Depois de atravessar a Brooklyn Bridge, você pode caminhar até a estação de metrô mais próxima e voltar para Manhattan ou voltar tudo a pé, mas uma ótima opção é continuar o passeio no Brooklyn Bridge Park. O espaço começou a ser utilizado como porto em 1642, o que desenvolveu a comunidade local e lhe deu o nome de het Veer (a Balsa). No final do século XVIII mais docas foram construídas e, ao longo do século seguinte, uma área residencial se formou no Brooklyn Heights e linhas de trem foram instaladas no Fulton Ferry Landing. Durante esse período, armazéns e lojas proliferaram ao longo da costa. Com a abertura da Brooklyn Bridge, em 1883, e a Manhattan Bridge, em 1909, o comércio para esse setor do East River por barco foi interrompido, ocasionando o fechamento da Fulton Ferry Landing em 1924. Além disso, a construção do Brooklyn Height Promenade e do Brooklyn-Queens Expressway, em 1950 e 1954, respectivamente, separou a comunidade da margem do rio. Nos anos 1950, mais de 130 armazéns e 25 ancoradouros foram demolidos, dando lugar a estruturas capazes de receber navios maiores, mas isso não impediu o encerramento total das operações no ano de 1983.
Assim que foram desativadas as atividades comerciais na região, iniciou-se a elaboração de projetos para aproveitar o espaço do ancoradouro. Depois de anos de planejamento e levantamento de fundos, a construção do Brooklyn Bridge Park teve início em janeiro de 2008. A primeira parte do parque a ficar pronta foi o Pier 1, com dois grandes gramados com vista para a ponte e o sul de Manhattan, um calçadão em concreto, área de recreação e espaços de alimentação. Eu fui em um domingo e tinha algumas pessoas deitadas na grama curtindo o clima agradável. Era verão. Um sol azul, belo. Mas era pouca gente, super tranquilo. Você até avista umas mulheres de biquini tomando sol, o que causa uma certa estranheza para a gente porque não é uma praia, é no meio da cidade, mas enfim. Seu corpo, suas regras.
Indo em direção ao sul, tem outras docas – totalizando seis. Originalmente usado para armazéns, o Pier 2 foi transformado em local para a prática de atividades físicas, como basquete, handball, musculação, exercícios aeróbicos e outros, além de mesas para piquenique e balanços. Eu passei por ali e não entendi direito se era um local de acesso livre ou se estava sendo utilizado por alguma escola… Obviamente eu não estava interessado em parar o meu dia turístico pra me matar numa musculação, mas enfim. Parece um grande galpão, mas sem paredes.
O pier 3 inclui um gramado extenso e um terraço coberto com britas. Quando eu fui, estava exposto esse Mirror Labyrinth, que cria um efeito super bacana com a paisagem. Pelo que li na internet, fica lá, juntamente com outras obras, até abril de 2016. Os visitantes são encorajados a interagir, tocar em tudo e brincar com as obras, então pode ir sem medo de ser feliz! Já o Pier 4 é um ambiente mais natural, possui uma vegetação nativa e estruturas que imitam piscinas naturais tipicamente encontradas ao longo das costas rochosas, algumas delas com livre acesso para o público. Sete dessas piscinas foram instaladas na praia para o estudo da vida marinha. Há também uma ilha fora do alcance dos visitantes onde foram plantadas diversas espécies vegetais tolerantes ao sal para encorajar o crescimento da diversidade ecológica.
O Pier 5 possui dois campos para a prática de atividades físicas, geralmente utilizadas para a prática de futebol, cricket, rugby ou frisbee, duas áreas de recreação e um espaço para piquenique. Uma feirinha aberta chamada Smorgasburg acontece no local durante o verão. Quando eu fui, em 2015, as barraquinhas funcionavam no domingo de 11 às 18 horas. O ambiente é bem descontraído, há várias opções de comida e bebida, além de produtos artesanais. Experimentei algumas coisas (batata frita, cachorro quente com linguinça artesanal, um docinho sei lá de que país, mel orgânico), mas fiquei em êxtase com uns mini sanduíches de carne defumada eternamente em uma barraquinha chamada Migthy Quinn’s. Hmmmm. Enfim, a última área é do Pier 6, com quadras de vôlei de areia, playgrounds com diferentes temas, jardins e outros.
Seja para dar uma caminhada com vista para Manhattan, um passeio de bicicleta (tem daqueles alugueis de bicicleta por hora, tipo as bicicletas do Itaú aqui no Brasil) ou comer nas barraquinhas no Smorgasburg (conferir a programação no site), o passeio no Brooklyn Bridge Park vale muito a pena. Está fora do circuito turístico mais tradicional – só de sair de Manhattan já está valendo – e é bem mais tranquilo do que outras partes da cidade. Para conferir os eventos e o mapa do parque, só entrar na página do Brooklyn Bridge Park.
Uma ótima forma de explorar livremente o espaço sem se cansar tanto com a caminhada é fazer o Aluguel de bicicleta em Nova York. A retirada pode ser feita na Brooklyn Bridge, no Central Park e no Hudson River, sendo esse último somente nos meses de primavera e verão, às nove horas da manhã. Depois de passear o dia inteiro, você pode deixar a bicicleta em qualquer um dos pontos.