Quando falamos em viagens de avião, uma conexão acontece quando o passageiro pega mais de um voo para chegar ao seu destino final, trocando de aeronave em algum aeroporto. As coisas se tornam especialmente complicadas quando existem múltiplos trechos, já que, se uma da parte inicial do trajeto vai mal, os seguintes podem ser comprometidos. Se o atraso for muito longo ou houver um cancelamento sem possibilidade de reacomodação rápida, a dor de cabeça é garantida.
Existem muitos motivos para a perda da conexão. Embora passem por manutenções regulares, pode acontecer de um avião precisar de um reparo não programado. Se não tiver, por qualquer motivo, toda a equipe de funcionários presente, as partidas também ficam prejudicadas. Fora as razões que fogem totalmente do controle das empresas, como o excesso de tráfego aéreo, comum nas altas temporadas; os eventos climáticos de grandes proporções, entre os quais tempestades, chuvas de raios, nevascas, tornados, furacões, terremotos e tsunamis; o fechamento de aeroportos por questões de segurança, caso de ameaças de atentados; e até mesmo, como vimos recentemente, questões sanitárias, como a pandemia do coronavírus.
Todas essas situações independem dos passageiros, mas é possível tomar algumas atitudes para evitar ou minimizar os problemas. A primeira delas, obviamente, é evitar ao máximo as conexões. Pesquise sempre por voos diretos – você vai sair de um lugar e chegar no outro: pronto. Também existem os voos com escala – quando você para em algum aeroporto intermediário, mas não precisa desembarcar de um avião, ir até um novo portão e fazer outro embarque.
Se a conexão for inevitável, não caia na bobeira de querer ficar o mínimo de tempo possível esperando entre os voos. Algumas companhias aéreas, na hora de fazer a pesquisa, dão opções que deixam apenas uma hora para você desembarcar do primeiro avião e entrar no seguinte. Às vezes, o primeiro nem atrasa e mesmo assim fica corrido, principalmente se for um aeroporto muito grande. Dê um tempo considerável entre as conexões ou até mesmo programe um stop-over, se for de seu interesse visitar a cidade.
Outros detalhes devem ser observados no momento da compra. Por exemplo: algumas conexões exigem troca de aeroporto, o que costuma ser uma furada porque você tem um tempo limitado e fica sujeito a congestionamentos. Se for inevitável, já pesquise a distância, horários de pico, minutos e horas gastos no deslocamento, opções de transporte e outros detalhes para se planejar e tudo correr da melhor maneira possível.
Em algumas conexões, principalmente quando se entra em um país, é preciso passar por processos demorados como a imigração. É importante já viajar sabendo quais documentos deverão ser apresentados, incluindo reserva de hospedagem, carteira de vacinação e outros. Alguns países exigem vistos para conexão, mesmo que você nem saia do aeroporto. Também confira com o atendente, no momento do check-in, em que cidade você irá retirar as malas e passar pela alfândega – pode ser na primeira parada no estrangeiro e não no destino final. No aeroporto, fique atento aos painéis que ficam espalhados por toda parte e mostram alterações de horário, portão de embarque e outras informações.
Se, ainda assim, você perdeu a conexão, a primeira providência a ser tomada é ir ao balcão de atendimento da companhia aérea e verificar as opções de como proceder. Se não for o responsável pelo problema, não haverá custos para o passageiro. Pode acontecer:
• Reacomodação: embarcar em um próximo voo da mesma companhia aérea ou de uma outra. Só é possível na existência de assentos disponíveis, então seja rápido ao se dirigir ao balcão de atendimento.
• Transporte alternativo: continuar a viagem até o destino final por táxi, ônibus, van ou qualquer coisa do tipo.
• Remarcação: agendamento para uma nova data e horário.
• Reembolso: recebimento parcial ou integral do valor pago na compra.
Além disso, também há a assistência material, que varia de acordo com o tempo de espera (remarcação e reembolso dispensam essa obrigação). A empresa deve oferecer aos passageiros:
• Mais de uma hora: meios gratuitos de comunicação, como ligações e acesso à internet.
• Mais de duas horas: alimentação por meio de lanches e bebidas próprios da companhia ou vouchers para consumo no aeroporto.
• Mais de quatro horas: transporte e hospedagem, sendo essa última dispensada caso esteja em seu local de moradia.
Também vale a pena abrir uma reclamação junto à ANAC, que é o órgão responsável pelo setor no nosso país. Isso pode ser feito nos principais aeroportos, mas também por telefone ou pela internet. Outra alternativa é procurar os órgãos de proteção ao consumidor, como o Procon, presencialmente ou em meio virtual. Por fim, reúna provas como os documentos relativos à viagem, fotografias do painel do aeroporto, o registro dos atendimentos, gastos extras e o que mais conseguir reunir de informações, incluindo a perda de compromissos importantes.
Isso porque uma perda de conexão ou atraso acima de quatro horas pode gerar indenização. O trâmite legal pode ser feito com a assistência de advogados ou escritórios. Na Voe Tranquilo, basta preencher um formulário, passar pela orientação profissional, enviar os documentos solicitados e aguardar uma proposta de acordo, que pode ser aceita ou não. Todo o processo é online e gratuito, só sendo necessário pagar pelo serviço se você receber, de fato, uma compensação. O prazo para entrar na justiça é de cinco anos para voos nacionais e dois anos para os internacionais.
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