talvez pelo crescimento do potencial turístico do local. Os jardins, por exemplo, me pareceram muito bem cuidados, tornando a caminhada pelos estreitos caminhos bem agradáveis. Também tive uma boa sensação de segurança, já que a limitação de acesso impede que cheguem ali pessoas com intenção de roubar. Só espero que o crescimento desordenado seja controlado, já que causará danos ao meio ambiente e atrapalhar o desenvolvimento do local.

Bar com vista para as águas
Bar com vista para as águas

Com cerca de uma hora eu já tinha passado com calma por todos os lugares, então é um passeio rápido. Alguns bares e restaurantes já tinham clientes, sendo que os mais procurados são aqueles que ficam nas margens. Eu acabei pesquisando na internet as opções e resolvi comer no Laguna Restaurante, mas descobri que não há acesso a ele por dentro da ilha, sendo necessário pegar novamente um barco. Com isso, voltei para o porto onde eu tinha chegado e vi que algumas pessoas já esperavam pelo transporte. Também podem ser utilizados outros dos diversos pontos espalhados pela ilha, mas esse é o mais movimentado.

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Seja para visitar outro lugar da região ou ir embora, basta aguardar a chegada da chalana e, novamente, negociar o preço com o condutor antes de embarcar. Para o tipo de passeio que eu queria fazer, foi bom ter ido durante o dia. O ideal para curtir mais os atrativos da Ilha da Gigoia seria, entretanto, chegar ao final da tarde para explorar as ruas e aproveitar o agito dos bares, muitos deles com música ao vivo, ao cair da noite.

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