Eu adoro ir em feiras de produtos regionais e artesanatos nas minhas viagens pois é uma forma de conhecer um pouco mais da cultura local, ainda que, na maioria das vezes, eu acabe não comprando nada pois gosto de viajar com pouca bagagem e evito acumular muitos objetos em casa.
Quando fiquei sabendo do Ceprama, fiquei muito interessado em conhecer. A sigla significa CEntro de PRomoção Artesanal do MAranhão e o endereço é Rua São Pantaleão, 1332, na região central da cidade. Aliás, é possível chegar até lá caminhando a partir do centro histórico, mas como é um pouco distante e o calor em São Luís é de matar, eu preferi chamar um Uber.

A feira permanente ocupa um grande galpão onde antes funcionava antigamente a Companhia de Fiação e Tecidos de Cânhamo. A fachada chama a atenção pelas suas cores fortes sobre fundo branco. Assim como outros edifícios históricos da cidade, este também poderia estar mais bem conservado, mas não chega a estar em condições realmente ruins.
A área externa é palco das festas de carnaval, que contam com a apresentação de blocos diversos, dos mais tradicionais aos alternativos, tribos indígenas e também de crioula. Ali também são realizados festejos de São João, com apresentação de grupos de bumba-meu-boi, quadrilhas, dança portuguesa, dança do boiadeiro e cacuriá.

O espaço, com mais de 4.000 m2, começou a ser construído em 1891 e concluído no ano seguinte, segundo informa o texto dos azulejos na porta de entrada. Localizada no polo industrial de São Luís, a Fábrica Cânhamo, como era conhecida, ficou aberta até o início dos anos 1970, quando se deu a sua falência. No seu auge, a fábrica chegou a empregar 220 operários, que produziam uma média de 1,4 milhão de metros de estopa por ano em suas 28 máquinas e 105 teares. Atualmente, parte desse maquinário está exposto no local.

Na parte interna, além de fotos e objetos de exposição, ficam distribuídos dezenas de estandes, onde se pode encontrar opções de lembrancinhas diversas da sua viagem ao estado, mas também produtos de uso cotidiano, decorações mais caras, como pinturas e outros.
Cada um dos boxes tem seu foco principal, expondo produtos fabricados a partir da fibra do buriti, azulejos que lembram a colonização portuguesa e são usados em objetos e móveis diversos, cestos e móveis de vime, roupas e acessórios de fibra de tucum, madeira e cerâmica, produtos feitos com chifres, pinturas a óleo destacando a arquitetura ou outros elementos regionais, bordados, rendas e também alimentos, especiarias e bebidas regionais.

Uma das coisas interessantes de se visitar o local é testemunhar a produção artesanal ao vivo. Enquanto esperam pelos clientes, muitas pessoas trabalham no local. Um dos destaques é a renda de bilros, produzida sobre uma almofada dura com um desenho espetado por diversos alfinetes, que são deslocados pela rendeira à medida que o trabalho progride. Os fios, que podem ser de uma cor única ou bastante coloridos, ficam presos a pedaços de madeira torneada ou outros materiais, como ossos. Esses são os bilros ou birros. É um processo demorado, mas que resulta em um produto delicado e belo.

Quando eu fui, não havia praticamente nenhum turista ou outro comprador no local – talvez seja uma questão de horário, já que as pessoas geralmente preferem sair quando o sol está mais baixo, no início da manhã ou no fim da tarde. De qualquer maneira, estava super tranquilo andar por lá, mesmo porque os corredores são bem largos. Recomendo uma visita ao local, seja com o objetivo de realizar compras, seja apenas para conhecer um pouco mais da cultura local.
Boa iniciativa de amparo aos artesões!
Procuro marei mais fotos e não encontro nada vetorizado ou em desenho gráfico!
Caso exista ou tenha, favor enviar algumas, grato pela atenção!
CurtirCurtido por 1 pessoa
Olá, Marcos. Infelizmente não tenho nada vetorizado ou em desenho gráfico, somente as fotos que fiz no local. Abraço!
CurtirCurtir