Always... Patsy Cline

Always… Patsy Cline ★★★★☆

Ano: 1988
Direção: Kenn McLaughlin
Direção musical: Steven Jones
Elenco: Susan Koozin e Kelley Peters.

Embora já tivesse ouvido o nome, eu não saberia apontar uma música sequer dessa famosa cantora country americana. A oportunidade de conhecer a sua história veio através de uma apresentação gratuita de Always… Patsy Cline no Miller Outdoor Theater, que fica no Hermann Park, em Houston, Texas. O legal é que as apresentações realizadas ali são gratuitas, sendo apenas necessário pegar o ingresso no dia para ter acesso a uma das cadeiras numeradas. Já para ficar na grama, basta chegar e escolher o melhor lugar. O evento marcaria o 30° aniversário da peça criada na cidade.

Entrada gratuita para assentos marcados
Entrada gratuita para assentos marcados

O ano era 1988 e, sem nenhuma surpresa, um quente e longo verão em Houston. A cidade passava por um declínio econômico e o Stages Repertory Theatre lutava para sobreviver. Dois meses antes da estreia dessa peça, o ar-condicionado do espaço parou de funcionar e as apresentações das peças tiveram de ser canceladas. Era necessário criar um show popular. Então, Ted Swindley entrou em contato com artistas que há dois anos pediam que ele escrevesse sobre Patsy Cline. Conhecendo o apelo da música country, mas sendo literalmente um ignorante sobre o gênero, ele perguntou: “quem diabos é Patsy Cline?”.

Patsy Cline
Patsy Cline

Nascida Virginia Patterson Hensley no ano de 1932, em Winchester, Virginia, ela morou com sua mãe e dois irmãos após o pai abandonar a família. Para ajudar a sustentar a casa, trabalhava como caixa em uma drogaria e garçonete. Através de uma janela da rádio local, ela assistia a performances e pediu ao apresentador para cantar uma música em 1947, então aos quinze anos de idade. A repercussão positiva a levou a apresentações em clubes noturnos vestindo roupas sertanejas com franjas costuradas por sua mãe. O nome artístico veio do sobrenome do seu primeiro marido, de quem se divorciou devido a conflitos de interesse: ela queria se tornar uma cantora profissional e ele queria que ela ficasse em casa. No segundo casamento, com Charlie Dick, teve dois filhos.

Apresentação no Miller Outdoor Theater
Apresentação no Miller Outdoor Theater

Sua carreira de sucesso teve início em 1957 com o lançamento do álbum Walkin’ After Midnight, incluindo músicas como I Fall to Pieces, She’s Got You, Crazy e Sweet Dreams. Nessa época, Patsy Cline passou a ser conhecida por seu timbre rico e emocionalmente expressivo. Também foi considerada uma pioneira da música country, tornando-se uma das mais influentes, bem-sucedidas e aclamadas cantoras do século XX. Junto a Kitty Wells, abriu as portas para mulheres terem espaço como atrações principais no gênero. Infelizmente, sua carreira foi interrompida abruptamente com sua morte prematura aos 30 anos em um acidente de avião.

Várias trocas de cenário e figurinos
Várias trocas de cenário e figurinos

Com apenas três semanas para criar o roteiro e consciente de que a peça não poderia ser apenas uma coletânea de suas canções nem uma complicada biografia, Swindley pesquisou se Patsy Cline já havia se apresentado em Houston. Com isso ele encontrou a incrível história de como Louise Seger conheceu sua ídola em 1961 no Esquire Ballroom, um bar de segunda categoria onde a cantora se apresentou, e sua subsequente amizade. Ao final da entrevista que deu para uma biografia de Patsy, foi publicada a primeira de muitas cartas escritas pela artista para Louise.

As atrizes têm uma sintonia incrível
As atrizes têm uma sintonia incrível

A peça, que pode ser classificada como uma biografia musical, estreou em 22 de julho de 1988, ficando em cartaz por cinco meses. O show literalmente salvou a companhia teatral e fez sucesso por onde passou ao longo dessas três décadas. Para mim, que nada conhecia da vida da artista e pouco de sua música, a história representou mais do que uma simples biografia: é um testemunho da força da amizade e do talento de uma mulher. Aliás, de várias mulheres, uma vez que a interpretação das duas atrizes Louise (Susan Koozin) e Patsy (Kelley Peters) foi extremamente cativante.

Música ao vivo
Música ao vivo

O musical se destaca pela sintonia perfeita na atuação, a produção com mudanças de cenário e figurinos e, como não poderia deixar de ser, a música de boa qualidade toda feita ao vivo. Aliás, para essa apresentação, toda a produção foi feita com profissionais locais. Mas o mais importante foi como a peça conseguiu emocionar tanto nos momentos mais singelos da amizade entre a fã e a cantora quanto pela apresentação das canções de amor, além de traçar a trajetória de vida de ambas. E uma coisa que eu não esperava: vários momentos de humor. O público ria junto, cantava junto, uma beleza!

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