Com quase cem anos de história, essa sorveteria é um dos pontos tradicionais da capital mineira. Foi criada por Domingos Dias da Silva, um italiano de origem humilde que veio para o país ainda bebê com a família, se instalando em Minas Gerais. Depois de dar a sorte no garimpo ao encontrar treze diamantes em Estrela do Sul, Domingos abriu uma pequena mercearia e um restaurante em Oliveira, onde também começou a vender alguns poucos sabores de sorvete. No início dos anos 1930, mudou-se para Belo Horizonte, cidade então com poucas décadas de existência, e encontrou o sucesso, recebendo importantes nomes da política e da classe artística.
Ambiente ★★☆☆☆
O estabelecimento funciona desde 1934 no mesmo lugar, no agitado bairro Savassi, e mantém na fachada e no interior os clássicos mosaicos que são, de fato, seu único atrativo visual. O prédio passou por algumas reformas, mas a última aconteceu já há algumas décadas e isso fica evidente em sua aparência datada. É um espaço extremamente simples, mantendo aquela sensação de sorveteria de bairro.

De fato, a informalidade é mesmo a marca do local. O limitado espaço interno é destinado aos freezers e a circulação dos funcionários atrás do balcão. Quem compra o sorvete deve comer na calçada, em pé ou em um dos concorridos bancos dispostos ao redor, ou continuar seu caminho passeando pelas ruas da cidade.
Serviço ★★★☆☆
Recebendo um bom número de clientes, principalmente nos meses mais quentes do ano e nos finais de semana, é comum ver se formar uma fila considerável que avança pelo lado de fora do estabelecimento. Felizmente, o atendimento é eficiente e não há muita demora. Eles também são simpáticos ao permitir que os clientes experimentem o produto antes de escolher entre as diversas opções, mesmo com outras pessoas na espera.

Preço ★★★☆☆
A agilidade é ajudada pela facilidade no momento da compra: basicamente, você precisa decidir a quantidade de bolas de sorvete que vai querer, sendo uma ou duas se for consumir ali mesmo. Os preços são adequados para uma sorveteria de renome, não sendo exatamente barato.
Comida ★★★☆☆
Apelidado de “compra tudo”, Domingos também era o dono de fazendas na região, onde plantava as frutas que seriam usadas na elaboração dos sorvetes. Muitos experimentos eram feitos com o objetivo de valorizar o produto regional com sabores próximos ao natural, sendo pioneiro na criação de alguns deles. Até os dias atuais, as propriedades da família são responsáveis por oferecer a produção de manga, acerola, jabuticaba, jaca, framboesa, abacate, amora, limão e pinha e outros usados na produção, sendo algumas frutas originais das Américas e outras trazidos de longe e bem adaptados ao nosso solo e clima.

Além dos sorvetes de frutas, também são servidos sabores que sempre têm muita saída, como chocolate, doce de leite e creme. Alguns eu achei muito doces para o meu paladar, mesmo levando em consideração que se trata mesmo de uma sobremesa, e me incomodou servirem uma casquinha industrializada de qualidade duvidosa. Também não é o lugar ideal para procurar por inovações, já que eles apostam no tradicional. Não há opções alternativas, tampouco outros produtos como café e lanche.

Resumo ★★★☆☆
A Sorveteria São Domingos é um clássico de Belo Horizonte, já tendo atravessado as mais diversas crises econômicas. Embora eu não considere, necessariamente, a melhor sorveteria da cidade, vale a pena passar lá tanto pelo seu valor histórico quanto pela qualidade do produto oferecido.