Devido à grande diversidade de tipos climáticos ao redor do mundo, foram criadas diferentes categorizações que ajudam a orientar os estudos na área. A mais conhecida é a classificação climática de Köppen-Geiger, bastante utilizada em geografia, climatologia e ecologia. Baseada na relação entre vegetação e clima, ela leva em conta sazonalidade, médias da temperatura e índices de precipitação. Mas, como não chega a diferenciar alguns biomas muito distintos, têm surgido sistemas derivados como o Trewartha, considerado mais preciso e atualizado.

Nos últimos anos, cresceu o interesse em acompanhar o tema devido às mudanças climáticas pelas quais têm passado os diversos ecossistemas e as potenciais transformações futuras, principalmente como resultado da ação humana. Mas isso tudo também é relevante para o planejamento de passeios. Eu sempre leio sobre o clima, levando em consideração as temperaturas altas e baixas, as estações do ano, a possibilidade e quantidade de chuvas e neve, a duração do dia, a ocorrência de ventos intensos e outros detalhes importantes para definir para onde e quando viajar.

Talvez o clima temperado seja o meu preferido, já que tem como principal característica as quatro estações do ano bem definidas. Nos verões as médias ficam em 18°C e as máximas dos invernos giram em torno dos 5°C. Já o outono e a primavera têm temperaturas amenas e, por isso mesmo, são ótimas para viajar. Nada como ver as folhas das árvores mudando para cores amarelas, laranjas e vermelhas, além da renovação da natureza depois de ficar tudo seco. A fauna acompanha o clima e é bem diversificada, contando com gambás, corujas, lobos, javalis e morcegos. As chuvas são bem distribuídas ao longo dos doze meses, podendo chegar a 2.000 mm anuais. É possível encontrá-lo em locais diversos, desde o sul do nosso país a muitos países europeus e asiáticos.

Com temperaturas altas e muita umidade durante o ano inteiro, o clima equatorial também é marcado por chuvas em todas as estações, comumente ultrapassando os 2.000 mm anuais. Particularmente, eu não gosto de muito calor e aqui temos a média de mínimas em 18°C e máximas de 35°C. Como o próprio nome indica, ele aparece próximo à Linha do Equador. Formada em sua maior parte por árvores de grande porte, as florestas equatoriais têm o solo úmido, com camadas de decomposição de folhas, plantas e animais. Sua fauna tem sapos, macacos, papagaios, tucanos, onças e uma grande variedade de insetos. A maior delas é a floresta amazônica – pelo menos por enquanto.

Não existem muitas diferenças entre as estações no clima tropical, cujo ano pode ser dividido pela quantidade de chuva: um período bastante seco e outro chuvoso, totalizando até 3.000 mm anuais. Duas também são as vegetações dominantes, variando de acordo com a região e a umidade local – quando mais seca, é chamada de savana. Já a temperatura não varia tanto, com médias altas em torno dos 20°C. Entre os diversos animais, é possível citar peixes, pássaros, onças, tucanos, araras, macacos, bichos preguiça e insetos. Por aqui, esse clima está bem presente nas regiões centrais, mas também aparece em vários outros países ao redor do mundo.

Embora tenha semelhanças com o anterior, o clima subtropical se destaca pelas quatro estações bem definidas, sendo o verão quente e o inverno frio, mas ambos secos. Embora seja bem distribuída no ano, as chuvas não costumam ultrapassar os 1.000 mm e a temperatura média é de 20°C. A vegetação varia de acordo com a região, podendo ser de araucárias, bambus ou espécies menores, como herbáceas e musgos. Os pampas, presentes entre as terras brasileiras, uruguaias e argentinas, são um bom exemplo. Esse clima aparece, ainda, na África, Ásia e Oceania. A fauna abriga sapos, onças, jacarés, cobras, peixes, tamanduás, capivaras e gado.

No clima mediterrâneo, as estações do ano têm temperaturas bem variadas e chuvas pontuais que totalizam cerca de 1.000 mm. Enquanto os verões são secos e quentes, com médias de 20°C, os invernos são úmidos e frios, podendo chegar próximo a 0°C. As florestas são formadas por espécies resistentes à época de estio, basicamente árvores de pequeno porte e espécies rasteiras, como oliveiras, videiras, alfazema e cedro. Seus animais típicos são répteis, veados, raposas, lebres, esquilos, corujas, cobras e coelhos, além de muitas aves e insetos. A localização, como se pode imaginar, é ali perto do mar de mesmo nome, não aparecendo no nosso país.

Também chamado de subpolar, o clima frio tem duas estações bem definidas: um verão ameno e um inverno gelado, com temperaturas que vão com frequência abaixo dos 0°C, sendo comum a formação de neve. Pouco frequentes, as chuvas não ultrapassam dos 1.000 mm durante todo o ano. Com os termômetros lá embaixo, a variedade vegetal é menor, com as florestas boreais ou alpinas tendo coníferas altas e resistentes ao frio. As regiões onde ocorre estão próximas ao Círculo Polar Ártico, nos países mais ao norte do globo terrestre.

Com temperaturas regidas pela altitude, o frio de montanha é mais intenso quanto mais se sobe. No inverno, é garantido ficar abaixo dos 0°C e ter formação de neve, que nem chega a derreter durante todo o ano em alguns lugares. Normalmente, a quantidade de chuva não passa 1.500 mm por ano. Mais uma vez, a vegetação é composta somente por espécies muito resistentes ao frio intenso, como coníferas, vegetações rasteiras e musgos, desaparecendo por completo nas áreas mais altas. Entre os animais bem adaptados às grandes altitudes pode-se citar veados, ursos, lhamas (andinas) e leopardos das neves (asiáticos). Esse clima aparece espalhado pelo mundo em cordilheiras e alpes – eu já visitei alguns e até me arrisquei a esquiar na neve.

Eu falo que não gosto de calor, mas também não dá para ir para o extremo oposto. No caso polar, a média de temperatura é -30°C no inverno, podendo ser consideravelmente mais baixa em alguns momentos. Mesmo no verão, os termômetros não costumam ultrapassar os 5°C e a chuva é muito escassa, ficando abaixo da marca de 150 mm anuais. Como se pode imaginar, isso só é possível nos extremos norte e sul do globo terrestre, locais que eu, provavelmente, nunca irei visitar – assim como a grande maioria das pessoas, já que o acesso é mais difícil e caro, além de cheio de perigos.

Voltando para o espectro mais quente, o clima semiárido tem muito calor e ar seco, com médias em torno dos 28°C e pouca variação térmica. As chuvas são mais comuns no primeiro semestre do ano e não costumam ultrapassar os 750 mm durante os doze meses. Nos nossos estados nordestinos, temos esse clima com mais precipitações que em países americanos e africanos. Podem ser formadas zonas de cerrado e caatinga, com árvores de pequeno porte e vegetação pouco desenvolvida, se destacando cactos e gramíneas. Como o solo é pobre em nutrientes, acaba sendo desfavorável para a agricultura. Alguns dos animais mais bem adaptados a essas condições são sapos, cobras, onças, veados, macacos e lobos.

Por fim, temos o clima desértico, com grandes amplitudes térmicas. O sol queimando dá lugar a noites geladas e as temperaturas podem variar até 45°C no período de um dia. O índice pluviométrico é bastante baixo, não passando de 250 mm anuais, o que faz a umidade relativa do ar ser inferior a 10% durante a maior parte do tempo. Consequentemente, quase não se tem variedade de vegetação, sendo mais comuns os cactos e pequenos arbustos que aparecem no nada fértil solo arenoso. Entre os desertos mais famosos do mundo, podem ser citado o Saara, que se estende por mais de dez países do continente africano.