A visita a esse museu serve como porta de entrada para conhecer a história do sertão. Ali está uma rica coleção de objetos que retratam a natureza, as comunidades e as pessoas, com seus costumes e tradições. Fundado em 1973, o espaço já passou por reformas e ampliações e, atualmente, ocupa uma área de mil metros quadrados.
O sertão nordestino é marcado por grandes períodos de seca, com a predominância de rios temporários e vegetação de caatinga. O clima semiárido é determinante para a vida dos moradores parte região mais central da região nordeste, longe do litoral e dos grandes centros urbanos. Mas a pobreza e a fome tem outras causas além da falta de chuva, como a concentração de terras produtivas e riquezas na mão de poucos.
O sertão foi tomado pelos colonizadores a partir do século XVI, quando a lavoura de cana-de açúcar do litoral se mostrou insuficiente e a população passou a se deslocar para o interior. Apesar da hostilidade existente entre os povos, houve a miscigenação de europeus, mestiços e indígenas. O desenvolvimento da pecuária levou ao desbravamento do sertão, seguindo principalmente o rio São Francisco e dando origem diversas cidades. As áreas de terreno úmido são destinadas à agricultura, com predominância da produção de milho, feijão e cana-de-açúcar.
O acervo conta com mais de três mil objetos que mostram o meio ambiente, a cultura indígena, o artesanato, a moradia rural, a economia, a política e a religião do povo sertanejo. Além de retratar a riqueza da cultura local, destacam-se as peças pertencentes a personalidades como: Lampião (cangaceiro); Dom Malan (primeiro bispo da cidade); Coronel Quelê (patriarca de uma família importante); Joãozinho do Pharol (pioneiro da imprensa escrita) e outros.
Pequenos textos explicam alguns pontos mais importantes, sem uso de interatividade ou tecnologia. Isso faz com que a visita fique menos empolgante. Ainda assim, achei interessante observar vários dos objetos expostos e a reprodução de ambientes. A exposição permanente é dividida em áreas temáticas que incluem: acervo arqueológico; fauna e flora; casa sertaneja; jardim sertanejo; cultura e economia; navegação; história da cidade; religiosidade; e galeria dos prefeitos.
Na antiguidade, já havia muita vida no local, como pode ser confirmado pela exposição de fósseis de milhões de anos atrás. Eu achei que falta uma explicação mais detalhada do que é apresentado, não somente nessa parte, mas no museu de uma forma geral. Isso poderia ser resolvido com uma visita guiada, o uso de recursos audiovisuais ou exposições temporárias mais aprofundadas.
Com entrada gratuita, o Museu do Sertão é uma boa opção de passeio para entrar um pouco mais na histórica e na cultura sertaneja, com destaque para fatos locais de Petrolina, em Pernambuco. É um espaço simples e dá para perceber que falta financiamento para tornar a exposição mais atrativa. Ainda assim, vale a pena conhecer e eu gastei pouco mais de uma hora para percorrer todas as salas.
Viajento 