Avenue des Champs-Élysées vista do Arco do Triunfo

Paris – Avenue des Champs-Élysées

O nome dessa que é uma das avenidas mais famosas do mundo é traduzido para o português como “Campos Elísios”. Na mitologia grega, esse é o nome do paraíso, o mundo dos mortos governado pelo deus Hades. Para os Campos Elísios, com suas paisagens verdes e floridas, iam os homens virtuosos, heróis, santos, sacerdotes e poetas, que repousariam dignamente após a morte, além dos deuses. Em algumas versões, está separado por um muro gigantesco do Tártaro, lugar de sofrimento eterno para onde iriam os bolsomitos pecadores. Essas concepções se assemelham bastante ao céu e inferno descritos na bíblia.

Avenue des Champs-Elysées em cerca de 1855 | Ilustração: Charles Fricot
Avenue des Champs-Elysées em cerca de 1855 | Ilustração: Charles Fricot

Até o reino de Louis XIV (metade da população dessa cidade devia chamar Louis, vai vendo), o terreno era ocupado por plantações e jardins. A avenida em si e seus jardins foram construídos em 1667 por André Le Nôtre e, à época, foi chamada Grand Cours ou Grand Promenade. O nome Champs-Élysées passou a ser usado em 1709 e sua extensão aumentada em diferentes ocasiões. No final do século XVIII, avenida se tornou um lugar famoso, com as árvores em ambos os lados já crescidas e jardins de casas nobres em sua volta.

Execução de Louis XVI em 1793 | Ilustração: Charles Monnet
Execução de Louis XVI em 1793 | Ilustração: Charles Monnet

A Champs-Élysées não é uma avenida muito longa. São apenas 1.91 km de extensão que você pode percorrer tranquilamente a partir da Place de la Concorde. Essa é a maior praça da capital francesa e foi projetada por Ange-Jacques Gabriel em 1755. O local foi denominado Place Louis XV (outro), em homenagem ao então rei da França, cuja estátua foi derrubada durante a Revolução Francesa. O novo governo ergueu uma guilhotina na praça, agora chamada Place de la Révolution, e ali mesmo foi degolado o rei Louis XVI (neto do anterior), além de outras cabeças personalidades importantes da história como a rainha Marie Antoinette, a princesa Élisabeth, Charlotte Corday, Madame du Barry, Georges Danton, Camille Desmoulins, Antoine Lavoisier, Maximilien Roberpierre, Louis (!) de Saint Just e Olympe de Gouges, ou seja, praticamente um episódio de Game of Thrones. Mas o lugar troca de nome igual a Gretchen troca de marido. Em 1975, foi rebatizada como Place de la Concorde. Em 1814 voltou pra Place Louis XV, em 1826 para Place Louis XVI e, finalmente, em 1830, voltou a se chamar Place de la Concorde. Visita logo esse lugar antes que ele troque de nome de novo e você fique confuso sem saber onde está!

Jardin des Tuileries
Jardin des Tuileries

A leste da Place de La Concorde está o Jardin des Tuileries, que era parte de um palácio e foi transformado em jardim público depois da Revolução Francesa. Dali você pode ir andando para o Musée du Louvre, que fica logo no final do jardim. Mas isso não interessa agora porque estamos falando da avenida, que está no outro sentido. Ela começa no encontro a Place de la Concorde com o Jardin des Champs-Élysées – um parque que tem o Petit Palais, o Grand Palais, o Théâtre Marigny, restaurantes, jardins e monumentos.

Louis Vitton da Champs-Elysées
Louis Vitton da Champs-Elysées

A Avenue des Champs-Elysées é cheia de cafés, restaurantes e lojas de marca – aposto que essa parte te interessa. Estão ali Adidas, Banana Republic, Gap, Zara, Disney Store, Abercrombie & Fitch, Nike, Fnac, Tiffany & Co, Levi’s, Tommy Hilfiger, H&M, Marks & Spencer, Hugo Boss, Lacoste, Cartier, Sephora, Toyota, Louis Vuitton, entre outras. Em um dos dias que eu estava andando por ali tinha até fila na porta da Louis Vitton, imagino que os preços deveriam estar baixíssimos para causar tanta comoção SQN. A maioria das pessoas deve entrar mesmo só para visitar e, como tem limite do número de pessoas que pode ficar dentro da loja (por motivos de segurança), então pode acabar formando uma fila.

Avenue des Champs-Elysées à noite
Avenue des Champs-Elysées à noite

Isso ou as pessoas realmente queriam comprar, já que era fim de ano e o Natal estava chegando. E você realmente acha várias lojas com promoções, mas imagino que os preços não devem ser dos melhores por se tratar de uma área extremamente turística. Aliás, nessa época a avenida estava toda decorada com luzes, bonito mesmo de se ver. De qualquer maneira, acho que o ano inteiro deve valer a pena dar uma volta por ali a noite, afinal de contas, estamos falando da cidade luz.

Depois dos 1.91 km de caminhada – pode somar aí outros quilômetros se você entrar em muitas lojas e ficar batendo perna lá dentro – você chega até o final da avenida na Place Charles de Gaulle, onde se encontra o Arc de Triomphe. Dependendo de quando for sua visita à cidade, além da iluminação especial do fim de ano, você pode presenciar a maior parada militar da Europa durante o Le 14 juillet (14 de julho), o final da corrida de bicicletas Tour de France ou outros eventos populares e manifestações de protesto. Boa sorte.

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