O museu de história natural e ciências de Dallas foi uma agradável surpresa na minha visita à cidade porque foi diferente dos que já visitei em outras cidades e países. Embora não seja tão grandioso como o American Museum of Natural History de Nova York, por exemplo, o Perot Museum me ganhou pela interatividade das exposições. Isso torna a visita bem mais agradável e interessante do que apenas ver um monte de animais empalhados ou ler textos explicativos intermináveis.

O Perot Museum fica no endereço 2201 N. Field Street, perto de diversas outras atrações do centro histórico da cidade. Os dias e horários de funcionamento podem ser acessados na página oficial. Como eu fui em um fim de semana prolongado do dia de Ação de Graças, imaginei que iria encontrar o local bastante cheio e preferi fazer o passeio no começo do dia. De fato, quando cheguei lá ainda tinha poucas pessoas. Já no finalzinho da visita e na hora de sair, estava bem movimentado. Com relação ao ingresso, recebi uma credencial de mídia, uma cortesia do museu.

Uma opção teria sido usar o Dallas CityPASS, que inclui entradas para essa e outras das principais atrações da cidade por um preço promocional, além de permitir cortar a maior parte das filas. Eu usei o CityPASS para visitar a Reunion Tower, o George W. Bush Presidential Library and Museum e The Sixth Floor Museum at Dealey Plaza. Fiz uma postagem individual para cada um deles, para contar um pouco mais sobre minha experiência. Não deixe de visitá-las para ter mais detalhes. O CityPASS pode ser adquirido na página oficial com a opção de entrega em casa ou impressão de voucher. No segundo caso, você economiza o frete e pega os ingressos na primeira atração que visitar. A partir daí, tem nove dias para usá-los, o que é mais que o suficiente.
Em 2006, o Perot Museum of Nature and Science foi criado a partir da aglutinação do Dallas Museum of Natural History, do Science Place e do Dallas Children’s Museum. O conjunto era localizado no Fair Park e contava com cinema no estilo IMAX, planetário, amplo espaço para exposições e um laboratório de paleontologia.

Em 2012, o Perot Museum of Nature and Science mudou-se para o Victory Park. O edifício foi concebido pelo arquiteto Thom Mayne e sua firma, Morphosis Architects, para inspirar o conhecimento da ciência em um ambiente interativo e imersivo. A base de grama e a fachada e o teto em pedra representam a paisagem resistente à seca dos arredores da cidade. A integração entre arquitetura, natureza e tecnologia faz com que o próprio prédio seja usado como lição, já que utiliza variadas estratégias sustentáveis. O sistema de coleta de chuva é capaz de suprir 74% da necessidade de água não potável da estrutura e 100% de sua irrigação. Já para a iluminação, além das lâmpadas de LED, são usadas claraboias para permitir a entrada de luz natural. Além disso, o sol gera energia e aquece a água.

Com seis andares (embora sua altura seja a de um prédio de quatorze), o museu conta com 11 salas de exibições permanentes e 6 laboratórios. No andar superior, o único que não é visitado, funcionam os escritórios da administração. Recomenda-se que a visita seja feita de cima para baixo, então peguei o elevador para o quarto andar. Ali encontra-se o Hall of Birds, uma exposição sobre pássaros, animais que se adaptaram para sobreviver quando tantos outros, como os dinossauros, pereceram; o Life Then and Now Hall, onde estão tanto as ossadas de animais pré-históricos quanto informações sobre animais modernos; e o Expanding Universe Hall, que trata dos planetas do sistema solar, de estrelas e galáxias distantes.

Desci para o terceiro andar e a primeira sala, Dynamic Earth Hall, tinha várias coisas interativas, incluindo um simulador de terremotos. Basicamente, você fica em uma plataforma enquanto um funcionário explica os diferentes níveis de abalos sísmicos, onde aconteceram, os estragos que causaram e… liga a máquina para você sentir o movimento. Ali é tranquilo, você está esperando e segurando em uma barra. Mas imagina isso acontecendo no mundo real, com objetos despencando à sua volta e você sem conseguir parar em pé. As outras partes tratam de eventos ligados à água e ao ar, mostrando que a Terra encontra-se em constante transformação.

Falando do nosso querido planeta, no mesmo andar fica o Gems and Minerals Hall. Essa parte é mais expositiva, mas eu gosto porque sempre fico procurando as pedras preciosas e formações geológicas originárias do Brasil ou, especificamente, do estado de Minas Gerais (onde nasci e moro). Sempre tem alguns exemplares. Além disso, acho impressionante a quantidade de formas, cores, brilhos e texturas das pedras.

Para completar, passei pelo Energy Hall, que demonstra de forma interativa como se dá a geração de energia através de recursos diversos e suas aplicabilidades no nosso cotidiano. Essa parte tem um “brinquedo” chamado Shale Voyager, com vídeos e aquelas cadeiras que tremem. Ali podemos ver como se dá a perfuração de poços e extração de recursos naturais do estado, um tema importante para a região. O Texas é possui as maiores reservas de petróleo, gás natural e derivados dos Estados Unidos. A atração, entretanto, me soou datada e pouco interessante, tendo sido o único ponto baixo do passeio. Sinceramente, não acho que vale a pena conferir, principalmente se tiver com fila de espera.

A visita ao segundo andar tem início com a exposição Discovering Life Hall, talvez a que mais se assemelha a um museu de ciências naturais tradicional, já que possui alguns animais empalhados expostos em ambientes que reproduzem seu habitat. Ainda assim, é possível ver animações em 3D e brincar com jogos interativos que exploram plantas, animais e até bactérias, desde organismos unicelulares até ecossistemas completos.

Nesse andar, uma parte que achei mais interessante foi a do Being Human Hall, que trata de diversos aspectos do corpo humano como questões relacionadas ao DNA, habilidades necessárias para a nossa sobrevivência, destaques da pesquisa científica, eventos que enganam o cérebro, testes de força e outros atrativos diversos. Essa área foi totalmente reformulada depois de cinco anos de existência, então é tudo bem novo e interessante.

Já o Engineering and Innovation Hall eu acabei não aproveitando tanto porque era a parte mais cheia do museu. Também pudera, ali os visitantes têm a oportunidade de se transformar em verdadeiros engenheiros ao utilizar a matemática e a ciência para resolver problemas do dia a dia, inclusive com o uso da robótica, o que chama a atenção de todos (tinha adulto lá mais empolgado que as crianças). É possível, por exemplo, projetar e construir seu próprio robô para participar de corridas em um labirinto, pegar objetos e até lutar uns com os outros. A exposição trata de diversas áreas como arquitetura, mecânica, elétrica e engenharia da computação.

Dali eu fui para o subsolo, onde fica o Sports Hall. Essa área possui alguns testes físicos e de reflexo. Você pode, por exemplo, jogar uma bola de futebol americano ou um disco de hockey, tentar acertar uma cesta de basquete, apostar corrida com um animal e realizar outras atividades diversas como de observar os pontos de calor no seu próprio corpo ou fazer testes que comparam a sua alimentação com o gasto de calorias gerados pelos exercícios físicos diários.

Também é ali embaixo que fica a Temporary Exhibition Hall. Quando eu fiz esse passeio, a exposição temporária era a Ultimate Dinosaurs, que mostrava algumas espécies de dinossauros pouco vistas. As ossadas iam desde o pequetito Eoraptor até o gigante Giganotosauros, primo maior e mais feroz do famoso Tiranossauro Rex. O acesso a essa área exige um bilhete especial, mas eu tive acesso com o meu media badge.

Subindo novamente para o primeiro andar, que é onde fica a entrada e a bilheteria do museu, há uma outra atração que exige a compra de bilhetes específicos: a sala de cinema de filmes em 3D. Como eu tinha que visitar outras atrações da cidade, optei por não fazer esse programa. Mas passei na Museum Shop para dar uma olhada nos produtos vendidos, embora eu quase nunca faça compras de souvenirs para não aumentar e o tamanho e peso das malas.

Por último, dei uma conferida no Café, onde é possível comer desde lanches rápidos até refeições completas. Caso você não ache interessante pelos preços ou pelas opções, também é possível levar sua própria comida – do lado de fora do museu tem bastante espaço que dá para sentar e comer. Eu acabei preferindo ir almoçar no Neo Olivella’s Pizza Napoletana, que fica ali perto e serve massas frescas e pizzas.