Seguindo a tendência iniciada no ano passado, esse não eu não escutei tanta música quanto de costume. Ainda assim, achei interessante colocar aqui o meu top cinco de artistas para aqueles que possam, eventualmente, ter alguma curiosidade sobre os meus gostos pessoais. Os mais ouvidos foram Alice Caymmi, Lizzo, Angèle, Phoenix e Gal Costa. Mas a maior parte do meu tempo foi mesmo dedicada a ouvir podcasts, sobre os quais vou falar com um pouco mais de profundidade porque podem servir de dicas.

Alguns deles foram séries limitadas. A mulher da casa abandonada eu comecei muito interessado e discutindo o tema com amigos, mas no fim das contas achei que teve mais episódios que o necessário e as longas descrições me deixaram entediado. Paciente 63 tem uma proposta interessante, funcionando como uma radionovela, mas a interpretação é muito fraca e acabei não me envolvendo com a história. A que mais me agradou mesmo foi O sequestro da amarelinha, que trata de poder e corrução ao longo de décadas no futebol, um assunto polêmico e necessário num ano de copa do mundo, que tem como ponto de partida o uso político da camisa do time brasileiro.

Assim como esse último, o Foro de Teresina é uma produção da revista Piauí. É claramente mais voltado para um público de esquerda, mas fazendo também as críticas críticas a essa ala. Para quem tem pouco tempo e quer se informar sobre os desdobramentos políticos do país, é uma boa opção por se tratar de um podcast semanal. São três jornalistas que relatam e discutem os fatos mais recentes, além de dar suas opiniões pessoais, nem sempre concordando entre si.

O assunto traz reportagens sobre o que de mais importante aconteceu no dia ou outros destaques atuais. Comecei a ouvir ele durante o isolamento da pandemia e sigo achando uma ótima fonte de informação. Eu gosto porque tem uma variedade maior de temas e dá para se aprofundar mais do que ao tratar diversas notícias ou apenas ler uma reportagem. Ele sempre traz algum especialista e a qualidade de cada episódio acaba variando um pouco dependendo do convidado. Mas, no geral, considero o conteúdo muito bom.

Um que depende muito do tema e do convidado para mim é o Ilustríssima conversa, que traz entrevistas com autores de livros de não ficção e de pesquisas acadêmicas. Eu acho interessante porque é um bom resumo de obras que eu jamais teria lido, então acho muito enriquecedor. Particularmente, gosto mais dos episódios que trazem questões mais práticas que teóricas. É um conteúdo mais denso, mas saem apenas quinzenalmente.

Uma novidade desse ano foi o Petit Journal. Confesso que eu estava procurando algum podcast em francês intermediário, já que comecei a estudar esse idioma, e acabei sendo enganando pelo título. Na verdade, trata-se de uma produção brasileira, feita em português. Acabei gostando porque trata de política e economia internacional com clima leve, cheio de piadinhas, algo que não é foco dos outros que escuto.

Com episódios semanais, o Beyond é para os ouvintes que gostam de videogame e, mais especificamente, de jogos para a plataforma Playstation. Como é em inglês, esse podcast também é uma boa oportunidade para quem quer treinar o idioma. Falando nisso, quando sobra tempo, eu ainda escuto a série Coffee Break, que traz aulas de diversas línguas como espanhol, francês e italiano – sempre a partir do inglês.