As primeiras menções a esse trecho da Serra do Espinhaço datam do começo do século XVIII, quando foi explorado pelo garimpo. Mas o complexo religioso surgiu décadas depois, a partir de 1770, primeiro como uma hospedagem para romeiros e uma capela barroca mais simples. Ao longo dos anos, foram feitas ampliações e melhorias, até ser fundado um colégio para meninos e o templo original ser substituído pela Igreja Nossa Senhora Mãe dos Homens.

Há muito tempo eu tinha vontade de visitar o Santuário do Caraça, que possui, além da igreja com arquitetura e decoração em estilo neogótico, em meio às montanhas mineiras, toda uma estrutura para receber o turista com hospedagem, restaurante, museu, centro de visitantes e outros. Mas o local também conta com atrativos naturais, com trilhas que levam a cachoeiras, lagos, grutas e mirantes.

Nessa minha primeira visita, resolvi fazer a trilha mais simples e acessível, pois não queria gastar tanto tempo. A opção foi pela Cascatinha, uma das cachoeiras mais visitadas justamente devido à pouca distância, recebendo pessoas de todas as idades. Partindo do estacionamento, basta sair pela porteira pintada de azul e seguir uma estrada de terra com pouca variação de altitude.

Alguns trechos são cobertos pela sombra das árvores, mas em outros fica-se bastante exposto ao sol. Por isso, recomendo passar protetor solar e usar roupas adequadas, além de um calçado de caminhada. Também é importante levar pelo menos um litro de água por pessoa e lanchinhos leves. Em pouco tempo, é possível ver a cachoeira ao longe.

A trilha de pouco menos de dois quilômetros estava bem sinalizada, mas também não tem grandes segredos. Basicamente, basta seguir pelo caminho mais óbvio, ignorando as entradas à direita que levam para outros atrativos como um campo de futebol, um banho de rio e ao Vale da Bocaina, sendo esse último bem mais distante. Você sabe que está chegando ao destino final quando passa por um gazebo de madeira que serve como ponto de encontro.

Apesar do nome no diminutivo, a Cascatinha é formada por quatro quedas d’água, cada uma com sua própria piscina natural, totalizando quarenta metros de altura. Eu fiz o passeio no período de chuvas, então o volume estava bem grande, fazendo com que ela ficasse ainda mais bonita. Em contrapartida, não quis entrar para tomar banho pelo risco do nível subir muito rapidamente com uma tromba d’água. Apesar disso, deu para aproveitar o visual e explorar o local por um tempo antes de partir de volta ao santuário.

Na metade do retorno, ainda fiz uma parada rápida na Prainha pegando um desvio de poucos metros. Como o próprio nome indica, o local possui um banco de areia fininha e funciona como uma praia de água doce às margens do Ribeirão Caraça. A menos de um quilômetro do santuário, esse atrativo é ideal para quem não quer fazer muito esforço. Também é apropriado para crianças, desde que acompanhadas por seus responsáveis, pois é raso e tranquilo.
No mapa interativo acima é possível ver esse e alguns dos outros atrativos que eu visitei na região de Catas Altas, o que ajuda a planejar os passeios. Para aproximar e ver mais detalhes, basta dar um zoom no ponto desejado.