Título Original: Saturday Night Fever
Ano: 1977
Direção: John Badham
Elenco: John Travolta, Karen Lynn Gorney, Joseph Cali, Paul Pape, Donna Pescow, Barry Miller, Fran Drescher e Robert Constanzo
Talvez eu tenha assistido a esse filme quando era muito novo. Ou então nem tenha assistido, mas algumas músicas e imagens ficaram registradas na minha cabeça de alguma maneira, basicamente dos personagens dançando e fazendo passinhos que se tornaram clássicos. Ainda tocam Bee Gees em festas? Enfim.

No filme, Tony Manero (John Travolta) mora no Brooklyn, não levou adiante os estudos, trabalha em uma loja de materiais de construção, é filho de um pai desempregado e de uma mãe que não lhe dá valor e, junto com seus amigos, leva a juventude de modo inconsequente e sem perspectivas de futuro. Sua relação com Stephanie Mangano (Karen Lynn Gorney), que pretende se mudar para Manhattan, o leva a questionar algumas das suas atitudes e decisões.

O que me chamou a atenção, ao ver esse filme (de novo ou pela primeira vez, sei lá) é que há várias temas e imagens bem adultas, como nudez (talvez a versão para TV fosse censurada?), drogas, gravidez na adolescência, religiosidade, suicídio, brigas de gangues, sexismo… O fato é que são abordadas questões muito mais profundas do que simplesmente “um adolescente que quer ser o rei da pista de dança”. É sobre o amadurecimento desse jovem, suas relações com o trabalho, a família, as mulheres e o ambiente onde vive.

Quanto à cidade de Nova York, especificamente, percebe-se a crítica à separação não apenas física, mas também cultural existente entre Manhattan e o Brooklyn. Não é a toa que os personagens façam constantes visitas à ponte do Brooklyn, sem nunca chegar a atravessá-la. Do lado de lá as coisas são diferentes – e não é só o modo de falar e se vestir. Assistir a Os Embalos de Sábado a Noite é uma boa oportunidade de ter uma visão diferente da Nova York da década de 1970, menos turística, mais periférica. Não vou dizer que é um filme que se propõe discutir a fundo qualquer uma dessas questões, talvez seja caricato, enfim… Mas dá pra tirar dali muita coisa e ainda curtir um Bee Gees.