O George W. Bush Presidential Center, inaugurado em 2015, é um complexo que inclui uma fundação, um instituto, a biblioteca e o museu. A estrutura encontra-se no campus da Southern Methodist University. A primeira parte do passeio foi uma caminhada agradável pelo parque. Como eu fui no outono, as folhas das árvores estavam bem coloridas de amarelo, marrom e vermelho.

O museu, juntamente com a livraria, dá a oportunidade de conhecer um pouco mais sobre a vida e a carreira de George W. Bush, ao mesmo tempo em que fornece informações sobre como funciona a presidência do país e mostra fatos importantes da história dos Estados Unidos. O local se encontra fora do centro histórico da cidade, no endereço 2943 SMU Boulevard. Eu achei tranquilo de chegar – fui de transporte público.
Pode parecer óbvio demais, mas é proibido visitar o local portando qualquer tipo de arma. Na entrada, há um detector de metais e as bolsas passam por um raio-x. Caso você esteja carregando uma mochila grande, será necessário deixa-la em um guarda-volumes.

As informações de dias e horários de funcionamento, bem como do preço dos ingressos, podem ser acessadas na página oficial. Os dias de menos movimento são durante a semana, no período da tarde. Os bilhetes podem ser comprados antecipadamente online ou na bilheteria do local e dão direito a visitar a coleção permanente, as exibições especiais, ao uso do guia de áudio e qualquer programação específica do dia. Quando eu fui, estava tendo uma exposição temporária chamada Deck the halls and welcome all: Christmas at the White House 2006, mostrando como foi a decoração de Natal da Casa Branca naquele ano.

Eu estava usando o Dallas CityPASS, que ganhei como cortesia, e achei uma ótima opção para quem pretende visitar algumas das principais atrações da cidade economizando cerca de 40% no valor das entradas. Além da grana, você ganha tempo porque pode cortar a maioria das filas. O bloco pode ser comprado antecipadamente na página oficial e retirado na primeira atração visitada ou ser adquirido pessoalmente em qualquer uma das atrações que inclui. Eu podia escolher entre visitar o George W. Bush Library e Museum ou o Dallas Arboretum & Botanical Garden, mas escolhi o primeiro porque queria ver algo que fosse específico da cidade. Já visitei jardins botânicos em vários outros lugares e adoro, mas acabei não indo no de Dallas. Depois do primeiro uso, o passe tem nove dias de validade, o que é mais do que o suficiente para visitar as quatro atrações inclusas.

Logo na entrada da exposição permanente já é possível perceber o tom de propaganda política que marca o passeio. Ali encontram-se painéis com fotos pessoais do presidente e sua família acompanhadas de textos sobre o espírito do Texas, a força da família, o poder da fé e coisas desse tipo. Logo depois, há uma breve explicação sobre a polêmica das eleições de 2000, marcadas pela proximidade entre os dois candidatos, acusações e recontagens de voto. Obviamente, o tema é tratado de forma superficial e sem muita autocrítica, o que me fez questionar o que eu estava fazendo ali.

Depois de assistir a um vídeo de introdução e passar pela sala em que se destacavam as decisões políticas de Bush com relação à alfabetização de crianças, cheguei à parte sobre os ataques terroristas, com foco no World Trade Center, e passei a achar a visita mais interessante. De fato, é um museu bastante marqueteiro, mas não há como negar que foi um período marcado por fatos importantes para o país e o mundo, então é interessante conhecer um pouco da história. Ainda que você veja tudo com um olhar crítico, caso não seja particularmente um admirador do Bush ou da política americana de um modo geral, dá para extrair muitas informações dos textos, fotos, documentos, objetos e cenários. Achei, por exemplo, que eles terem colocado uma parte da estrutura das torres gêmeas danificada e retorcida bastante tocante, artisticamente falando.

Outra parte interessante é a recriação em tamanho natural do Oval Office, um ambiente que costumamos ver em vários filmes e séries. Ali, todos os móveis e a decoração são fiéis ao tempo em que Bush ocupou a Casa Branca – achei o local bem menor do que estava no meu imaginário. O legal é que você pode tirar uma foto fingindo trabalhar na mesa. Esse sou eu na direita, tramando para derrubar o presidente e assumir o governo do país. Fala se não é uma oportunidade única estar nesse ambiente? Por ser uma recriação, você pode tocar em todos os objetos, sentar no sofá e nas cadeiras, olhar todos os detalhes por quanto tempo quiser.

Saindo do Salão Oval, dei uma volta no Rose Garden, também no tamanho natural de 38 x 18 metros. Não havia nenhuma rosa ou flores, por causa da estação. Ainda assim, é um ambiente gostoso para sentar e dar uma descansada antes de seguir o passeio.
A próxima sala da exposição, chamada Life in the White House, mostra a planta do edifício, várias fotos, documentos, painéis interativos e objetos. É interessante conhecer um pouco da intimidade do local e da vida das pessoas que passaram anos por ali.

Falando em interação, uma parte que eu achei bastante interessante foi o Decision Points Theater. Você entra ali com um grupo de visitantes e deve, primeiro, escolher um dos temas polêmicos tratados durante o governo. A maioria optou pelas catástrofes geradas pela passagem do furacão Katrina. Daí você tem poucos minutos para ouvir a opinião de diferentes setores do governo e da sociedade dizendo por que você deve ou não enviar soldados para ajudar a polícia a controlar o crime e reorganizar as cidades – tipo a intervenção militar no Rio de Janeiro. Você concorda ou não com cada um deles e depois toma a sua decisão, o que dá uma noção do peso do trabalho de um presidente, que precisa levar em consideração os mais diversos aspectos e consequências de uma escolha, muitas vezes com pouco tempo para refletir sobre o assunto. Ao final, aparece qual foi o posicionamento do George W. Bush sobre aquele tema.

A primeira Presidential Library foi fundada pelo então presidente dos Estados Unidos Franklin D. Roosevelt. A ideia é servir como arquivo físico do exercício do comando do país, além de promover programas especiais e exibições de interesse da comunidade. Ali estão os documentos e artefatos que marcaram determinado período da história. No caso de Bush, de janeiro de 2001 a janeiro de 2009. Obviamente, há também uma loja do museu com diversos livros, camisas e objetos à venda. Eu não costumo comprar nenhuma lembrancinha para mim ou para presentear os outros durante as minhas viagens porque acaba sendo um peso a mais na mala – cada vez, tento viajar mais leve. Mas gosto de passear nas lojinhas e fuçar em todos os souvenirs.

Por último, passei no Courtyard Café, onde há uma estátua do Bush com seu pai, George H. W. Bush, que também foi presidente dos Estados Unidos. Ali só tem mesas na área externa e são servidas refeições simples como sopas, saladas e sanduíches, além de bebidas quentes e frias. Uma experiência gastronômica mais completa pode ser encontrada no Café 43, que não requer uma entrada para o museu. Achei as opções do menu interessantes e o preço não é muito alto, então vale a pena dar uma conferida.

Eu estava um pouco receoso sobre esse museu porque achei que seria pura e simplesmente um marketing pessoal do Bush. No fim das contas, achei que a visita valeu a pena por mostrar fatos importantes da história, pela interatividade das exibições e por ter detalhes da arquitetura, da decoração e da vida na Casa Branca.