Barra Grande é um pequeno vilarejo que tem atraído a visita de muitos turistas em busca de paisagens paradisíacas no litoral do Piauí e faz parte de Cajueiro da Praia, a cerca de 8km de distância, na divisa com o estado o Ceará. Enquanto estava hospedado na comunidade, resolvi fazer uma visita à cidade contratando um transfer para o passeio. Você pode combinar diretamente com o motorista ou a agência de turismo o que incluir no pacote, mas a opção mais interessante é mesmo fazer o passeio com veículo próprio ou um carro alugado, pois assim você tem mais liberdade para explorar a região e ficar o tempo desejado em cada um dos pontos.

No meu caso, acabei fazendo paradas rápidas pelo caminho na Praia de Barrinha e Praia de Morro Branco, ambas bem tranquilas e ainda pouco exploradas pelo turismo, embora seja possível encontrar opções de hospedagem em alguns pontos. Mais frequentadas por pescadores e moradores da região, elas são o destino ideal para quem quer relaxar, aproveitar as ondas fortes em dias de muito vento e tomar banho. Como não contam com infraestrutura próxima, o ideal é levar alimentos e bebidas próprios. Um dos pontos é interessantes é a Ponta do Sardim, com recifes se destacando nas águas transparentes e um belo pôr-do-sol.

Cajueiro da Praia recebeu esse nome devido ao grande número dessas árvores perto do mar. Pescadores costumavam passar de barco pela região para pescar, mas só desembarcaram em terra firme e se mudaram com suas famílias depois de se certificarem de que os índios não ocupavam mais a área. Com o desenvolvimento da lavoura, pecuária e pesca, além da chegada de novos moradores e a visita dos turistas, surgiu a necessidade de criar um novo município na região, o que se deu em 1995. Atualmente, a sede ainda conta com menos de dez mil habitantes e possui como destaque a Igreja Sagrado Coração de Jesus.

Mas o principal atrativo é o Cajueiro Rei, que encontra-se protegido por uma lei municipal, sendo reconhecida sua importância como símbolo da cidade. Esse não é o primeiro maior cajueiro do mundo que eu visito, já que um outro, localizado na região metropolitana de Natal, no Rio Grande do Norte, também concorre pelo título. Aqui afirmam que a árvore tem quase nove mil metros quadrados, medida comprovada com um GPS de alta precisão.

O cajueiro vem todo de uma semente única e se ramificou por meio de uma reprodução chamada alporquia de solo, que acontece naturalmente quando os galhos tocam o chão, adentram a terra úmida e ganham raízes próprias. Estima-se que a árvore tenha mais de duzentos anos. O interessante é que ele tem uma boa área para crescer ainda mais. Quando eu fiz a visita, não havia ali quase nada de estrutura, o que mostra que ainda é preciso investimento para aproveitar seu potencial turístico. Ainda assim, fui recebido por um funcionário que apresentou o local com bastante simpatia.

Atrás da extensa vegetação, fica escondida a Praia das Pedras, também conhecida como Praia dos Mangues, que me pareceu ainda menos visitada que as citadas anteriormente. Mas é uma boa opção para os amantes da natureza, que podem curtir a paz do local e tomar banho no mar de ondas leves. Ali foi possível ver vários barcos de pesca parados na areia, já que a maré estava bem baixa. Dali, é possível caminhar pela areia até a Praia do Cajueiro, onde fica o Projeto Peixe-Boi Marinho, que conta com um pequeno museu e é um dos maiores santuários desses animais em todo o país.