Morte no Nilo

Morte no Nilo ★★★★★

Título original: Death on the Nile
Ano: 1937
Autora: Agatha Christie

Conhecida por muitos como duquesa da morte, senhora do mistério e rainha do crime, entre outros títulos, Agatha Christie é uma das mais bem sucedidas autoras de todos os tempos, com histórias que envolvem assassinatos e o trabalho de detetives para desvendar os casos. Como ela constrói situações intrigantes e personagens complexos, eu sempre me empolgo com a leitura e fico tentando descobrir o final – mas fracasso miseravelmente, o que é um ponto positivo porque é sempre bom ser surpreendido. Embora uma boa parte dos enredos passe em terras britânicas, as suas viagens pelo mundo inspiraram outras ambientações.

Agatha Christie
Agatha Christie

Depois de passar por um traumático divórcio, a autora se casou com seu segundo marido, um arqueólogo com quem viveria até o resto de seus dias. Embora não tivesse mostrado qualquer interesse por antiguidades durante sua juventude, ela logo se viu intrigada com as novas experiências, acompanhando-o em expedições internacionais que contribuiriam para alguns de seus romances policiais. Além de continuar trabalhando em suas próprias obras, nessas ocasiões ela também ajudava com as pesquisas fazendo fotografias, registros dos achados e até mesmo a limpeza e restauração de itens, além de financiar algumas das campanhas.

Morte no Nilo
Morte no Nilo

Entre os livros inspirados nessas escavações, pode ser citado Morte no Nilo, um dos preferidos pelos fãs da autora. Ambientada no Egito, a história se passa em um luxuoso cruzeiro pelo Rio Nilo, cuja tranquilidade chega ao fim com a morte de uma bela e jovem milionária, que viajava cercada por vários passageiros que seriam potenciais inimigos. Para azar do autor do crime, entretanto, o brilhante detetive Hercule Poirot estava a bordo e logo começou um trabalho de investigação, que deveria ser concluído antes do retorno da embarcação ao seu local de partida.

Sofitel Legend Old Cataract Hotel
Sofitel Legend Old Cataract Hotel

A trama tem início com vários dos personagens na cidade de Assuã, a preferida da autora no país. Numa situação de arte que imita a vida, eles encontram-se hospedados justamente onde ela sempre ficava, o hoje chamado Sofitel Legend Old Cataract. Foi lá mesmo que ela escreveu a história e é possível perceber que a descrição bem detalhada da estrutura do hotel e da paisagem em volta é um reflexo de suas experiências próprias no local. Não à toa, uma mesa usada para escrever o texto e a cadeira de balanço em que ela descansava estão expostos no saguão principal.

Antigo barco a vapor restaurado
Antigo barco a vapor restaurado

Ela também teria feito, em 1933, a mesma viagem no barco a vapor em que os acontecimentos de desenrolam. Na ocasião, o trajeto partia de Shellal e passava por alguns atrativos até chegar a Wadi Halfa, no Sudão. O SS Sudan foi construído para a família real egípcia em 1885 e transformado em cruzeiro no ano de 1921. Embora tenha sido abandonado algumas vezes, ele encontra-se totalmente reformado e, hoje, é movido a diesel e energia solar em vez de carvão. Entre as suas mais de vinte cabines e suítes, a utilizada pela autora ainda é a mais popular, mas tem uma longa fila de espera.

Rio Nilo
Rio Nilo

A viagem feita pelo SS Sudan não é a mais procurada, entretanto, já que os atrativos mais famosos ficam na direção oposta. De fato, existem mais opções de passeios pelo Nilo, que concorre com o Amazonas pelo título de maior rio do mundo, explorando a região para o norte da cidade, no trecho com pouco mais de duzentos quilômetros entre Luxor e Assuã. Como a procura é muito grande, eu recomendo fazer a pesquisa e a reserva online do tour de quatro dias. Embora o preço seja um tanto salgado, mesmo porque estamos falando de cruzeiros de luxo, é importante frisar que estão inclusas as refeições e entradas para alguns dos templos mais importantes do país.

Templos de Karnak
Templos de Karnak

Em Morte no Nilo, o barco é chamado Karnak, certamente em referência ao complexo de templos que sobreviveu à ascensão e queda de dinastias diversas. O maior deles é o Templo de Amun, que foi usado como locação nas gravações do filme de 1978 e da adaptação para televisão em 2004. Interessante notar que a história já recebeu diversas versões para o rádio, teatro, televisão, cinema e até mesmo um jogo de computador. Também foi publicada por aqui como uma história em quadrinhos

Templos de Abu Simbel
Templos de Abu Simbel

Como no livro os personagens viajam em direção ao sul do país, uma visita é feita aos Templos de Abu Simbel, esculpidos em rocha às margens do Lago Nasser. Datadas do século XIII, as estruturas foram criadas em homenagem ao Faraó Ramsés II. A sua esposa Nefertari e seus filhos aparecem como figuras menores a seus pés, sendo considerados de menor importância. Em 1968, toda a estrutura foi totalmente realocada para um ponto mais alto, já que riscos de inundação das águas colocavam todo o monumento em risco.

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A capital do país, Cairo, também é citada – é lá que ficam o mais famoso cartão postal do país: as três grandes pirâmides e a enorme esfinge da Necrópole de Gizé, com dezenas de tumbas já descobertas e algumas delas abertas à visitação. Outras passagens do livro se passam em destinos variados pelo mundo, principalmente nos capítulos que introduzem os diversos personagens e como eles vão parar todos no mesmo lugar. Mas o foco é realmente na região de Assuã e no cruzeiro pelo rio. Assim como nas últimas vezes, usei o Kindle para ler o livro. O dispositivo tem capacidade para armazenar milhares de arquivos, bateria que dura semanas e diversas outras vantagens. Recomendo!

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