O nordeste brasileiro é muito conhecido por seu litoral paradisíaco, mas o interior guarda boas surpresas, inclusive com praias de água doce. Quando eu estava em Petrolina, no estado de Pernambuco, aproveitei para conhecer essa ilha, que conta com toda a infraestrutura que o turista necessita para passar o dia. O local também é bastante visitado por quem se hospeda em Juazeiro, na Bahia.
Eu fiquei próximo ao centro da cidade pernambucana, no Hotel Nobile Suites Del Rio, que fica a cerca de treze quilômetros de distância da ilha. Eu estava com um carro alugado e achei tranquilo dirigir até o local de onde sai a balsa. No verão, a Ilha do Rodeadouro é visitada por milhares de pessoas nos finais de semana. Mas eu fui em um dia de semana, fora da alta temporada, e deu para perceber que o atrativo estaria vazio pela pouca quantidade de carros no estacionamento.
A princípio, fiquei inseguro com o pouco movimento, imaginando que o atrativo não seria tão interessante. Depois de confirmar que os quiosques, barracas e restaurantes estariam abertos, já que não havíamos levado comida, fiz o pagamento da passagem e entrei no barco para fazer a travessia. As embarcações têm capacidade para dezenas de passageiros e são equipadas com coletes salva-vidas.
Meu transporte foi pela Travessia do Almizão, cuja direção é facilmente encontrada nos aplicativos de mapas e GPS. O valor cobrado é muito baixo e inclui ida e volta. Cerca de quatrocentos metros depois tem outra opção, a Travessia do Juarez. Entre as duas, ficam alguns restaurantes à beira d’água. A travessia, que dura cerca de cinco minutos, é feita durante todo o dia e é uma boa oportunidade para apreciar a beleza do Rio São Francisco.
Ao desembarcar, é preciso andar cerca de cem metros até chegar a outra margem da ilha. Confesso que essa parte é um pouco desanimadora, pois a parte de trás das barracas é um tanto feia, com algumas construções em mau estado de conservação.
Essa impressão ruim vai embora quando se chega à beira do rio, que se assemelha bastante a uma praia, com sua areia clara e fina. A água doce e calma é ideal para um banho relaxante e que refresca do calor típico da região, no semiárido sertão nordestino. A única preocupação ali é escolher onde ficar, já que são dezenas de barracas, uma atrás da outra.
Entre as opções gastronômicas estão a tradicional carne de bode, a carne de sol e o frango, com acompanhamentos que incluem feijão-tropeiro, arroz, salada, farofa e macaxeira. Mas, como o próprio cenário sugere, são mais pedidos os peixes tambaqui, piranha, dourado, pial, tilápia e outros, que podem ser servidos fritos, assados ou ao molho.
Como a minha intenção foi mais conhecer o local, sem passar o dia inteiro ali, não senti necessidade de fazer uma refeição completa e ficamos enganando o estômago com porções. O barqueiro nos havia orientado a retornar ao ponto de desembarque e agitar os braços quando quiséssemos voltar. Eu achei que ele não nos enxergaria da outra margem, mas, logo que sinalizamos, ele veio nos buscar.
Além da Ilha do Rodeadouro, os barcos também dão acesso ao passeio na Ilha do Massangano, que fica ao lado e abriga uma pequena comunidade. Já para quem não quer sair de Petrolina, a opção é descer na Ilha do Fogo, que fica no meio da Ponte Presidente Dutra, ligando-a à cidade de Juazeiro. Além de tomar banho de rio, ali se praticam alguns esportes aquáticos e dá para apreciar o pôr-do-sol.
Viajento 