A ideia de um museu dedicado ao tema existe desde quando Pierre de Coubertin reviveu os Jogos Olímpicos e fundou o comitê que organizaria o evento. O museu olímpico, que foi inaugurado em 1993 em Ouchy, distrito de Lausana, reflete o espírito dos esportes, unindo diversas nações.
O moderno edifício, localizado em uma das mais belas locações do Lac Lemán, também conhecido como Lago Genebra, é palco de exibições interativas, documentos, filmes e coleções de precisos objetos que vêm da Grécia antiga até os dias atuais. Para os fãs do evento, o passeio é imperdível, pois trata-se do maior centro de informações sobre as olimpíadas no mundo.

Para mim, o passeio teve início já no trajeto para o museu. Eu estava hospedado no Hôtel Résidence du Boulevard, próximo ao centro histórico da cidade, e poderia ir caminhando até o museu. Mas preferi economizar tempo e pegar o metrô até a estação Ouchy-Olympique, que estava inclusive com algumas decorações relacionadas a esporte. Essa mesma estação é a utilizada para dar acesso ao porto de onde saem os passeios de barco pelo lago.
São cerca de 600 metros de agradável caminhada à beira do lago até o museu. Eu fui andando com calma e tirando algumas fotos para aproveitar a paisagem, já que eu não teria tempo para fazer um dos passeios de barco. Ainda assim, em poucos minutos eu já estava no parque.

Mesmo para quem não tem a intenção de entrar no museu, vale a pena visitar o Parc Olympique, que começa no nível da rua e sobe em direção ao prédio. Na parte inferior, há uma grande fonte de água com o nome do museu. Em meio aos bem cuidados jardins, estão algumas esculturas que representam diversos dos esportes praticados durante as competições, um grande painel com contagem regressiva para as próximas olímpiadas e um caldeirão com a chama sempre acesa. Você pode subir diretamente pela escada ou optar pela rampa, num trajeto mais tortuoso que funciona como uma pista de corrida.

O caldeirão do fogo olímpico que se encontra próximo à porta do museu foi projetado pelo francês André Ricard em mármore e bronze. A chama foi acesa com um laser na École Polytechnique Fédérale de Lausanne (EPFL), que fica a alguns quilômetros de distância, e levado em um revezamento até o museu em 1993. A responsável por acender o caldeirão foi a patinadora artística Katarina Witt, da Alemanha.

Pela minha experiência, não existe necessidade de comprar o bilhete de entrada antecipadamente. Quando eu cheguei lá, não havia nenhuma fila e eu fui direto para a bilheteria. Outra opção seria utilizar um dos terminais de autoatendimento que ficam no andar de entrada e no piso superior. Além do acesso às exposições permanente e temporárias, há a opção de contratar um guia de áudio disponível em várias línguas.
Como eu tinha o Swiss Travel Pass, que inclui viagens pelo país, transporte público e entradas para centenas de museus, não precisei pagar nada – bastou apresentar meu passe e receber o ingresso. Para informações sobre os preços, dias e horários de funcionamento, acesse a página oficial.

Com os ingressos comprados, descemos para o nível inferior afim de deixar nossas mochilas nos armários. O legal é que cada porta tem o nome de um campeão olímpico, com o esporte, o país e o ano em que conquistou a medalha. Só para ser mais divertido, você pode escolher algum atleta que você gosta mais para guardar seus pertences pessoais. Os casacos podem ficar pendurados nos cabides ao fundo.
A coleção permanente do museu conta com cerca de 1.500 objetos e sete horas de conteúdo audiovisual e apresentações interativas. Tudo isso está espalhado nos 3.000 metros quadrados de três andares: o mundo olímpico (nível 1), os jogos olímpicos (nível 0); e o espírito olímpico (nível -1). O passeio pelas exposições tem início no nível superior. Para ter acesso, é preciso ler o código de barra do ingresso para liberar a catraca.

O museu possui uma extraordinária coleção permanente que inclui itens de todos os cantos do mundo, desde eras ancestrais até os dias de hoje. O acervo começou a tomar forma em 1915, continuando a se desenvolver ao longo dos anos. Eu confesso que não tinha pesquisado detalhadamente sobre esse museu antes de visitá-lo, só sabia que era um dos grandes atrativos da cidade. Quando cheguei e comecei a percorrer o local, a exposição me impressionou bastante, pois eu não sabia que teria toda essa parte histórica que eu adoro.

A primeira parte da exposição, Le monde olympique, reconta as origens ancestrais das competições até o desejo de Pierre de Coubertin de reunir as nações em um movimento pacifista expresso nas competições esportivas. Essa seção destaca a ideia de conhecer uns aos outros e o compartilhamento de um ideal, ilustrado no revezamento de carregar o fogo olímpico, cerimônia que é realizada em todos os países sede dos jogos. Um dos grandes atrativos dessa parte é, inclusive, a exposição das tochas de todas as edições das Olimpíadas desde 1936 – atualmente, a mais recente é justamente a brasileira.

O próximo andar chama Les jeux olympique e foca nas personalidades que deixaram as suas marcas nos jogos olímpicos de verão e inverno ao longo dos anos e incorporam os valores de excelência, amizade e respeito. Também há espaços dedicados aos jogos paraolímpicos e da juventude. Além das fotografias e vídeos, dos quais se destaca um filme em 180°, podem ser apreciados várias roupas e equipamentos utilizados pelos atletas. Falando em vestuário, há uma parte da exposição dedicada às cerimônias de abertura com vários figurinos – é muito interessante ver isso de perto porque é possível perceber a preocupação com detalhes que acabam passando despercebidos tanto por quem está lá, quanto por quem acompanha pela televisão.

Já no andar inferior, L’espirit olympique, o foco é no coração da Vila Olímpica, onde atletas de todas as nações convivem pelas semanas do evento. Treinamento, nutrição, relaxamento e tecnologia são utilizados para que cada um dê o melhor de si. Nessa parte, equipamentos interativos permitem que o visitante passe por experiências físicas, psicológicas e intelectuais. Um dos destaques é a exposição das medalhas olímpicas a partir de 1896 até os dias de hoje.

Antes ou ao final do passeio, você pode aproveitar para relaxar e repor as energias no Tom Café, que fica no andar superior e possui uma vista privilegiada da paisagem. Nos finais de semana, os visitantes podem combinar a visita ao museu com um brunch. Em todos os dias, as opções vão desde um lanche rápido até uma refeição completa, com pratos requintados. O menu completo com os preços pode ser acessado na página do café.

Também vale a pena dar uma passada na loja do museu, que fica no lobby de entrada. Os produtos vendidos ali variam bastante, mas certamente serão encontrados itens de edições passadas e futuras dos jogos olímpicos, incluindo roupas e mascotes de pelúcia, além daqueles relacionados às exposições temporárias e lembranças com a marca do museu.