As praias de Arraial d’Ajuda e de Trancoso são tidas, por muitas das pessoas que visitam a região, como as mais lindas do sul da Bahia. Além da cor do mar, que varia em tons de verde e azul, a temperatura da água é bastante agradável. Algumas delas acabam adquirindo fama nas redes sociais e se tornam o destino dos sonhos dos viajantes como a Praia do Espelho, que fica a uma distância de um 20 km da cidade. Mas também é possível aproveitar as praias mais próximas, que têm fácil acesso e boa infraestrutura de barracas. São justamente essas o tema dessa postagem.

A gente estava de carro, vindo de Arraial d’Ajuda, e tivemos a ideia de ir para a mais distante das três praias centrais de Trancoso. Por isso, escolhemos a Praia do Rio Verde. A estratégia era ficar na mais tranquila delas e também conseguir um estacionamento mais fácil, já que a cidade possui ruas estreitas e recebe muitos turistas, vários deles com veículos alugados. Esses pontos de parada cobram antecipadamente pela vaga e nós pagamos o valor de R$20,00. Como você pode ficar o tempo que quiser, o ideal é passar várias horas ou o dia inteiro sem ficar se deslocando de um lado para o outro.

O acesso para a praia fica logo depois desse pequeno estacionamento e se dá por meio de uma passarela de madeira. A caminhada de certa de 150 metros é muito tranquila e o caminho é bonito, com predominância do verde exuberante da natureza. Seja como for, também é possível chegar lá caminhando caso você esteja hospedado em uma pousada ou hotel próximo ou tenha ânimo para uma caminhada mais longa.

O trajeto te leva diretamente para a estrutura de barracas, a maioria delas pertencentes às hospedagens à beira da praia. A gente acabou ficando na primeira que encontramos, sem nos preocupar muito, já que ninguém tinha feito uma pesquisa prévia das opções. A escolhida foi a Cabana dus Dotô, já que a ideia era só conhecer mesmo a Praia do Rio Verde. Ali, como na maioria das outras da região, é cobrada uma consumação mínima que varia de acordo com a mesa – quanto melhor o posicionamento, mais caro. A gente não se importou muito porque íamos dividir entre quatro pessoas e, com o preço das bebidas e comidas, se cada um pedisse um drink já chegava ao valor.

Como se pode imaginar, sendo um local muito turístico e de grande procura, principalmente nos feriados e férias escolares, os preços são bem salgados. A gente não foi na alta temporada e, ainda assim, eles não ofereceram nenhum desconto ou vantagens como aconteceu nas barracas da Praia do Mucugê de Arraial d’Ajuda, que estavam trabalhando sem consumação mínima e com promoções para atrair mais clientes. Além disso, é cobrado 10% de serviço com pagamento opcional, como era de se esperar.

Acabamos optando por pedir uma casquinha de siri para dar aquela enganada na fome antes do almoço e eu, que nem sou muito fã do aperitivo, até que achei gostoso. Além disso, aproveitamos para beber alguma coisa e também compramos salgadinhos dos vendedores ambulantes que passam pelas praias com seus produtos um pouco mais em conta. As barracas sempre falam que não aceitam que você consuma deles, mas acho que é inevitável.

Seja como for, há muito espaço livre na praia para montar o seu próprio guarda-sol, colocar cadeiras e levar bebidas e comidas compradas no supermercado, o que fica bem mais em conta. Nesse momento, a faixa de areia estava bem extensa devido à maré baixa, mas mais tarde chegariam as ondas mais fortes, então é bom estar atento. No mais, achei a Praia do Rio Verde realmente bem tranquila se comparada com as mais próximas do centro. É o espaço ideal para dar aquela relaxada.

Dali eu fui caminhando pela orla até a Praia dos Coqueiros, que fica a cerca de 750 metros e já é bem mais badalada – pode-se dizer que a mais movimentada da cidade. Ela também tem a melhor estrutura das praias de Trancoso, incluindo alguns estabelecimentos mais famosos, tanto que é necessário caminhar um pouco para mais longe se quiser achar um lugar com preços melhores. Pela foto acima, dá para perceber facilmente como ela estava bem mais cheia que a anterior, inclusive pelo número de pessoas no mar.

Um dos motivos para isso é que o estacionamento ali é bem maior, permitindo a parada de ônibus de turismo e vans, que vem e vão lotados de turistas. Para quem vai de carro particular ou veículos alugados, também é necessário pagar e, pelo que eu pude perceber, você simplesmente não tem opção de parar em outros locais e economizar, então já coloca isso nas contas. Também há a opção de ir a pé, bastando pegar uma descida por estrada de terra à direita do Quadrado.

Pude ver que havia mais embarcações nessa praia, com os barcos de pesca dando um clima mais rústico ao local ocupado por beach clubs, resorts e hotéis à beira da praia. É uma parte bastante glamorosa de Trancoso, atraindo o público com mais dinheiro e fama. Além de poder pegar uma hospedagem no local, você também tem a opção de pagar pelo day use das instalações de alguns deles, como se fosse a entrada de um clube mesmo.

Apesar de bem mais movimentada, as águas continuam sendo limpas e agradáveis e o local possui seu próprio charme. Eu mesmo gostei dessas toras de madeira que, provavelmente, formavam um píer que adentrava o mar. Só é necessário ter cuidado para não pisar em um dos tocos e machucar os pés quando a maré estiver um pouco mais alta e esconder a estrutura.

Fiquei um pouco por ali e segui caminhando mais para o norte até a Praia dos Nativos com o objetivo de chegar ao local de encontro do rio com o mar. Como a maré estava muito baixa, as águas do Rio Trancoso estavam bem calmas e era possível fazer a travessia tranquilamente ou até mesmo parar ali para tomar um banho como se fosse uma piscina natural de água doce. Alguns turistas fazendo passeios a cavalo pela praia passavam facilmente. Já quando o nível está mais alto, o ideal é fazer a volta pela estrada.

O espaço rende ótimas fotos e é menos movimentado que a praia anterior, mas também tem bastante gente devido à proximidade com o Quadrado e a facilidade de acesso. Ali também há uma boa estrutura de barracas, a maioria delas também pertencente às hospedagens e cobrando um valor mínimo de consumação. Mesmo na baixa temporada, é necessário dar uma pesquisada para encontrar alguma sem essa prática.

Outra particularidade que eu percebi foi a presença de algas em alguns pontos, provavelmente devido à proximidade do rio, com suas águas doces, ou trazidas pela maré. Eu, particularmente, detesto coisas batendo nas minhas pernas quando estou nadando, então preferi não me banhar por lá. De qualquer maneira, dá para perceber bem a transparência da água pela foto. Realmente é um dos litorais mais bonitos da Bahia.

Depois de conhecer a praia e tirar várias fotos, o jeito foi fazer a caminhada toda de volta até a Praia do Rio Verde, onde havíamos deixado o carro. A distância total era de cerca de 2 km, bem tranquilo. Isso permite que você conheça as três principais praias da parte central de Trancoso em pouco tempo e escolha a que melhor te agrada para passar o dia.