O Rietberg fica na Gablerstrasse, 15. Para chegar lá, basta descer na estação do tram com o nome do museu e seguir as placas na rua que indicam o caminho até o local. Em menos de 200 metros você estará na entrada do Rieterpark, uma grande área verde em uma colina. O passeio pelo parque, que possui um lagoa e uma fonte, vários jardins e árvores, já vale a visita. O local é usado para a realização de concertos e peças de teatro. De qualquer maneira, é preciso subir o caminho que leva até o museu.

A história desse local tem início em 1857, quando Otto e Mathilde Wesendonck se mudaram para a sua recém construída e grandiosa casa em estilo neoclássico hoje conhecida como Villa Wesendonck. O casal recebia ali vários artistas, intelectuais e acadêmicos, sendo particularmente afeiçoados a Richard Wagner, vindo da Alemanha em 1849. Wagner e sua esposa, Minna, passaram a morar em uma casa dentro da propriedade, hoje conhecida como Villa Schönberg.
Como testemunham as cartas e declarações de amor dirigidas a Mathilde, sua musa durante os 16 meses em que ficou no local, Wagner se apaixonou pela esposa do amigo. Inspirado por esse amor, ele escreveu Tristão e Isolda. A relação íntima dos dois gerou uma crise que levou à separação de Minna e Wagner, que abandonou o local e viajou para Veneza. O casal Wesenconck, anos depois, vendeu a propriedade e voltou para a Alemanha.

Nas décadas seguintes, a casa foi ocupada pela família Rieter, provenientes de Winterthur. A família foi responsável pela plantação de laranjeiras e construção de novas estruturas agrícolas na propriedade. Em 1945, a cidade de Zurique comprou a propriedade de 67.000 m2 que formou o Rieterpark. Quatro anos depois, os moradores votaram a favor de transformar a Villa Wesendonck em um museu para a coleção do Baron Eduard von der Heydt, que foi doada para a cidade. Em 1952, as portas do Museum Rietberg foram abertas para o público.

Grande parte da coleção permanente é baseada na generosa doação do barão, mas continuou a crescer ao longo dos anos. Esse é o único museu da Suíça voltado exclusivamente para a arte de culturas não europeias, exibindo uma coleção relevante de peças da Ásia, África e América e Oceania. O objetivo é não apenas focar na fascinante variedade da expressão artística no mundo, mas também despertar o interesse e entendimento das culturas estrangeiras, suas visões e religiões. Ali estão expostas esculturas budistas chinesas dos séculos VI e VII, bem como esculturas africanas em madeira.
Em 2002, foi realizada uma competição internacional para a construção de uma extensão do museu, vencida por Alfred Grazioli e Adolf Krischanitz. A nova estrutura foi inaugurada em 2007, aumentando o espaço de exibição em 125% sem alterar a fachada da casa e a vista do parque, já que se encontra no subsolo.

Há também exposições temporárias. Na minha visita, pude conferir a Osiris – Mistérios Submersos do Egito, que exibia 300 estátuas e objetos rituais, sarcófagos e ídolos resgatados das profundezas o mediterrâneo na costa egípcia. A exibição contava a história de Osiris, deus egípcio do renascimento, governador do mundo dos mortos e herói de cultos místicos, a partir das descobertas feitas nas legendárias cidades de Thonis-Heracleion e Canopus, que foram tomadas pelas águas no século VIII a.C. Muito interessante e impressionante, principalmente as colossais estátuas de cinco metros de altura.

O prédio da Villa Wesendonck é onde funciona atualmente o Café. A entrada para as exposições é feita pelo prédio ao lado, onde também está a loja e os armários para guardar seus pertences durante a visita. Também há a Villa Schönberg, onde morou Richard Wagner, e o Park-Villa Rieter. Para saber os dias e horários de funcionamento do museu e do café, bem como os preços de ingresso para as exposições, acesse a página oficial.
Há muita curiosidade de minha parte interagir nesse local que trás lembranças e conhecimento.
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