Pelo que pude perceber, a maioria das pessoas que visitam a cidade fazem um bate e volta a partir de São Luís. Como eu tinha mais dias de férias, aproveitei para dormir uma noite em Alcântara, pois assim poderia conhecer melhor a cidade. Para isso, fiquei hospedado na Pousada La Maison du Baron, que fica bem localizada no centro histórico.
Quando chegamos a Alcântara, fomos direto para a pousada deixar as mochilas (mas já tirando algumas fotos pelo caminho). Chegando lá, descobri que eles têm o Restaurante Colonial, no mesmo espaço em que é servido o café da manhã. Como a gente queria agilizar a refeição para começar logo o passeio, resolvemos comer por lá mesmo.

O restaurante funciona no horário de almoço das 11 às 15h. Quando chegamos lá estava bem vazio – apenas uma mesa estava ocupada. Mas estava vindo um cheirinho tão gostoso da cozinha que não tinha como resistir. Nesse período de almoço, são servidos pratos com peixes, camarão, carnes e frangos. A gente escolheu o bife acebolado, que vem acompanhado de macaxeira, arroz, feijão, macarrão e farofa. Comidinha caseira bem temperada e novinha. Achamos bem gostoso e o preço é bem em conta porque dá para dividir tranquilamente por duas pessoas.

A noite chegamos a sair para procurar outro lugar para comer na cidade, mas não encontramos nada muito interessante. Com isso, voltamos para o Restaurante Colonial para fazer um lanche em vez de jantar. Nesse horário, entre 18 e 23h, o cardápio é diferente do que vimos no almoço. São servidos hambúrgueres, petiscos e algumas massas. Fomos de x-bacon com batatas fritas, que estava gostoso. A noite o restaurante estava mais movimentado – em outra postagem eu comentei que a população local parece esperar o sol se pôr para sair de casa, evitando o calor intenso da região. Dependendo do dia eles têm música ao vivo e é cobrado um couvert artístico. Para conferir a programação, acesse a página oficial do restaurante no Facebook.

No almoço do dia seguinte, fui ao Restaurante Cantaria, talvez o mais famoso da cidade entre os turistas. De fato, muitas pessoas passam por lá no começo do passeio para já deixar reservada uma mesa, já que um dos diferenciais do lugar é poder comer com uma bela vista da Baía de São Marcos. Falando em beleza, quando você olha para o restaurante, você não dá nada por ele. Parece bem fundo de quintal ou a porta de uma borracharia. Mas as mesas são colocadas do outro lado do Largo do Desterro, embaixo das sombras das árvores, então é um ambiente agradável.

A especialidade da casa são os frutos do mar. Nós pedimos um peixe frito ao molho de camarão que, assim como os outros pratos, vem acompanhado de três tipos de arroz (branco, de camarão e de cuxá), feijão, creme de camarão (tipo um pirão), farofa e salada. O peixe estava bem gostoso. Depois me arrependi de ter pedido o peixe com camarão, podia ter sido só o peite. Me parece que no Maranhão eles têm o costume de não limpar o camarão direito e eu acho isso bem nojento – não gosto com casca, quem dirá com tripa. De qualquer maneira, a comida estava saborosa e recomendo uma ida lá. Os pratos são para duas pessoas e fica barato.

Outra dica gastronômica da cidade é experimentar o famoso doce-de-espécie, vendido em diversos estabelecimentos e até mesmo oferecido por cozinheiras na rua. A guloseima tem como ingrediente principal o coco ralado, parecendo um bom-bocado mais leve. O doce é encontrado somente em Alcântara e se tornou uma tradição local por ser distribuído pelos moradores nas celebrações da Festa do Divino, que acontece 40 dias depois da páscoa.