Localizado na Ilha da Gigóia, um pequeno pedaço de terra nas águas da Lagoa da Tijuca, esse restaurante só pode ser acessado por barco. A experiência de comer lá, pode-se dizer, já começa com o passeio obrigatório no trajeto até o local. O espaço é bastante procurado por servir frutos do mar preparados artesanalmente, se destacando no cardápio a moqueca de peixe alagoana e o camarão ao molho curry.
Ambiente ★★★★☆
Além de se sentir num local isolado no meio de uma cidade tão agitada quanto o Rio de Janeiro, já que o restaurante se encontra numa ilha e com acesso somente de barco pelas águas da lagoa, a decoração com móveis antigos e muitas plantas cria um ambiente aconchegante e que combina com a filosofia do lugar.

Apesar dessa suposta simplicidade, o espaço é voltado para um público com dinheiro e eu não pude deixar passar a sensação de que se tratava de um cenário, talvez por ter algumas características tão comuns a casamentos e outros eventos, como esses panos usados para filtrar os raios de sol ou os lustres pomposos.

Seja como for, eu gostei porque me senti bem com o contato com a natureza e a ausência dos sons urbanos. São várias mesas dispostas em uma área externa, um extenso quintal, que comporta cerca de cem pessoas.
Serviço ★★★☆☆
Uma informação muito importante com relação a esse restaurante é que é necessário entrar em contato antes de se dirigir ao local porque eles trabalham apenas com reserva, já que o espaço pode estar cheio ou então fechado para um evento privado. Quando eu fui para almoçar estava bastante tranquilo, mas, ainda assim, liguei antes para confirmar. O restaurante só pode ser acessado pelos barcos que fazem o transporte de passageiros pela Ilha da Gigóia, então você não irá querer ter o trabalho de ir até lá para dar com a porta na cara. As informações de contato podem ser encontradas na página oficial.

Há pontos diversos de partida, sendo que o mais utilizado fica no deck atrás do Shopping Barra Point ou, caso o local esteja fechado, na rua próxima que fica entre o hospital da Unimed e um posto de gasolina. Chegando ali, você deve avisar que quer ir ao Laguna Restaurante e perguntar o preço ao barqueiro antes de embarcar. Primeiro eu visitei a ilha, mas não se tem acesso por lá. Daí tive que voltar para o shopping e, de lá, pegar outro barco. Mas tudo isso é feito em questão de poucos minutos e, ainda assim, cheguei cedo no restaurante. Como havia poucas mesas ocupadas, o atendimento foi bem rápido.
Preço ★★☆☆☆
Eu costumo comentar que não me importo de pagar um pouco mais por pratos preparados com produtos de alta qualidade. Eu acredito que eles usem bons ingredientes, mas confesso que o prato que pedi não tinha nada demais em termos de sabor. Talvez o problema tenha sido chegar com uma grande expectativa, já que o restaurante é tão bem avaliado, mas, sinceramente, achei caro.

Outra coisa que me incomodou foi que a maioria dos pratos eram para duas ou mais pessoas, então você é obrigado a dividir. As únicas opções individuais eram ao curry, que é um tempero indiano intenso que eu gosto bastante, mas não agrada a todos os paladares. Seja como for, o cardápio atualizado pode ser acessado na página oficial.
Comida ★★★☆☆
O cardápio do Restaurante Laguna foi criado a partir de pratos clássicos de frutos do mar com foco em uma gastronomia caseira, o que é um grande atrativo em tempos de comida industrializada.

Eu comecei curtindo o lugar e bebendo uma caipirinha de caju, que eu gosto bastante e não se encontra em todo lugar. Já as entradas tinham algumas opções que me agradavam, mas como éramos só dois e já sabíamos que o prato principal seria bem servido, preferimos não pedir.

Falando nele, escolhemos o peixe nobre do dia, que serve duas pessoas e é grelhado com ervas e azeite em uma chapa levada quente à mesa. Ali também são colocados os legumes: batata rústica, cenoura, abobrinha e batata doce. Ainda acompanham arroz branco, um potinho de pirão (não sei por que os restaurantes têm mania de servir tão pouco) e um molho para o peixe. Eu achei tudo adequado, mas nada surpreendente. Se o cardápio é limitado e a cozinha é tão especializada em um determinado produto, os pratos deveriam ser excepcionais.

As sobremesas também são clássicas e eu escolhi a banana flambé, que traz a fruta caramelizada servida quente e acompanhada de um sorvete de creme. Eu acho uma delícia, confesso, mas é um doce um tanto datado. Inclusive todas as outras opções incluíam o mesmo sorvete, daí você percebe que há uma limitação na criatividade ou falta de interesse mesmo em servir algo diferente.
Resumo ★★★☆☆
Embora funcione em um lugar bacana, que te transporta para um espaço agradável de contato com a natureza, o fato é que os pratos servidos nesse restaurante, embora estivessem gostosos, não me surpreenderam em nada e não justificam os preços cobrados.