Há algum tempo atrás eu queria fazer alguns pratos e procurei tahine para comprar e, além de ter sido um pouco difícil de encontrar, ainda achei o preço um tanto salgado. Ao pesquisar as receitas, acabei descobrindo que é extremamente fácil de fazer e casa e leva apenas um ingrediente: gergelim. A primeira menção conhecida à iguaria é do século XIII, aparecendo como ingrediente em um livro de receitas árabe. O nome tem algumas variações e, em português, aparece como taíne.
A pasta tem um sabor único e é muito versátil, podendo aparecer em preparos doces e salgados. Além disso, é bastante nutritiva, pois é rica em cálcio, proteína, fibras, minerais, aminoácido metionina, vitaminas, ômega-3 e ômega-6, ajudando na desintoxicação do fígado, no combate à anemia, na manutenção de uma pele saudável, no tônus muscular e na perda de peso. Nessa receita eu usei cerca de 150 gramas de sementes descascadas e cruas de gergelim branco. Dá para comprar também da preta, mas imagino que fique com uma cor esquisita. Fazer menos que uma xícara não me parece muito boa ideia porque vai dificultar na hora de triturar.
Você pode se sentir tentado em comprar aquelas sementes de gergelim que já vêm torradas, mas eu prefiro fazer isso em casa para ter mais controle do resultado. Deixando mais claras, acho que a pasta não fica amarga. Em uma frigideira, espalhe todo o conteúdo e acenda um fogo médio, mexendo de vez em quando com uma colher. Como são pequenas, elas acabam queimando bem rápido, motivo pelo qual eu não uso o forno. A intenção dar uma leve dourada.
Quando estiver satisfeito com a torra, basta transferir para um processador de alimentos ainda quente e começar a bater. Quanto melhor for a qualidade do aparelho, mais fácil será o preparo. Imagino que também seria possível usar um liquidificador, mas fica como segunda opção. Seja como for, em pouco tempo você irá perceber que as sementes estão parecendo uma farofa seca.
Algumas pessoas acrescentam algum tipo de líquido no preparo para facilitar essa etapa. Já vi colocarem azeite, óleo de coco ou água, por exemplo, mas eu acho dispensável. Continue batendo por uns minutos e a massa vai começar a se acumular nas bordas. Com a ajuda de uma colher, vá empurrando de volta para o centro e triture mais.
Outra vantagem de fazer o tahine em casa é que você pode deixar na consistência que bem entender. Eu, particularmente, gosto dele bem pastoso e com a textura lisa. Para alcançar esse resultado, uso o processador por cerca de dez minutos. Só para reforçar, nessa foto acima dá para perceber que é possível obter uma pasta úmida sem adicionar nenhum outro ingrediente além das sementes de gergelim.
Se não for usar tudo na mesma hora, a iguaria pode ser armazenada em um pote de vidro bem tampado. Dá para guardar na geladeira ou em temperatura ambiente por cerca de três meses sem problemas. O rendimento é cerca de metade do que você usou como medida – outra coisa boa de fazer em casa, já que dá para preparar uma quantidade menor e não desperdiçar. Apesar que é um coringa da cozinha que você vai acabar querendo adicionar em vários pratos.
Eu gosto bastante de fazer a pasta de homus, que tem como base o grão-de-bico, e o baba ghanoush, que leva berinjela. Mas também dá para fazer um delicioso molho para saladas apenas misturando com água, limão e sal. Por conter muita gordura boa, ajuda a dar cremosidade em patês e pastas. Pode ser difícil de acreditar, mas também vai bem como substituto de oleaginosas em receitas de cookies e bolos. Por fim, conheço quem simplesmente passe no pão, seja puro ou acompanhado de geleias ou mel. No preparo do tahine você deve usar:
Xícaras medidoras
Brinox Ceramic Life 4,5 mm
Kit de utensílios em silicone e bambu
Mini processador de alimentos KitchenAid
Potes de vidro com tampa de bambu
Viajento 